Ciência: grandes invenções da
humanidade
A lâmpada a óleo ou os
candeeiros sem fumaça
A lâmpada de Argand foi inventada e
patenteada em 1780 por Aimé Argand, um físico
e químico suíço. Melhorou
muito a iluminação doméstica da altura, predominantemente feita por lâmpadas a óleo, produzindo uma luz equivalente a cerca de 6 a
10 velas. Tinha uma
mecha tubular
montada entre um par de cilindros concêntricos de metal de modo que o ar era
canalizado através do centro da mecha, assim como pelo exterior da mesma. Uma
chaminé cilíndrica de vidro fosco e por vezes colorido cercava a torcida,
estabilizando a chama e melhorando o fluxo de ar. Usava como combustível, um óleo de boa liquidez, como o espermacete ou óleo de baleia. Este era fornecido por gravidade desde um
reservatório montado acima da torcida. Para além da melhoria no brilho, a
combustão mais completa do óleo requeria ajustamentos muito menos frequentes da
torcida.
Estes candeeiros
eram produzidos numa grande variedade de formas decorativas e rapidamente
afastaram do mercado todos os outros tipos de candeeiros a óleo. Eram um pouco
mais caros que os antigos devido à sua maior complexidade, pelo que foram
adotados primeiramente pelas classes abastadas, mas rapidamente se espalharam à
classe média e também, eventualmente, as classes menos favorecidas. Foi o candeeiro mais usado até cerca de
1850 quando foram introduzidos os candeeiros
a petróleo (querosene ou
óleo de parafina) que usavam uma torcida espalmada mergulhada num reservatório,
com uma chaminé arredondada. O petróleo era consideravelmente mais barato do
que o óleo de baleia, e muitos candeeiros de Argand foram modificadas para
passarem a queimar petróleo iluminante.
Uma das
desvantagens devia-se ao fato do reservatório de óleo necessitar de estar acima
do nível do queimador porque o óleo utilizado era muito pesado e não subia pela
torcida. Isto tornou a parte superior dos candeeiros muito volumosa gerando uma
grande zona de sombra. A posterior lâmpada de
Carcel de
1800 procurou superar este problema.
Ami Argand
Esta lâmpada, dadas as suas características de forte intensidade de luz
e estabilização de chama, sem produzir fumos, revolucionou a iluminação de
faróis. A diminuição do diâmetro da chaminé de vidro deveu-se a Lange, e o
princípio de mechas múltiplas foi desenhado pelo Conde Rumford. Fresnel produziu queimadores com duas, três e quatro
mechas concêntricas.
Queimavam
originalmente óleo de peixe, mais tarde óleo vegetal e por volta de 1860, óleo mineral. O Espermacete foi
utilizado em faróis Ingleses até 1846, mas por essa altura o óleo de colza era
já amplamente utilizado. Azeite, óleo
de banha e óleo de coco também
foram utilizados para iluminação de faróis em várias partes do mundo. Durante
mais de cem anos, a lâmpada de Argand tornou-se a principal fonte de luz dos
faróis.
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