quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

DISCURSO DO PRESIDENTE DA FRANÇA NA SEDE DO CHARLIE HEBDO

Allocution du président de la République à la suite de l'attentat au siège de Charlie Hebdo

Tradução livre de Luiz Carlos Facó


Meus queridos compatriotas,

Hoje, a França foi atacada em seu coração, Paris, no mesmo local de um dos nossos jornais. O tiroteio de extrema violência matou 12 pessoas e fez vários feridos. Talentosos desenhistas e colunistas corajosos foram mortos. Eles estavam marcados por suas marcantes e influentes personalidades, pela insolência que guardaram de gerações e gerações que lutaram pela independência francesa. Aqui, quero dizer-lhes esta mensagem de liberdade: nós continuaremos a defendê-la em nome de todos eles e de toda a nação.


Este ataque covarde também matou dois policiais, aqueles que foram encarregados de proteger o CHARLIE HEBDO, jornal sempre ameaçado por anos de obscurantismo e que sempre defendeu a plena liberdade de expressão.

Estes homens morreram em nome do ideal de uma França de liberdade.  Quero apresentar aqui, em nome de todos os nossos cidadãos, nossos agradecimentos e gratidão pelo sacrifício a que se submeteram para manter de pé suas convicções e os ideais desta República.
Estes sacrificados são nossos heróis, hoje e amanhã serão dias de luto nacional. Eu decretei isto. Haverá um momento de recolhimento em todos os serviços públicos, e convido toda a população a se juntar para homenageá-los. As Bandeiras ficarão a meia haste, por três dias.

 François Hollande – Presidente da França

Hoje, toda a República foi agredida. A República, repousa na liberdade de expressão. A República, é cultura, é criação, pluralismo, é democracia. Foram essas conquistas que os assassinos tentaram abortar. Além do ideal de Justiça e paz que a França defende em suas relações internacionais. Assim como o da tolerância, através de nossos soldados em luta contra o terrorismo e o fundamentalismo.

A França tem recebido mensagens de solidariedade e fraternidade do mundo inteiro e, para honrá-las, temos de tomar todas as medidas que se imponham. Encontramo-nos, a essa altura procurando os autores do crime, dessa infâmia, e, certifiquem-se, serão presos e sofrerão exemplar castigo. Hoje, a investigação avança sob a autoridade da justiça.

Precisamos também proteger todos os locais públicos e o governo implantou o chamado plano Vigipirate, isso implica em mais segurança, assegurada pelas nossas forças de defesa que têm o dever de garantir, onde houver ameaças ou distúrbios.

Finalmente, devemos nos conscientizar de que nossa melhor arma é a nossa unidade, a unidade de todos os cidadãos perante tamanho teste de sofrimento. Nada de nos separarmos, nada de nos opormos. Amanhã, eu, assim como os presidentes das duas assembleias, e as forças políticas representadas no Parlamento, mostraremos a nossa determinação comum.

A França é grande quando é capaz, em uma emergência, de chegar ao seu melhor nível de determinação, estágio que sempre a  conduziu superar provações ou provocações. Liberdade será sempre mais forte do que a barbárie. A França sempre derrotou seus inimigos através dos seus valores. Este é o meu convite para todos os franceses, acolha-o e não descuidem atendê-lo. O encontro de todos, em todas as suas formas, pensamento, ação, será a nossa resposta.

Vamos enfrentar essa provação. Vamos ganhar, porque temos toda a capacidade de acreditar no nosso destino, nada e ninguém nos fará dobrar a determinação que é a nossa marca.


Viva a República e viva a França!

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