sábado, 24 de janeiro de 2015

RODRIGO DE BORJA – ALEXANDRE VI, O PAPA MAIS CORRUPTO DE TODOS OS TEMPOS...

História

Rodrigo Borgia

Jamais teve medo da História, pretendia fazê-la e conseguiu, embora mediocremente. Passou à História como o “papa sinistro”.


Alexandre VI, nascido Rodrigo de Borja, italianizado em Roderico Borgia (Valência1 de Janeiro de 1431 — Roma18 de Agosto de1503) foi o 214º papa da Igreja Católica, de 10 de Agosto de 1492 até a data da sua morte, adotou o nome de Rodrigo Borgia ao chegar à Itália.



Natural de Valência, estudou em Roma depois foi com seu primo Luis Juan del Milà y Borja foi para a Universidade de Bolonha aonde completou os estudos obtendo a graduação em leis.
O nome de sua família foi elevado à cátedra do Vaticano com a eleição do seu tio materno, Afonso Bórgia, como Papa Calisto III, por quem foi feito cardeal. Foi sucessivamente elevado a cargos de mais qualidade: bispocardeal e vice-chanceler da Igreja. Tornou-se um grande diplomata após servir à Cúria Romana durante cinco pontificados, adquiriu experiência administrativa, influência e riqueza, mas não grande poder.
Ele teve várias amantes, em particular Vanozza Catanei, tendo sido também sua amante Giulia Farnese, mulher de seu primo Orsino Orsini Migliorati.
Foram seus pais Jofré de Borja i Escrivà e Isabell de Borja, irmã do cardeal Alfonso de Borja que foi o Papa Calisto III. Era primo do cardeal Luis Juan del Milà y Borja, tendo sido o pai do também cardeal Cesare Borgia. Seus descendentes os cardeais Juan de Borja Llançol de RomaníPedro Luis de Borja Llançol de RomaníFrancisco Lloris y de Borja e Rodrigo Luis de Borja y de Castre-Pinós.
Seus filhos com maternidade não registrada foram:
Pedro Luìs Borgia (1458-1491), 1.º Duque de Gandia 
Isabella Borgia (1467-1547), casada com Pietro Mattuzzi
Girolama Borgia (1469–1483), casada com Gianandrea Cesarini


Seu relacionamento com a dama romana Vannozza dei Cattanei começou em 1470, e com ela tiveram quatro filhos:
Giovanni de Candia Borgia (1474-1497), 2.º Duque de Gandia
Cesare Borgia (1476-1507), 1.º Duque de Valentinois
Lucrezia Borgia (1480-1519)
Gioffre Bórgia (1481-1516), 1.º Duque de Alvito
      com Giulia Farnese possivelmente teve uma filha:
Laura Orsini (1492-1530)
Rodrigo Bórgia usou sua fortuna e promessas para comprar a maior parte dos votos dos vinte e três cardeais quando se realizou o conclave para definir a sucessão do papa Inocêncio VIII. No conclave houve três candidatos: ele próprio, Ascanio Sforza e Giuliano della Rovere. Reuniram-se em agosto de 1492, na capela apelidada de Sistina, por ter sido construída pelo papa Sisto IV, adornada com obras-primas de BotticelliPinturicchioGhirlandaio e Michelangelo. A eleição foi definida na madrugada de 10 para 11 de agosto. A coroação se deu em 26 de agosto Rodrigo Bórgia tinha 60 anos, adotou o nome de Alexandre VI (em latimAlexander VI), e teve infeliz distinção de ser considerado, por muitos, o pior de todos os papas.
O papado de Alexandre VI começou tranquilo, mas não tardou para que se manifestasse sua ganância em sacrificar todos os interesses em favor da família. Nomeou Cardeais o seu filho de dezesseis anos, César Bórgia, os seus sobrinhos Francisco Borgia e Juan Lanzol de Bórgia de Romaní, o maior, um primo deste último Juan Castellar y de Borgia (it. Giovanni), os seus sobrinhos-netos Juan de Borja Llançol de Romanío menorPedro Luis de Borja Llançol de Romaní e Francisco Lloris y de Borja e o cunhado do seu filho César, Amanieu d'Albret. César seria posteriormente retratado por Maquiavel em sua obra O príncipe como o ideal do político e governante pragmático.

Detalhe do afresco Ressurreição do apartamento de Borgia que mostra o Alexandre VI em oração.

O cardeal Della Rovere o acusou de simonia (Tráfico de coisas sagradas ou espirituais, tais como sacramentos, dignidades, benefícios eclesiásticos), e trouxe o rei da França Carlos VIII para depô-lo, mas Bórgia fez um acordo, permitindo o trânsito dos exércitos franceses, e foi reconhecido como Papa pelo rei francês. Enquanto isto, ele negociou com o imperador alemão Maximiliano I e os governantes da Espanha e Veneza uma aliança, que derrotaram os franceses.
Um de seus acusadores era o frei dominicano Girolamo Savonarola, que havia conseguido reformar Florença através de muita coragem e uma brilhante oratória. Alexandre se conteve, diante dos ataques de Savonarola, até que, enfraquecido por ter repetidamente quebrado seu voto de obediência ao chefe da Igreja, Savonarola sofreu a sentença de excomunhão. Savonarola, porém, continuou seus ataques, e a ministrar a comunhão, e desafiou caminhar nas chamas para provar que ele tinha a palavra de Deus. Um outro frei dominicano se ofereceu para ir junto, porém quando o circo foi armado, e a multidão estava ansiosa para assistir ou um milagre ou uma tragédia, o frei se recusou a entrar nas chamas, e a influência de Savonarola diminuiu.
Um dos seus maiores desgostos foi quando seu filho, o Duque de Gandia, foi assassinato, com suspeitas recaindo sobre César Bórgia; quando seu corpo, mutilado, foi encontrado no Rio Tibre, o papa, entristecido, clamou que isto era uma punição por seus pecados. Após a morte do filho, Alexandre convocou os cardeais para reformar a Igreja e acabar com o nepotismo. Mas as reformas não foram adiante.
Seu pontificado é um paradigma de corrupção papal ocasionada pela invasão secular dentro da Igreja, mais tarde esse fato foi tido como desculpa para a separação dos protestantes. Alexandre VI protegeu as Ordens Religiosas, aprovando Congregações recém-fundadas e a evangelização do Novo Mundo e da Groelândia.
Durante seu pontificado, foram decretadas as Bulas Alexandrinas, tratados responsáveis pela divisão das possessões portuguesas e espanholas no mundo. Dentre elas são destaque as bulas Inter CoeteraEximiae Devotionis e Dudum Siquidem. As negociações ibéricas levaram ao Tratado de Tordesilhas que confirmaria a divisão do mundo entre Portugal e Espanha, que foi contestado por outros monarcas, com destaque para Francisco I de Angoulême, rei da França. Tanto a França como a Inglaterra não reconheceram a decisão papal e estabeleceram colônias nas novas terras descobertas.

Tumba dos papas Calisto III e Alexandre VI, na igreja Santa Maria in Monserrato degli Spagnoli, em Roma.

Morreu provavelmente por envenenamento, alguns historiadores alegam ter sido o seu próprio filho Cesare, a o matar, tendo sido também envenenado só que aparenta ter sobrevivido.
.6 Seu funeral foi breve e sem grandes comemorações, tendo sido sepultado com a seguinte epígrafe em seu túmulo na Espanha: "Aqui Jaz Alexandre VI, que foi papa". O seu túmulo encontra-se na igreja de Santa Maria in Monserrato.
Alguns historiadores consideram que as histórias sobre ele foram escritas com malícia, e questionam as acusações feitas contra ele, mas, exageros à parte, ele não estava preparado para o cargo. De acordo com John Farrow, o melhor que se pode dizer dele é que sua moral privada não era diferente dos príncipes de sua época, e que, se as histórias soam escandalosas hoje, na sua época não causavam nenhuma surpresa.
Como a maior parte dos papas do Renascimento, Alexandre patrocinou as artes, e Roma beneficiou-se de seu programa de restaurações e decorações. A cidade floresceu com poetas e autores.
Nem todos seus contemporâneos o acusaram; Sigismundo Conti, que o conhecia bem, elogiou sua dedicação à Igreja e sua atuação nos trinta e sete anos em que foi cardeal (nos papados de Pio IIPaulo IISixto IV e Inocêncio VIII), seu trabalho como legado na Espanha e na Itália, seu conhecimento da etiqueta, e seus esforços em se mostrar brilhante nas conversas e digno em seus modos.


Hieronimus Portius o descreveu como um homem alto, nem muito pálido nem muito moreno, de olhos negros, de boca cheia; sua saúde era ótima, e ele conseguia resistir a qualquer esforço; era eloquente no discurso e uma natureza boa.
O historiador alemão Hartmann Schedel, após fazer um resumo de sua carreira, o descreve como um homem de visão ampla, abençoado com grande prudência, habilidade de ver o futuro, e conhecimento do mundo; por seu conhecimento dos livros, apreciação da arte e probidade ele foi um sucessor digno do seu tio Calisto III; ele era amável, confiável, prudente, piedoso e conhecedor dos assuntos relacionados ao seu digno cargo; Schedel termina dizendo que foi uma bênção que uma pessoa com tantas virtudes tenha sido elevada a esta posição digna.


Quanto às críticas que eram feitas, Alexandre comentou que "Roma é uma cidade livre, aqui todos tem o direito de escrever e falar o que quiserem".
Um autor escreveu "Não existe abuso ou vício que não seja praticado abertamente no palácio do Papa. A perfidez dos Citas e dos Cartagineses, a bestialidade e selvageria de Nero ou Calígula, são superadas. Rodrigo Bórgia é um abismo de vício, um subversor de todas as justiças, humana e divina". Este autor não sofreu nenhuma vingança, e foi recebido pelo Papa em audiência.
O julgamento de Savonarola, porém, foi diferente; ele escreveu aos reis cristãos pedindo que fosse convocado um concílio para depô-lo, o acusando de simoniaheresia e descrença. Ainda segundo Savonarola, Alexandre não era um papa, e não era nem cristão, porque não acreditava em Deus.
Livros:
Alexandre VI - Bórgia o Papa Sinistro, livro do historiador alemão Volker Reinhardt.
A lenda negra - Os Borgias, livro do jornalista, professor de história e literatura italiana Mario Dal Bello.

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