Colaboração: Alderico Sena*
Cooperação é uma
relação baseada na colaboração entre indivíduos ou organizações, no sentido de
alcançar objetivos comuns, utilizando métodos mais ou menos consensuais. Da
mesma forma, os indivíduos podem organizar-se em grupos que cooperam
internamente e, ao mesmo tempo, competem com outros grupos. A cooperação é
ainda vista por muitos indivíduos como a forma ideal de gestão das interações
humanas.
Existem quatro
condições que tendem a ser necessárias para que se desenvolva o comportamento
cooperativo entre indivíduos: a) Motivações ou desejos coincidentes; b) A
possibilidade de futuros encontros com esses indivíduos; c) A memória de
encontros passados com esses indivíduos e d) Um valor associado às
consequências futuras do comportamento analisado.
A solidariedade é a adesão circunstancial à
causa ou à empresa de outros. Por norma, este termo emprega-se para denominar
uma ação generosa ou bem-intencionada. Portanto, ser solidário não é só prestar
ajuda, uma vez que também implica um compromisso com aquele a quem se oferece a
sua solidariedade. O sentido mais básico da solidariedade supõe que seja
exercida sem discriminação de sexo, raça, nacionalidade, religião ou afiliação
política. A verdadeira solidariedade consiste em ajudar alguém sem receber nada
em troca e sem que ninguém saiba. Ser solidário é, na sua essência, ser
desinteressado. A solidariedade só se move pela convicção de justiça e
igualdade. “O individualismo é que gera o egoísmo, raiz de todos os males”. DOM
HELDER CÂMARA.
Exemplo da cultura
do “EU” exercida no meio associativo é vergonhoso, devido à falta de
consciência e participação de associados nas Assembleias de Condomínio, Partido
Político, Associação, Sindicato, dentre outras entidades representativas. Leiam
trecho das palavras da Presidente Regina Martinelli, da Associação de Moradores
e Amigos da Barra, publicada na Revista Muito, edição 348 de 25 Janeiro de
2015: “Conhecida no Bairro, Regina recebe “oi” a cada esquina e acaba ouvindo
as reclamações dos moradores. Na associação, porém, são pouco mais de 50
membros, sendo seis na diretoria. Para ela, as pessoas não têm o hábito de
participar e medo de se expor. Não há muita consciência sobre o direito à
cidadania”.
Transcrevemos
exemplo de cooperação de um velho para reflexão e ação da sociedade: “Um velho
e rico fazendeiro, já às portas da morte, pediu que se reunissem ao redor de
seu leito todos os seus filhos. Depois de narrar toda a sua vida, falando das
dificuldades que enfrentara até formar a família e construir o patrimônio que deixaria
como herança a todos, tirou de sob o cobertor um feixe de varas e entregou ao
filho mais velho, recomendando que o partisse assim como estava. Embora
empregando todas as suas forças e usando a inteligência para encontrar a melhor
forma de obter o que lhe pedia o pai, não conseguiu fazê-lo. Mesmo depois de
retorcidas e esmagadas, as frágeis varinhas do feixe não foram rompidas por
nenhum dos jovens, que as devolveram ao idoso. Este, por sua vez, desamarrou o
feixe, quebrando facilmente cada uma das varinhas, observando: - Estou deixando
a vocês um patrimônio sólido, que eu, sua mãe e os mais velhos de vocês
construímos. Se este patrimônio cresceu, se tornou produtivo e forte, foi
porque sempre estivemos unidos e pudemos resistir às intempéries, às crises e
aos interesses dos que nos invejaram. Gostaria que após a minha partida, todos
continuassem juntos para conservarem o que lhes deixo. Se decidirem dividir o
que temos, é bem possível que aconteça a cada um o que aconteceu com estas
varinhas. Separadas, são fáceis de quebrar...”
É cultural a falta de cooperação, ajuda mutua
e solidariedade do ser humano, exemplo real é como é tratado o meio ambiente,
quando pessoas praticam o desmatamento, poluição de rios, dentre outros
desmandos contra a natureza. A crise da água, da energia e de outros produtos
são lições que a natureza ensina. A natureza é sábia e abundante. A sociedade é
cruel com ela mesma. O momento é de reflexão e ação para a mudança cultural e
comportamental do cidadão. Lembrando que: quem cria e descria qualquer coisa é
o ser humano. Querer é Poder!
A Constituição Federal prescreve no Art.1o -
“Dos Princípios Fundamentais, constitui-se em Estado Democrático de Direito: A
soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político”. Basta colocar em
pratica o exercício de cidadania. Ninguém é tão forte quanto todos junto pela
defesa dos interesses comuns. Vamos juntos construir um Brasil melhor
preservando a natureza, observando o exemplo e a lição de cooperação de: “Um
velho e rico fazendeiro”?
*ALDERICO SENA – ESPECIALISTA EM
GESTÃO DE PESSOAS, VICE-PRESIDENTE DO PDT DE SALVADOR, PRESIDENTE DO MOVIMENTO
DO APOSENTADO, PENSIONISTA E IDOSO DO PDT – PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA E
EX-SUPERINTENDENTE DO SESCOOP-SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO
COOPERATIVISMO DO ESTADO DA BAHIA
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