Colaboração: Ensaio de Fernando Alcoforado
Abstract-
This article aims to demonstrate the decline
of oil as the main source of energy in the world which should take place by the
need to deploy globally sustainable energy system to promote the drastic reduction
in the emission of greenhouse gases in the atmosphere in order to avoid
catastrophic climate change overall, the failure of the oil supply to meet
world demand and competition of a replacement product, the shale gas. After the
twilight of oil will enter a new era with the widespread use of renewable energy
sources (hydro, solar, wind, hydrogen, tidal, etc.).
Resumo-
Este artigo tem por objetivo demonstrar o
ocaso do petróleo como principal fonte de energia do mundo que deverá ocorrer
pela necessidade de implantar globalmente um sistema sustentável de energia para
promover a redução drástica da emissão de gases do efeito estufa na atmosfera
visando evitar a mudança climática catastrófica global, pela insuficiência da
oferta de petróleo para atender à demanda mundial e
pela concorrência de um produto substituto, o shale gas. Após o ocaso do
petróleo entraremos em uma nova era com o uso generalizado das energias
renováveis (hidráulica, solar, eólica, hidrogênio, maremotriz, entre outras).
Keywords:
The oil in the global energy matrix. Oil and
catastrophic climate change. The use of oil in a sustainable energy system. The
substitutes of oil and derivatives. The shale gas as oil fuel substitute. Sustainable
energy
Palavras-chave:
O petróleo na matriz energética mundial. O
petróleo e mudança climática catastrófica. O uso do petróleo em um sistema
sustentável de energia. Os substitutos do petróleo e seus derivados. O shale
gas como combustível substituto do petróleo. Sistema sustentável de energia.
1.
O declínio irreversível da oferta de petróleo em todo o mundo
Há
inúmeras teorias sobre o surgimento do petróleo, porém, a mais aceita é que ele surgiu
através de restos orgânicos de animais e vegetais depositados no fundo de lagos
e mares sofrendo transformações químicas ao longo de milhares de anos. O
petróleo é uma
substância inflamável que possui estado físico oleoso e com densidade menor do que a
água. A primeira descoberta de petróleo, com repercussão comercial, ocorreu nos
Estados Unidos em 1858. O petróleo mudou a história do mundo e o estilo de vida
nas sociedades. Os países que possuem maior número de poços de petróleo estão localizados
no Oriente Médio, e, por sua vez, são os maiores exportadores mundiais. Os Estados
Unidos, Rússia, Irã, Arábia Saudita, Venezuela, Kuwait, Líbia,
. Iraque, Nigéria e Canadá, Cazaquistão, China e Emirados
Árabes Unidos são considerados os maiores produtores mundiais.
Além de
gerar a gasolina, que serve de combustível para grande parte dos automóveis
que
circulam no mundo, vários produtos são derivados do petróleo como, por exemplo,
a parafina, gás natural, GLP, produtos asfálticos, nafta petroquímica,
querosene, solventes, óleo combustível, óleos lubrificantes, óleo diesel e
combustível de aviação.
No final
do século XIX, com a invenção do automóvel com motor de combustão interna, o
petróleo passou a ser uma das principais fontes de energia do mundo. Os recursos
energéticos têm gerado disputas geopolíticas desde a primeira Revolução Industrial.
Na segunda metade do século XX, com a expansão do meio urbano-industrial e, consequentemente,
o crescimento populacional, houve o aumento exponencial da demanda energética.
O
principal recurso da matriz energética desde a Segunda Revolução Industrial é o
petróleo seguido do carvão e do gás natural. Apesar dos investimentos realizados
em fontes alternativas de energia – solar, eólica, geotérmica, mantêm-se os
combustíveis fósseis como a principal forma de obtenção de energia em nível
mundial. Por se tratar de um produto com alto risco de contaminação, o petróleo
provoca graves danos ao meio ambiente pelo fato de emitir gases do efeito
estufa e afetar o meio ambiente quando entra em contato com as águas de oceanos
e mares ou com a superfície do solo. Vários acidentes ambientais envolvendo
vazamento de petróleo (seja de plataformas ou navios cargueiros) já ocorreram
nas últimas décadas. Quando ocorre no oceano, as consequências ambientais são
drásticas, pois afeta os ecossistemas litorâneos, provocando grande quantidade
de mortes entre peixes e outros animais marítimos.
A
industrialização no decurso do século XX está marcada pela ascensão do petróleo como a
mais importante fonte de energia primária, e dos seus derivados como os mais essenciais
combustíveis para os transportes e a produção termoelétrica (gasolina, óleo diesel,
óleo combustível e querosene) e essenciais matérias-primas para as petroquímicas
(as "naftas", os BTX e vários elementos químicos). Porém, acumula-se
a evidência
de que a capacidade de produção de petróleo "convencional" está a
atingir os seus limites. O petróleo convencional é aquele de que o mundo
afluente vem utilizando desde o princípio do século XX e que na década de 1960
ultrapassou o carvão como principal fonte de energia. O petróleo convencional é
de extração relativamente acessível e econômica como é o caso das jazidas
gigantes da Arábia Saudita a um preço da ordem de 1 ou 2 dólar por barril. A
fração de hidrocarbonetos líquidos que acompanha a extração de gás natural pode
ser contabilizada e adicionada á produção de petróleo convencional. Esta fonte
de hidrocarbonetos que aumentará até 2050, em resultado de a produção de gás
natural exceder nesse período a de petróleo, atenuando o declínio da produção
de petróleo convencional, não adiará perceptivelmente o tempo de ocorrência do
"pico" de produção de hidrocarbonetos líquidos.
Situação
mais problemática ainda é a dos xistos betuminosos (shale gas). Os
recursos de
petróleo não convencional são comparáveis com os de petróleo convencional, mas
a fração convertível em reservas exploráveis ascende, nas hipóteses otimistas,
a não mais que 20% desses recursos e a custos técnicos, econômicos e ambientais
substancialmente mais elevados do que os custos do petróleo convencional. O
ritmo de descoberta de novas jazidas de petróleo tem diminuído e as grandes
jazidas vão escasseando. À escala global, o ritmo de consumo já ultrapassou e
vem excedendo, desde 1981 as descobertas de novas províncias petrolíferas. O
pico das descobertas à escala mundial ocorreu em 1964. Como o ritmo das
descobertas deixou de compensar o ritmo de consumo, o balanço é negativo, e as
reservas restantes têm diminuído persistentemente. O "crescimento de
reservas", ou seja, a reavaliação em alta das reservas das províncias petrolíferas
já conhecidas tem decrescido também, e será no futuro mais reduzido do que no
passado. Depois de um século de prospecção em todo o mundo, e de aperfeiçoamentos
científicos e tecnológicos na geofísica e na engenharia do petróleo, sabe-se
hoje virtualmente quase tudo sobre essa matéria, e particularmente sabe-se que recursos
existem e quais os seus limites.
A região
do Golfo Pérsico detém a maior fração das reservas de petróleo existentes. A OPEP, que
assegura atualmente uma fração próxima de 40% do comércio mundial, terá um peso
crescente nesse abastecimento e na formação do preço. A Rússia e a bacia do Cáspio
detêm 15% das reservas mundiais de petróleo convencional. A Rússia mais a bacia
do Cáspio forneceram em 2001 11% da produção mundial de petróleo convencional.
Essa produção poderá aumentar ainda 50%, durante os próximos anos, podendo
contribuir então com 15% da produção mundial. Quanto à Europa Ocidental, a província
petrolífera do Mar do Norte já ultrapassou a sua produção máxima e entrou em
declínio. Descoberta essa província em 1969, a taxa de descoberta atingiu o seu
máximo em 1974 e a taxa de produção o seu apogeu em 2000.
A Europa
terá agora de importar uma crescente quota de petróleo num mercado mundial incerto.
Quanto ao gás natural do Mar do Norte, ele assegura agora 50% do gás natural consumido
na União Europeia. Descoberto em 1965, atingiu o máximo de descoberta em 1979 a
sua produção atingiu o apogeu em 2005, para entrar depois em declínio também. A
Europa depende já, e crescentemente no futuro, do aprovisionamento de gás natural
proveniente do Norte de África e da Rússia. A Noruega dispõe ainda de recursos adicionais
de hidrocarbonetos no Ártico, particularmente gás natural que permitirá manter
e mesmo acrescentar a sua capacidade produtiva, o que atenuará, mas não substituirá
a pressão para as importações de fora da Europa Ocidental. Prevê-se que a produção
mundial de petróleo convencional iniciará então um declínio irreversível que terá
enorme repercussão em todo o mundo. À luz do conhecimento atual, na base dos atuais
dados relativos a reservas e a recursos, descobertos e ainda previsivelmente
por descobrir,
a produção mundial deve ter atingido o seu ponto máximo por volta de 2010.
2.
O petróleo na matriz energética mundial
A demanda
por energia no mundo irá aumentar 35% no período entre 2010 e 2040.
Esta
demanda será impulsionado pelo crescimento populacional que deverá atingir aproximadamente
9 bilhões em 2040 (atualmente a população mundial corresponde a bilhões de
habitantes) e pela duplicação da economia global levando em conta a taxa de crescimento
anual de cerca de 3% em grande parte do mundo em desenvolvimento (Ver o artigo Matriz
energética continua em evolução no website <http://ate2050.blogspot.com.br/2014/03/demanda-por-energia-no-mundocrescera.
html>).
Se as projeções se confirmarem para 2030, os combustíveis fósseis
terão uma
participação de 80% na matriz energética mundial caindo apenas 2% em
relação a
2010 (Ver o artigo de Luiz Costamilan sob o título Futuro da Energia no
Mundo
disponível no website <www.ibp.org.br/services/.../FileDownload.EZTSvc.asp?...2848>).
O artigo
acima citado Matriz energética continua em evolução mostra também que o gás
natural será a fonte de energia que mais crescerá no mundo. A demanda global de gás
natural deverá aumentar cerca de 65% entre 2010 e 2040. Pelas projeções, o gás natural
deverá ultrapassar, em 2025, o carvão como a segunda maior fonte de energia, sendo
superado apenas pelo petróleo. Este artigo mostra ainda que em torno de 65% do crescimento
no fornecimento do gás natural deverá ser proveniente de fontes não convencionais,
como o shale WW, que serão responsáveis por um terço da produção
mundial em
2040. Os Estados Unidos irão liderar a produção de gás não convencional,
sendo
responsável por mais da metade da expansão entre 2010 e 2040. Segundo a pesquisa,
a demanda por petróleo irá crescer aproximadamente 25% no período analisado.
Combustíveis
líquidos como gasolina, óleo diesel e combustível de aviação permanecerão
como a principal escolha energética para a maioria dos transportes por oferecerem
uma combinação única de acessibilidade, disponibilidade, portabilidade e alta
densidade de energia. A energia nuclear também poderá ter crescimento sólido, conduzido
pela região da Ásia-Pacífico, onde se espera que a produção passe de 3%, em 2010,
para quase 9%, em 2040. Fontes de energia renováveis, incluindo as tradicionais
como biomassa, hidráulica e geotérmica, bem como a eólica, solar e de
biocombustíveis crescerão aproximadamente 60%. Energia eólica, solar e de
biocombustíveis provavelmente irão compor cerca de 4% do suprimento de energia
em 2040, superando o 1% registrado em 2010.
Estudo
recente da International Atomic Energy Agency concluiu que, por volta do ano 2030, o
mundo estará fazendo uso de 88,5% a mais de energia em relação à registrada em 1990 e
que a maior parte dela será fornecida pelo carvão, pelo petróleo e pelo gás natural
(Ver a publicação World Energy Demand and Supply do IAEA- International Atomic
Energy Agency no website
< WW.iaea.org/nuclearenergy/.../04_Rogner_World>).
Este é o cenário energético de referência
para os próximos 15 anos, se a atual matriz energética mundial for mantida. Este é,
portanto, o cenário que se descortina para o futuro do planeta se for mantido o modelo de
desenvolvimento atual da sociedade baseado no excessivo consumo de combustíveis
fósseis.
3.
O petróleo e mudança climática catastrófica
No mundo,
petróleo e carvão, sobretudo o petróleo, são responsáveis por 77% das emissões
de dióxido de carbono na atmosfera contribuindo decisivamente para o aquecimento
global do planeta que, se prognostica, poderá levar o planeta a um cenário climático
catastrófico a partir das próximas décadas. O uso de combustíveis fósseis na agricultura
e na pecuária, na indústria, nos transportes, residências e no comércio e na produção
de energia nas usinas termelétricas são os principais vilões do efeito estufa, além
do desmatamento. Se for mantido o ritmo de incremento atual das emissões de gases-estufa,
a temperatura média do planeta deverá se elevar dos atuais 15 graus Centígrados
para 16,5 graus, na melhor das hipóteses, e 19,5 graus na pior das hipóteses no
ano 2025. No ano 2100, a temperatura média global atingirá 18 graus
Centígrados, na melhor das hipóteses, e 29 graus Centígrados na pior das
hipóteses. O valor mais provável para a temperatura média global até o final do
século 21 seria de 19 graus Centígrados (Revista Veja On-line, Aquecimento
Global.
<http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/aquecimento_global/
> e LARARA, Dakir.
Aquecimento
Global e Mudanças Climáticas. Curso de
Geografia ULBRA – Canoas,
<http://www.educacional.com.br>).
Devido ao
efeito estufa, é provável que ocorra redução da precipitação atmosférica, do fluxo dos
rios e dos lençóis freáticos em 50% ou mais que podem até mesmo secar comprometendo
o abastecimento de água das populações e a irrigação na agricultura. Outras
áreas ficarão alagadas pelo excesso de precipitações. O nível dos mares deverá se elevar
que pode resultar na submersão de ilhas e cidades litorâneas. Poderá haver o derretimento
das camadas de gelo depositadas nas calotas polares e nos cumes das grandes
cordilheiras. No ano 2050, o nível dos mares poderá se elevar a 1,17 metros, no
ano 2075 a 2,12 metros e no ano 2100 a 3,45 metros. Um número maior de furacões
arremeteria com o aumento da temperatura global (ALCOFORADO, Fernando. Aquecimento
Global e Catástrofe Planetária, P&A Gráfica
e Editora, Salvador: 2010). A Agência
Internacional de Energia (AIE) advertiu que "o mundo se encaminhará para um futuro
energético insustentável" se os governos não adotarem "medidas
urgentes" para
otimizar os recursos energéticos disponíveis (Ver o artigo AIE: mundo se encaminha
para futuro energético insustentável publicado no
website
<http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/11/aie-diz-que-mundo-se-encaminha-parafuturo-energetico-insustentavel.html>).
Para a AIE, até 2035 seria necessário investimento
mundial de US$ 38 trilhões em infraestrutura energética - dois terços em estados
fora da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) -
para atender a crescente demanda, 90% para abastecer os países emergentes como China
e Índia.
Para
racionalizar o uso dos recursos energéticos disponíveis no planeta, é preciso implantar
um sistema de energia sustentável em escala planetária que contribua para a redução
do consumo de combustíveis fósseis como o petróleo e o carvão. Com o sistema de
energia sustentável, é muito possível que o gás natural passe a ser, entre os combustíveis
fósseis, o recurso energético predominante no futuro. A energia nuclear não será
uma fonte importante de energia em um sistema energético realmente sustentável.
Isto se deve, em grande medida, aos acidentes de Three Mile Island nos Estados
Unidos, Tchernobil na ex-União Soviética e Fukushima no Japão. Um sistema de energia
sustentável somente será possível se a eficiência energética for muito aperfeiçoada.
4.
O uso do petróleo em um sistema sustentável de energia
Para se
implantar um sistema de energia sustentável no futuro, é essencial quadruplicar
a produção mundial de energia renovável. Isso requererá o uso da biomassa e da
energia hidroelétrica, especialmente em países de grande potencial, como é o
caso do Brasil. Exigirá, também, que a energia solar, eólica e geotérmica faça
parte do “mix” energético do mundo. As tecnologias já se acham à disposição
para dar início a essa transição histórica de energias que só ocorrerá com
mudanças fundamentais na política energética na grande maioria dos países.
Para
realizar essas mudanças, o primeiro passo consiste em redirecionar um grande número de
políticas governamentais de modo que se destinem a realizar os objetivos centrais
da eficiência energética e da redução do uso de combustíveis fósseis. Por exemplo:
recompensar a aquisição de veículos automotores eficientes e a fabricação de carros
elétricos, encorajar alternativas de transporte de massa de alta capacidade em substituição
ao automóvel, reestruturar as indústrias de energia e elevar os impostos sobre
o consumo de combustíveis fósseis.
Em um
sistema de energia sustentável, as energias renováveis deveriam ser, no ano 2030, da
ordem de 70% da produção total de energia do planeta, a produção mundial de petróleo
deveria ser reduzida à metade e a de carvão de 90%, enquanto a de fontes de energia
renováveis deveria crescer quase 4 vezes. Estes são os requisitos de um sistema
energético sustentável em todo o mundo. Independentemente das várias soluções
que venham a ser adotadas para eliminar ou mitigar as causas do efeito estufa,
a mais importante é sem dúvidas a adoção de medidas que contribuam para a
eliminação ou redução do consumo de combustíveis fósseis na produção de
energia, bem como para seu uso mais eficiente nos transportes, na indústria, na
agropecuária e nas cidades (residências e comércio), haja vista o uso e a produção
de energia serem responsáveis por 57% dos gases de estufa emitidos pela
atividade humana. Neste sentido, é imprescindível a implantação de um sistema
de energia sustentável. O uso de
fontes de energias renováveis provocará mudanças de grande magnitude em todo o
planeta destacando-se, entre elas, a criação de indústrias totalmente novas, o
desenvolvimento
de novos sistemas de transporte e a modificação da agricultura e das cidades. O
grande desafio que se coloca na atualidade é o de prosseguir com o desenvolvimento
de novas tecnologias que aproveitem eficientemente a energia e utilizem
economicamente recursos renováveis. Este é o cenário energético alternativo que poderá
evitar o comprometimento do meio ambiente global. Isto significa dizer que mudanças
profundas de política energética global devem ser colocadas em prática para reduzir
o consumo de combustíveis fósseis que respondem por 82% dos suprimentos mundiais
de energia.
Percebe-se
pelo exposto que a ameaça de mudança catastrófica no clima poderá fazer com que os
governos em todo o mundo sejam impelidos a reestruturarem radicalmente a matriz
energética de seus países e, consequentemente, de todo o mundo fazendo com que
haja uma redução significativa do consumo dos combustíveis fósseis, especialmente
do petróleo e do carvão no futuro. A primeira grande causa do provável ocaso do
petróleo como fonte de energia no mundo seria a imperiosa a necessidade de
redução das emissões de gases do efeito estufa para evitar uma mudança
catastrófica irreversível no clima da Terra.
5.
A transição entre a abundância e a escassez de petróleo no mundo
A segunda
grande causa do ocaso do petróleo no mundo reside na possibilidade de haver
insuficiência na oferta para atender a demanda. O cientista político americano Michael
Klare, autor do livro Blood and Oil publicado pela Metropolitan Books em 2004,
afirma que o crescimento da demanda por petróleo vai superar a oferta global em
2020 ou 2025, apontando que o mundo vive “o crepúsculo do petróleo”, isto é, um momento de
transição entre a abundância e a escassez.
O
prognóstico de Klare é confirmado pelo geólogo saudita especialista em
petróleo, Sadad I.
Al Husseini, ex-diretor de exploração e produção da Saudi Aramco, que admitiu
uma estagnação da produção do petróleo a partir de 2015. Igualmente alarmante era
a previsão de Al Husseini de que esta estagnação da produção duraria 15 anos,
na melhor das hipóteses, e depois, a produção convencional de petróleo
iniciaria um “declínio progressivo, mas irreversível” (Ver o site
<http://www.energybulletin.net/node/9498>).
Outro fato objetivo é o de que a demanda de petróleo cresce, no momento em que
as reservas se aproximam dos seus limites.
Segundo Klare,
há, no momento, um forte aumento na demanda por petróleo proveniente
da China, Índia, Coréia do Sul, Brasil, México e outras economias em desenvolvimento.
Ao mesmo tempo, constata-se um forte declínio na taxa de novas descobertas
de campos de petróleo.
No
passado, as grandes empresas do setor descobriam mais petróleo por ano do que eram
capazes de extrair, o que não acontece mais hoje em dia. Está havendo na atualidade
mais extração de petróleo do que a capacidade de repor com novas descobertas.
Em sua entrevista já citada, Klare afirma que, se os dois maiores produtores
mundiais de petróleo (Arábia Saudita e Rússia) continuarem aumentando suas
produções nos próximos anos, a era de escassez vai provavelmente começar por
volta de
2020 ou 2025, quando muitos dos grandes campos de petróleo no mundo estarão
esgotados. Entretanto, se a Arábia Saudita e a Rússia não forem capazes de manter o
aumento de suas produções essa era começará mais cedo, talvez ainda a partir de
2015.
Cabe
observar que as 10 maiores reservas de petróleo do mundo em 2007 (em bilhões de barris equivalentes) eram as seguintes: 1º Rússia – 379,1; 2º Irã – 314,3; 3º Arábia Saudita –
308,7; 4º Qatar – 174,6; 5º Emirados Árabes – 135,6; 6º Iraque – 134,9; 7º Kuwait –
112,7; 8º Venezuela – 107,1; 9º Brasil – 94,4 e 10º Nigéria – 69,0. Existe a expectativa
de que as reservas de petróleo do Iraque se esgotem em 158 anos, as da Arábia
Saudita em 67 anos, as da Rússia em 22 anos, as do Brasil em 18 anos e as dos Estados
Unidos em 7 anos (PETROBRAS e BRITISH PETROLEUM. As 10 maiores
reservas
de petróleo do mundo disponível no website
<http://lista10.org/diversos/as-10-maiores-reservas-de-petroleo-do-mundo/>).
Segundo
Igor Fuser, professor da Faculdade Cásper Líbero e autor do livro Petróleo e Poder
– O Envolvimento Militar dos Estados Unidos no Golfo Pérsico (Editora
Unesp, 2008), a
região ampliada do Oriente Médio, que inclui o Norte da África, guarda, no seu subsolo,
mais de 2/3 das reservas de petróleo do mundo. Para Klare, no crepúsculo do petróleo,
ou seja, uma transição entre uma era de petróleo abundante e uma era de escassez
absoluta, o ouro negro não vai desaparecer, mas se mostrará insuficiente para atender
à demanda global. Assim, teremos, periodicamente, momentos de escassez, preços altos
e extrema vulnerabilidade a choques de petróleo. Klare afirma que, por causa da
crescente competição entre Estados Unidos, China, Japão e outros grandes consumidores
pelo acesso ao que sobrará de áreas produtoras no mundo poderão surgir conflitos
militares. (Ver o artigo Em meio a tensão com vizinhos, China vai
aumentarforça costeira, disponível no website
<TTP://www1.folha.uol.com.br/mundo/931433-em-meio-a-tensao-com-vizinhos-china-vai-aumentar-forca-costeira.shtml>).
Em sua
entrevista à Folha de S. Paulo, Klare afirma que haverá um estado de guerra
permanente
porque não há mais novos continentes para descobrir e pilhar pelas grandes potências
colonialistas e imperialistas como no passado. Na atualidade, está havendo extração
de petróleo em cada canto do planeta. Por causa da globalização, mais e mais países
estão competindo pelo acesso a essa oferta remanescente de petróleo e a demanda
está crescendo. Quando essas ofertas se esgotarem, não haverá qualquer outro
lugar para se apoderar a não ser tomar as reservas de petróleo daqueles que as
possuem aguçando ainda mais os conflitos internacionais. O cenário mais
provável é a de que vão ocorrer muitos conflitos localizados que podem detonar
grandes guerras quando as maiores potências se envolverem em conflitos locais,
principalmente no Golfo Pérsico ou na região do mar Cáspio onde os interesses
vitais das grandes potências se interpõem a um caldeirão fervente de disputas
políticas, étnicas e religiosas.
6.
Os substitutos do petróleo e seus derivados
O Quadro
1, a seguir, apresenta os derivados de petróleo, seus usos seus possíveis
substitutos.
Quadro
1- Derivados de petróleo, seus usos e substitutos
Derivados
de petróleo Uso dos derivados de
petróleo
Substitutos
dos derivados
de
petróleo
Querosene
Transporte (aeronaves) Bioquerosene
Gasolina
Transporte (Automóveis
/
Caminhões)
Etanol
/ Veículo elétrico/
Gás
natural
Óleo
diesel Transporte (Caminhões/
Barcos/
Navios)
Biodiesel
Transporte
(Trens) Eletricidade
Setor
Agropecuário Biodiesel
Geração
de energia
elétrica
Biodiesel
/ Biomassa
Óleo
combustível Navios Biodiesel/ Nuclear
Indústria
Gás natural / Biomassa
Geração
de energia
elétrica
Biodiesel
/ Biomassa
GLP
Residências Biogás/ Gás natural
Serviços
Biogás/ Gás natural
O petróleo
deve continuar sendo a maior fonte de energia do planeta durante décadas porque
alimenta principalmente os setores de química e transportes, em forte crescimento,
e para os quais os substitutos existentes ainda não são competitivos. O setor de
transportes, a indústria química e, em menor medida, a calefação são os principais
responsáveis pelo aumento do consumo de petróleo, setores em que sua substituição
não é fácil. Com relação ao aquecedor (calefação), o gás natural é um
possível
substituto. A demanda de gás natural deve, portanto, aumentar bastante: a AIE (Agência
Internacional de Energia) prevê um aumento de 2,1% por ano até 2030 contra apenas
1,3% para o petróleo. Mas o gás natural é mais difícil de transportar e estocar
do que o petróleo, e impõe problemas de dependência energética, sobretudo com
relação à Rússia, primeiro exportador mundial.
No setor
dos transportes, o petróleo é amplamente dominante no mercado mundial com uma
participação de 94%, contra 1% para os biocombustíveis, e 5% para a
eletricidade e o carvão. Outra alternativa para o setor de transportes é a
célula combustível com o uso do hidrogênio que é muito cara e demanda uma
adaptação radical dos veículos. Em longo prazo, o carro elétrico é outra opção
para o setor de transporte, mas precisaria de um forte aumento da produção de
eletricidade. Recentemente, os Estados Unidos desencadearam a exploração do shale
gas que produz óleo com composição semelhante à do petróleo podendo
substituí-lo inteiramente.
7.
O shale gas como combustível substituto do petróleo
A terceira
grande causa do ocaso do petróleo como fonte de energia é representada pela exploração
do shale gas nos Estados Unidos que se tornou uma real alternativa ao petróleo
como combustível fóssil. Nos últimos dez anos, os Estados Unidos se tornaram líderes
na produção de shale gas, graças a novas técnicas inovadoras de
extração. Cabe observar que o shale gas é uma fonte de combustível que,
quando submetido a altas temperaturas, produz óleo com composição semelhante à
do petróleo do qual se extrai nafta, óleo combustível, gás liquefeito, óleo
diesel e gasolina. O gás natural preso em formações de shale gas, cuja
obtenção antes era difícil demais e muito cara, hoje é possível ser obtido
através do método de perfuração do subsolo através do faturamento hidráulico (fracking
em inglês) desenvolvido na década de 1990 com o uso de uma mistura de água,
areia e produtos químicos para perfurar as camadas de xisto e extrair gás
natural dos poros das rochas (Ver o artigo A revolução do gás de xisto nos
EUA: passado e futuro publicado no website
<http://www.wharton.universia.net/index.cfm?fa=viewArticle&id=2256&language=
portuguese>
e ALCOFORADO, Fernando. Impactos da revolução energética dos Estados
Unidos
sobre a indústria de petróleo, a geopolítica, o meio ambiente, o pré-sal no
Brasil
e as energias renováveis. Blog de Falcoforado
Com o uso
do shale gas, a produção americana desse gás passou de praticamente
zero, em 2000, para um nível em que contribui com ¼ do gás natural dos Estados
Unidos e que deverá chegar à metade do total de gás natural no país até 2030,
de acordo com dados do Instituto de Políticas Públicas James A. Baker da
Universidade Rice em Houston, no Texas. Dono da segunda maior reserva do mundo
depois da China de acordo com a EIA- Energy Information Administration, os
Estados Unidos, passaram a deter uma nova e vasta fonte de energia que poderá
ajudar o país a diminuir sua
dependência
do petróleo importado.
O recente
relatório do Belfer Center, baseado em dados de Harvard e intitulado Oil:
The Next Revolution, sugere que a produção de shale gas pode
alcançar aproximadamente 6 milhões de barris por dia nos Estados Unidos até
2020. Considerando-se o potencial da produção norte-americana de petróleo em
plataformas convencionais ou em águas profundas, isso sugeriria que, em 2020,
os EUA poderiam estar perto de alcançar sua independência energética de
petróleo (Ver o website <http://belfercenter.ksg.harvard.edu/publication/22144/oil.html>).
O maior impacto geopolítico da tecnologia de extração de shale gas reside
menos no fato de que os Estados Unidos serão mais autossuficientes em termos
energéticos e mais no consequente
deslocamento dos mercados mundiais de petróleo devido à redução acentuada
de suas importações, sobretudo do Oriente Médio.
Este
impacto geopolítico será reforçado ainda mais pelo desenvolvimento das reservas de shale
gas na China, Argentina, Brasil, Ucrânia e outros países, que colocará
pressão adicional
sobre os preços mundiais do petróleo que tenderá a cair. Os incentivos para o desenvolvimento
do shale gas são muito grandes. A Europa também se beneficiará da revolução
do shale gas, à medida que os preços do petróleo começarem a ser pressionados
para baixo. A China, por sua vez, tem incentivos ainda maiores para desenvolver
o shale gas porque suas reservas recuperáveis são maiores do que as dos
Estados
Unidos, somando 36 trilhões de metros cúbicos, e porque se protegeria de grande
parte do efeito de um bloqueio por parte da Marinha dos Estados Unidos que controla o
Oceano Pacífico impedindo que a maior parte do petróleo chinês chegue por meio
de petroleiros.
O preço do
petróleo caiu vertiginosamente para 50 dólares em 2015, ao invés dos quase 100
dólares dos últimos anos, graças à revolução do shale gas nos Estados
Unidos. O instituto independente Alphavalue prognostica que o shale gas pode
ser responsável por quase metade do consumo energético dos Estados Unidos em
2050. Este estudo foi apresentado exatamente um ano depois que a Agência
Internacional de Energia previu que o preço do barril de petróleo ficaria entre
100 e 118 dólares até 2015. Devido à queda nas importações do produto pelos
norte-americanos, o valor do barril do petróleo caiu em todo o mundo. Foi um
choque monumental. Esta situação fez com que os Estados Unidos, que consomem um
quinto da energia do mundo, se tornassem menos dependentes do petróleo de
países do Golfo Pérsico, da Rússia e da Nigéria, por exemplo (Ver o artigo Gás
de xisto pode derrubar preço do petróleo pela metade, diz estudo publicado
no website <http://www.portugues.rfi.fr/economia/20120927-precodo-
petroleo-poderia-cair-pela-metade-gracas-exploracao-do-gas-de-xisto-diz-e>).
Geopoliticamente,
a revolução do shale gas poderá fortalecer os Estados Unidos e a
China
reduzindo ou eliminando sua dependência energética. Ao mesmo tempo, essa
revolução
será potencialmente desestabilizadora para a Rússia, Irã, Arábia Saudita e
Venezuela,
por exemplo, que dependem da exportação de petróleo. Esta situação poderá criar
desestabilização econômica, política e social nesses países com a emergência de
conflitos sociais de consequências imprevisíveis. Cabe observar que a paulatina
queda dos preços do petróleo desde junho passado até chegar a 57 dólares o
barril de Brent no momento coloca em xeque a economia da Rússia e de outros
países produtores de petróleo que são dependentes de sua receita de exportação.
Uma
hipótese que vem sendo aventada é a de que os Estados Unidos estão por trás da
queda no
preço do petróleo para afetar as economias de países inimigos como a Rússia, Irã
e Venezuela. Por conta da queda dos preços do petróleo, a Rússia está
enfrentando no momento um violento ataque especulativo com a fuga de capitais
do país da qual está resultando uma vertiginosa queda do poder aquisitivo do
Rublo. Os países da OPEP, que passaram mais de dois anos diminuindo sua
produção, compensando assim os aumentos na extração de petróleo bruto por parte
dos países de fora da OPEP, mudaram de estratégia e desde setembro estão
aumentando sua produção contribuindo para a queda no preço do petróleo com o
propósito de inviabilizar os substitutos do petróleo como o shale gas que
só é viável com o preço do barril de petróleo acima de US$ 50. Se, do ponto de
vista geopolítico a queda no preço do petróleo é bom para os Estados Unidos por
prejudicar países inimigos, por outro lado, é negativo se o preço do barril de
petróleo cair abaixo de US$ 50 porque inviabilizaria a exploração do shale
gas.
As
explorações de shale gas começaram em muitos países do mundo, inclusive
na
Polônia,
Ucrânia, Austrália, Grã-Bretanha e também na China. O Reino Unido irá suprir
até 2032,
por conta do shale gas, um quarto de suas necessidades desse tipo de
combustível.
Surgiram também novas tecnologias que possibilitam obter petróleo do
shale
gas. A companhia Japan Petroleum Exploration,
por exemplo, conseguiu obter
combustíveis
líquidos do shale gas, o que, possivelmente, será a solução do problema
de grave
escassez de energia nesse país, que também está relacionado com a recusa, em perspectiva,
da energia atômica pelo Japão (Ver o artigo Revolução de xisto muda
economia
mundial e a geopolítica publicado no website
<http://portuguese.ruvr.ru/2012_10_07/xisto-novo-combustivel-geopolitica/>).
Cabe
observar que o uso do shale gas é extremamente negativo para o meio
ambiente
porque
gera metade das emissões de carbono produzidas pelo carvão contribuindo para o
aumento das emissões de gases do efeito estufa , sobretudo de metano. Além
disso, o fracking (fraturamento hidráulico) utilizado na exploração do shale
gas suscita
preocupações
ambientais como, por exemplo, a contaminação dos lençóis aquíferos
subterrâneos,
caso os túneis não estejam alinhados corretamente e os produtos químicos utilizados
para manter abertos os poros da rocha vazem. A utilização do gás natural a partir
do xisto vem encontrando opositores em várias partes do mundo alegando que o método
fracking pode envenenar reservas subterrâneas de água e até provocar terremotos.
Até agora, o fracking foi banido na França e na Bulgária; suspenso
ou voluntariamente paralisado no Reino Unido, África do Sul, Quebec, partes da
Alemanha e Austrália; e condenado do norte da Espanha até Nova York.
A
revolução energética dos Estados Unidos com base no shale gas tende a se
desenvolver
em várias partes do mundo como tentativa de vários países de se libertarem da
dependência ao petróleo importado, sobretudo dos países do Oriente Médio,
região crítica do ponto de vista geopolítico diante da possibilidade da eclosão
de conflitos regionais que podem desencadear até mesmo um novo conflito mundial
ameaçando o abastecimento deste importante insumo energético. O desenvolvimento
da produção do shale gas impactará fortemente contra a indústria de
petróleo forçando a baixa de seus preços e de sua lucratividade. No Brasil,
poderá haver a inviabilização da produção de petróleo na camada pré-sal que só
seria viável com o preço do barril de petróleo acima de US$ 70 dólares.
8.
Conclusões
Muito
provavelmente, a baixa do preço do barril de petróleo que ocorre atualmente poderá,
não apenas, causar sérios problemas econômicos e financeiros para os países exportadores
de petróleo com a redução de suas receitas de exportação, mas também sustar o
desenvolvimento da exploração do shale gas nos Estados Unidos e no mundo
e impactar negativamente sobre o desenvolvimento das fontes renováveis de
energia que se tornariam menos competitivas dificultando ou inviabilizando
economicamente sua expansão que vem se registrando em todo o mundo nos últimos
anos graças ao aumento do preço do barril de petróleo. Apesar do shale gas se
apresentar como alternativa ao petróleo em face da previsível escassez deste
combustível fóssil e da necessidade de muitos países se tornarem menos
dependentes de seus fornecedores do Oriente Médio, do Irã e da Rússia, sua
introdução na matriz energética mundial não soluciona o problema da emissão de
gases do efeito estufa. Diante da imperiosa necessidade de banir os
combustíveis fósseis para combater o aquecimento global, o ocaso do petróleo será
inevitavelmente acompanhado também da sustação da exploração do shale gas.
Após o
ocaso do petróleo entraremos em uma nova era com o uso generalizado das
energias renováveis (hidráulica,
solar, eólica, hidrogênio, maremotriz, entre outras).
Fernando Alcoforado, 75, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona, http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG,Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011) e Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), entre outros
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