Nasce um paradigma de Juiz
para o Poder Judiciário brasileiro
Se um dia a Operação
Lava-Jato acabar, aplicando severas punições aos corruptos e corruptores,
acredito que os costumes políticos no Brasil vão sofrer sensíveis melhoras em
termos de moralização (acabar a corrupção é impossível). Caso isso venha a
acontecer – e todos nós brasileiros esclarecidos e conscientes esperamos –
tenho absoluta certeza que a História vai registrar um HEROI, principal
responsável pela condução competente e, sobretudo, corajosa dos processos
judiciais: o jovem e talentoso juiz SÉRGIO MORO. É claro que ele está tendo
ajuda decisiva de anônimos procuradores e policiais federais, sem os quais a
gigantesca tarefa falharia. Como se trata de um magistrado modelo e orgulho da
nossa profissão, repasso para vocês, a seguir, um perfil dos traços principais
da personalidade de Moro.
Raymundo Pinto.
NÃO DEIXEM DE LER!
SOBRE O JUIZ FEDERAL PARANAENSE SÉRGIO MORO
SOBRE O JUIZ FEDERAL PARANAENSE SÉRGIO MORO
Vale conhecer.
Dono de estilo reservado e hábitos simples, o juiz da vara federal de Curitiba entrou para a história do País ao levar executivos de empreiteiras para a cadeia e se mostrar implacável no combate à corrupção na política.
Sempre que alguém o compara com Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Sérgio Moro desconversa. Ou melhor, silencia.
O juiz
da 13ª vara federal criminal de Curitiba, que ganhou notoriedade à frente das investigações da Operação Lava-Jato, não gosta desse tipo de comparação nem de especulações sobre o
seu futuro.
seu futuro.
Há alguns anos, rejeitou
sondagens para se tornar desembargador, o que para muitos é degrau natural para galgar a última instância do Judiciário. Moro afastou-se da oferta por desconfiar de
tentativa de cooptação por parte de um figurão da política nacional que temia virar réu num inquérito que chegou à sua mesa. Não fosse isso, ele daria outro jeito de recusar a oferta
por acreditar que ainda há muito o que fazer na primeira instância.
tentativa de cooptação por parte de um figurão da política nacional que temia virar réu num inquérito que chegou à sua mesa. Não fosse isso, ele daria outro jeito de recusar a oferta
por acreditar que ainda há muito o que fazer na primeira instância.
Foi eleito por ISTO É
o "Brasileiro do Ano", Moro não mostra sedução pelo poder da toga.
De hábitos simples, ele faz parte de uma rara safra de juízes que encararam a magistratura como profissão de fé. Não dá entrevista, nem posa para fotos. Dispensa privilégios. Vai para o trabalho todos os dias a bordo de um velho Fiat Idea 2005, prata, bastante sujo e repleto de livros jurídicos empilhados no banco de trás. Antes, chegou a ir de bicicleta.
De hábitos simples, ele faz parte de uma rara safra de juízes que encararam a magistratura como profissão de fé. Não dá entrevista, nem posa para fotos. Dispensa privilégios. Vai para o trabalho todos os dias a bordo de um velho Fiat Idea 2005, prata, bastante sujo e repleto de livros jurídicos empilhados no banco de trás. Antes, chegou a ir de bicicleta.
"Quando eu chego aos lugares, ninguém imagina que é o Juiz Sérgio Moro", conta, sorrindo.
Apesar de ter se tornado o inimigo número 1 de poderosos, prefere andar sem guarda-costas. Quem sempre reclama é a esposa, a advogada Rosângela Wolff de Quadros Moro, procuradora jurídica da Federação Nacional das APAES, instituição dedicada à inclusão social de pessoas com deficiência. A "Sra. Moro" teme pela segurança do marido, e dela mesma, afinal o magistrado se mostrou implacável com a corrupção ao encurralar integrantes do governo do PT e levar, numa ação inédita, executivos das maiores empreiteiras do País à cadeia Nascido em Ponta Grossa há 42 anos, Moro é filho de Odete Starke Moro com Dalton Áureo Moro, professor de geografia da Universidade Estadual de Maringá - morto em 2005.
Antes de ingressar na magistratura, seguiu os passos do pai. Integrou o mesmo Departamento de Geografia da UEM e também deu aula nos colégios Papa João XIII e Dr. Gastão Vidigal.
Obteve os títulos de mestre e doutor em direito do Estado pela Universidade Federal do Paraná. Seu orientador foi Marçal Justen Filho, um dos mais conceituados especialistas em licitações e
contratos. Cursou o Program of Instruction for Lawyers na prestigiada Harvard Law School e participou de programas de estudos sobre lavagem de dinheiro no International Visitors Program
promovido pelo Departamento de Estado americano.
Apesar de ter se tornado o inimigo número 1 de poderosos, prefere andar sem guarda-costas. Quem sempre reclama é a esposa, a advogada Rosângela Wolff de Quadros Moro, procuradora jurídica da Federação Nacional das APAES, instituição dedicada à inclusão social de pessoas com deficiência. A "Sra. Moro" teme pela segurança do marido, e dela mesma, afinal o magistrado se mostrou implacável com a corrupção ao encurralar integrantes do governo do PT e levar, numa ação inédita, executivos das maiores empreiteiras do País à cadeia Nascido em Ponta Grossa há 42 anos, Moro é filho de Odete Starke Moro com Dalton Áureo Moro, professor de geografia da Universidade Estadual de Maringá - morto em 2005.
Antes de ingressar na magistratura, seguiu os passos do pai. Integrou o mesmo Departamento de Geografia da UEM e também deu aula nos colégios Papa João XIII e Dr. Gastão Vidigal.
Obteve os títulos de mestre e doutor em direito do Estado pela Universidade Federal do Paraná. Seu orientador foi Marçal Justen Filho, um dos mais conceituados especialistas em licitações e
contratos. Cursou o Program of Instruction for Lawyers na prestigiada Harvard Law School e participou de programas de estudos sobre lavagem de dinheiro no International Visitors Program
promovido pelo Departamento de Estado americano.
Moro criou varas
especializadas em crimes financeiros na Justiça Federal e traz no currículo outras operações de peso. Presidiu o inquérito da operação Farol da Colina, que
desmontou
uma rede de 60 doleiros, entre eles Alberto Youssef. A investigação fora um desdobramento do caso Banestado, que apurou a evasão de US$ 30 bilhões de políticos por meio das chamadas
contas CC5.
uma rede de 60 doleiros, entre eles Alberto Youssef. A investigação fora um desdobramento do caso Banestado, que apurou a evasão de US$ 30 bilhões de políticos por meio das chamadas
contas CC5.
Moro não se deixa seduzir
pelo poder da toga.
Ciente de que os
mecanismos de lavagem de dinheiro evoluem e se tornam cada vez mais complexos, Moro não para de estudar. É um aficionado pela histórica "Operação Mãos
Limpas". Quando a compara com a Lava Jato, não tem dúvidas: "É
apenas o começo".
O caso que marcou para sempre a política italiana foi deflagrado por um acordo de delação, mecanismo inaugurado anos antes nos processos contra a máfia. Após dois anos de
investigações, a Justiça italiana havia expedido 2.993 mandados de prisão contra empresários e centenas de parlamentares, dentre os quais quatro ex-premiês.
Num artigo sobre o caso italiano em 2004, Moro exalta os chamados "pretori d'assalto", ou "juízes de ataque", geração de magistrados dos anos 1970 na Itália que ganharam espécie e
legitimidade ao usar a lei para "reduzir a injustiça social", tomar "posturas antigovernamentais" e muitas vezes agir "em substituição a um poder político impotente". O juiz se identifica com essa geração e vê no Brasil de hoje um cenário semelhante e propício ao combate à corrupção.
O caso que marcou para sempre a política italiana foi deflagrado por um acordo de delação, mecanismo inaugurado anos antes nos processos contra a máfia. Após dois anos de
investigações, a Justiça italiana havia expedido 2.993 mandados de prisão contra empresários e centenas de parlamentares, dentre os quais quatro ex-premiês.
Num artigo sobre o caso italiano em 2004, Moro exalta os chamados "pretori d'assalto", ou "juízes de ataque", geração de magistrados dos anos 1970 na Itália que ganharam espécie e
legitimidade ao usar a lei para "reduzir a injustiça social", tomar "posturas antigovernamentais" e muitas vezes agir "em substituição a um poder político impotente". O juiz se identifica com essa geração e vê no Brasil de hoje um cenário semelhante e propício ao combate à corrupção.
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