sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O PERFIL DO JUIZ SERGIO MORO

 
Nasce um paradigma de Juiz para o Poder Judiciário brasileiro

Se um dia a Operação Lava-Jato acabar, aplicando severas punições aos corruptos e corruptores, acredito que os costumes políticos no Brasil vão sofrer sensíveis melhoras em termos de moralização (acabar a corrupção é impossível). Caso isso venha a acontecer – e todos nós brasileiros esclarecidos e conscientes esperamos – tenho absoluta certeza que a História vai registrar um HEROI, principal responsável pela condução competente e, sobretudo, corajosa dos processos judiciais: o jovem e talentoso juiz SÉRGIO MORO. É claro que ele está tendo ajuda decisiva de anônimos procuradores e policiais federais, sem os quais a gigantesca tarefa falharia. Como se trata de um magistrado modelo e orgulho da nossa profissão, repasso para vocês, a seguir, um perfil dos traços principais da personalidade de Moro. 
Raymundo Pinto.    
NÃO DEIXEM DE LER!
SOBRE O JUIZ FEDERAL PARANAENSE SÉRGIO    MORO

Vale conhecer.

Dono de estilo reservado e hábitos simples, o juiz da vara federal de Curitiba entrou para a história do País ao    levar executivos de empreiteiras para a cadeia e se mostrar    implacável no combate à corrupção na    política.

Sempre que alguém o compara com    Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal,    Sérgio Moro desconversa. Ou melhor, silencia.

O    juiz da 13ª vara federal criminal de Curitiba, que ganhou notoriedade à frente das investigações da Operação Lava-Jato, não gosta desse tipo de comparação nem de especulações sobre o
seu futuro.
Há alguns anos, rejeitou sondagens para se tornar desembargador, o que para muitos é degrau natural para galgar a última instância do Judiciário. Moro afastou-se da oferta por desconfiar de
tentativa de cooptação por parte de um figurão    da política nacional que temia virar réu num inquérito que chegou    à sua mesa. Não fosse isso, ele daria outro jeito de recusar a    oferta
por acreditar que ainda há muito o que fazer    na primeira instância.
Foi eleito por ISTO É o    "Brasileiro do Ano", Moro não mostra sedução pelo poder da    toga.

De hábitos simples, ele    faz parte de uma rara safra de juízes que encararam a magistratura como    profissão de fé. Não dá entrevista, nem posa para fotos. Dispensa privilégios. Vai para o trabalho todos os dias a bordo de um velho Fiat Idea 2005, prata,    bastante sujo e repleto de livros jurídicos empilhados no banco  de trás. Antes, chegou a ir de bicicleta.
"Quando  eu chego aos lugares, ninguém imagina que é o Juiz Sérgio Moro", conta, sorrindo.

Apesar de ter se    tornado o inimigo número 1 de poderosos, prefere andar sem    guarda-costas. Quem sempre reclama é a esposa, a advogada    Rosângela Wolff de Quadros Moro, procuradora jurídica da Federação Nacional das APAES, instituição dedicada à inclusão social de pessoas com deficiência. A "Sra. Moro" teme pela segurança do marido, e dela mesma, afinal o magistrado se    mostrou implacável com a corrupção ao encurralar integrantes do    governo do PT e levar, numa ação inédita, executivos    das maiores empreiteiras do País à cadeia Nascido em Ponta    Grossa há 42 anos, Moro é filho de Odete Starke Moro com Dalton    Áureo Moro, professor de geografia da Universidade  Estadual    de Maringá - morto em 2005.

Antes de    ingressar na magistratura, seguiu os passos do pai. Integrou o    mesmo Departamento de Geografia da UEM e também deu  aula nos colégios Papa João XIII e Dr. Gastão    Vidigal.

Obteve os títulos de    mestre e doutor em direito do Estado pela Universidade Federal do    Paraná. Seu orientador foi Marçal Justen Filho, um    dos mais conceituados especialistas em licitações e
contratos.    Cursou o Program of Instruction for Lawyers na prestigiada    Harvard Law School e participou de programas de estudos sobre    lavagem de dinheiro no International Visitors Program   
promovido  pelo Departamento de Estado    americano.
Moro criou varas especializadas em crimes financeiros na  Justiça Federal e traz no currículo outras operações de peso. Presidiu o    inquérito da operação Farol da Colina, que desmontou
uma rede de 60 doleiros,    entre eles Alberto Youssef. A investigação fora um desdobramento do caso    Banestado, que apurou a evasão de US$ 30 bilhões de políticos por meio das chamadas
contas CC5. 
Moro não se deixa seduzir pelo poder    da toga.
Ciente de que os mecanismos de lavagem de dinheiro evoluem e se tornam cada vez mais complexos,    Moro não para de estudar. É um aficionado    pela histórica "Operação Mãos Limpas".   Quando a compara com a Lava Jato, não tem    dúvidas: "É apenas o começo".

O caso que marcou para sempre a política italiana foi deflagrado por um acordo de delação, mecanismo inaugurado anos antes nos processos contra a máfia. Após dois anos de   
investigações, a Justiça italiana havia expedido 2.993 mandados de prisão contra empresários e centenas de parlamentares, dentre os quais quatro ex-premiês.

Num artigo sobre o caso italiano em 2004, Moro exalta os chamados "
pretori    d'assalto", ou "juízes de ataque", geração de magistrados dos    anos 1970 na Itália que ganharam espécie e
legitimidade ao usar a    lei para "reduzir a injustiça social", tomar "posturas    antigovernamentais" e muitas vezes agir "em substituição    a um poder político impotente". O juiz se identifica com essa geração e vê no Brasil de hoje um cenário semelhante e propício ao combate à corrupção.

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