terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

PREFEITO ACM NETO QUER DE VOLTA O CARNAVAL DE RUA EM SALVADOR

Carnaval / Cidade
  

 POR
Victor Pinto
 Autointitulado como prefeito folião, ACM Neto (DEM) foi conferir de perto, ontem, as movimentações do Furdunço no bairro da Barra, evento que classificou como “a abertura do Carnaval do Brasil”.
Em coletiva com a imprensa, na sede da prefeitura bairro, o democrata, ao comentar a ideia do projeto e solidificação que ele poderá trazer para os carnavais futuros, ao ser indagado se a forma da folia a ser seguida adiante será essa, confirmou e discorreu que o festejo precisa da “participação do povo”. “Precisamos resgatar a rua”, alegou.
“Depois de tantos anos, precisa se renovar. Não existe Carnaval em camarote. Ele passa pela rua e precisa da participação popular, vendo o folião brincar atrás do trio, minitrio ou da banda de fanfarra. Se esse movimento se consolidar, pode significar a abertura de um novo momento do futuro do Carnaval de Salvador”, afirmou.

Sobre os investimentos privados na folia, o chefe do Palácio Thomé de Souza ressaltou que os investidores estão enxergando novas possibilidades. “Eu acho que a cada ano os empresários vão enxergando maiores oportunidades no Carnaval. Exemplo disso que este ano não temos um patrocinador público, todos são privados. Se você perceber, ao longo do circuito, o que o patrocinador pode aproveitar para divulgar a marca e promover o trabalho, poderá ser feito. Isso vai se consolidar cada vez mais. Hoje o Carnaval de Salvador é autossustentável graças às apostas das grandes empresas”, assegurou.
. “Eu não tenho dúvida que esse evento vai ser o abre-alas do Carnaval do Brasil. Este é o primeiro ano, claro que na estreia existe sempre um teste, e vamos consolidar isso. Vamos conseguir fazer que nos próximos anos a folia comece no domingo aqui em Salvador”, disse.
O político justificou que o adiantamento tem a possibilidade de girar a economia local para segurar o público turístico. “Queremos antecipar a chegada dos turistas. Isso tudo resulta em mais empregos, maior movimentação econômica e maior renda e distribuição para a população de Salvador”, apontou. “O desejo da prefeitura é consolidar esse movimento para os próximos anos”, complementou.
Questionado sobre quais novidades o evento deste ano traz em comparação a 2014, ACM Neto lembrou que a marca é a aproximar o povo da festa.
“A gente vai aprimorando a cada ano. Primeiro aprofundar a participação popular, depois garantir mais espaços para as pessoas, como fizemos ano passado no Campo Grande. Esse ano teremos Vila Infantil, DJ na Barra com a possibilidade da programação ficar até mais tarde, com música eletrônica. Tem muitas coisa boa para acontecer”, disse.
Outro assunto que rendeu polêmica nos últimos anos foi a participação ou não do cantor Igor Kannário no Carnaval soteropolitano.
O prefeito afirmou que ouviu a demanda popular nas ruas, nos bairros e na internet e se articulou para possibilitar a participação do artista na folia. “Eu pedi a Isaac, o presidente da Saltur, que entrasse em contato com os produtores de Igor Kannário para garantir que ele possa tocar no Carnaval de Salvador. O desejo da prefeitura é que ele possa tocar, e nós vamos fazer o que for necessário para que ele se apresente”, contou.
Segundo o prefeito, é necessário que a incitação à violência durante a apresentação fique longe dos palcos. “Isso tem que acontecer em segurança, em paz, não pode ter incitação à violência. É preciso ter absoluta harmonia com a polícia na rua. A gente quer Igor Kannário, eu quero, os fãs dele querem, mas é fundamental que isso aconteça com segurança”, concluiu o prefeito.

Petrobras
Na coletiva, ainda sobre os investimentos, possibilidade de parcerias e recusas de patrocínios, ACM Neto não perdeu a oportunidade para atacar a Petrobras, empresa que passa por um período nebuloso em sua carreira empresarial e que, este ano, não entrou na cota de financiadores da folia.
“A Petrobras não entrou. Ela abandonou a cidade, e aí eu protesto, pois eu acho que a desordem do Petrolão, o dinheiro que tinha que ser investido em coisas boas para o povo, como o Carnaval de Salvador, foi desviado para tanta corrupção que o Brasil está vendo aí”, atacou.
Sobre a possibilidade do governo do estado assumir parceria na divisão das responsabilidade da coordenação da festa, o prefeito disse que não vê problema, mas enfatizou que o trabalho é feito o ano inteiro. “O Carnaval funciona em 12 meses. Nosso desejo é que o governo do estado possa participar nos 12 meses da festa, da organização. Eu não tenho nenhum problema em dividir toda tarefa com o governo. Agora, sabendo que a prefeitura trabalha de quarta de cinzas de um ano, para quarta de cinzas do outro”, contou.
“Se o governo quiser se engajar nessa proposta, nesse trabalho e na divisão, não tem nenhum problema, não temos nenhuma vaidade nesse sentido, mas temos uma festa que dá muito trabalho o ano inteiro”, complementou.
Já sobre a possibilidade ou não de negociação para a folia deste ano, o democrata afirmou que houve conversa, mas não se chegou em um denominador comum. A respeito da dívida de R$ 2 milhões do Carnaval do ano passado, ACM Neto diz que espera que o trato seja honrado.
“Todo mundo sabe que a prefeitura espera que a dívida do passado possa ser paga, mas, no entanto, não há nenhuma vontade nossa de gerar atrito ou constrangimento com o governo do estado, pois o Carnaval é o momento da festa e da alegria, não é o momento do stress”, encerrou.

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