Carnaval / Cidade
POR
Victor
Pinto
Autointitulado
como prefeito folião, ACM Neto (DEM) foi conferir de perto, ontem, as
movimentações do Furdunço no bairro da Barra, evento que classificou como “a
abertura do Carnaval do Brasil”.
Em coletiva
com a imprensa, na sede da prefeitura bairro, o democrata, ao comentar a ideia
do projeto e solidificação que ele poderá trazer para os carnavais futuros, ao
ser indagado se a forma da folia a ser seguida adiante será essa, confirmou e
discorreu que o festejo precisa da “participação do povo”. “Precisamos resgatar
a rua”, alegou.
“Depois de
tantos anos, precisa se renovar. Não existe Carnaval em camarote. Ele passa
pela rua e precisa da participação popular, vendo o folião brincar atrás do
trio, minitrio ou da banda de fanfarra. Se esse movimento se consolidar, pode
significar a abertura de um novo momento do futuro do Carnaval de Salvador”,
afirmou.
Sobre os
investimentos privados na folia, o chefe do Palácio Thomé de Souza ressaltou
que os investidores estão enxergando novas possibilidades. “Eu acho que a cada
ano os empresários vão enxergando maiores oportunidades no Carnaval. Exemplo
disso que este ano não temos um patrocinador público, todos são privados. Se
você perceber, ao longo do circuito, o que o patrocinador pode aproveitar para
divulgar a marca e promover o trabalho, poderá ser feito. Isso vai se
consolidar cada vez mais. Hoje o Carnaval de Salvador é autossustentável graças
às apostas das grandes empresas”, assegurou.
. “Eu não
tenho dúvida que esse evento vai ser o abre-alas do Carnaval do Brasil. Este é
o primeiro ano, claro que na estreia existe sempre um teste, e vamos consolidar
isso. Vamos conseguir fazer que nos próximos anos a folia comece no domingo
aqui em Salvador”, disse.
O político
justificou que o adiantamento tem a possibilidade de girar a economia local
para segurar o público turístico. “Queremos antecipar a chegada dos turistas.
Isso tudo resulta em mais empregos, maior movimentação econômica e maior renda
e distribuição para a população de Salvador”, apontou. “O desejo da prefeitura
é consolidar esse movimento para os próximos anos”, complementou.
Questionado
sobre quais novidades o evento deste ano traz em comparação a 2014, ACM Neto
lembrou que a marca é a aproximar o povo da festa.
“A gente
vai aprimorando a cada ano. Primeiro aprofundar a participação popular, depois
garantir mais espaços para as pessoas, como fizemos ano passado no Campo
Grande. Esse ano teremos Vila Infantil, DJ na Barra com a possibilidade da
programação ficar até mais tarde, com música eletrônica. Tem muitas coisa boa
para acontecer”, disse.
Outro
assunto que rendeu polêmica nos últimos anos foi a participação ou não do
cantor Igor Kannário no Carnaval soteropolitano.
O prefeito
afirmou que ouviu a demanda popular nas ruas, nos bairros e na internet e se
articulou para possibilitar a participação do artista na folia. “Eu pedi a
Isaac, o presidente da Saltur, que entrasse em contato com os produtores de
Igor Kannário para garantir que ele possa tocar no Carnaval de Salvador. O
desejo da prefeitura é que ele possa tocar, e nós vamos fazer o que for
necessário para que ele se apresente”, contou.
Segundo o
prefeito, é necessário que a incitação à violência durante a apresentação fique
longe dos palcos. “Isso tem que acontecer em segurança, em paz, não pode ter
incitação à violência. É preciso ter absoluta harmonia com a polícia na rua. A
gente quer Igor Kannário, eu quero, os fãs dele querem, mas é fundamental que
isso aconteça com segurança”, concluiu o prefeito.
Petrobras
Na
coletiva, ainda sobre os investimentos, possibilidade de parcerias e recusas de
patrocínios, ACM Neto não perdeu a oportunidade para atacar a Petrobras,
empresa que passa por um período nebuloso em sua carreira empresarial e que,
este ano, não entrou na cota de financiadores da folia.
“A
Petrobras não entrou. Ela abandonou a cidade, e aí eu protesto, pois eu acho
que a desordem do Petrolão, o dinheiro que tinha que ser investido em coisas
boas para o povo, como o Carnaval de Salvador, foi desviado para tanta
corrupção que o Brasil está vendo aí”, atacou.
Sobre a
possibilidade do governo do estado assumir parceria na divisão das
responsabilidade da coordenação da festa, o prefeito disse que não vê problema,
mas enfatizou que o trabalho é feito o ano inteiro. “O Carnaval funciona em 12
meses. Nosso desejo é que o governo do estado possa participar nos 12 meses da
festa, da organização. Eu não tenho nenhum problema em dividir toda tarefa com
o governo. Agora, sabendo que a prefeitura trabalha de quarta de cinzas de um
ano, para quarta de cinzas do outro”, contou.
“Se o
governo quiser se engajar nessa proposta, nesse trabalho e na divisão, não tem
nenhum problema, não temos nenhuma vaidade nesse sentido, mas temos uma festa
que dá muito trabalho o ano inteiro”, complementou.
Já sobre a
possibilidade ou não de negociação para a folia deste ano, o democrata afirmou
que houve conversa, mas não se chegou em um denominador comum. A respeito da
dívida de R$ 2 milhões do Carnaval do ano passado, ACM Neto diz que espera que
o trato seja honrado.
“Todo mundo
sabe que a prefeitura espera que a dívida do passado possa ser paga, mas, no
entanto, não há nenhuma vontade nossa de gerar atrito ou constrangimento com o
governo do estado, pois o Carnaval é o momento da festa e da alegria, não é o
momento do stress”, encerrou.
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