Por
Helô
Sampaio
Curtindo
o friozinho de arrepiar e a garoa paulistana com Ana, minha irmã, eu me sentia
feliz por estar em casa do meu irmãozinho Paulo, que estava muito realizado com
o lançamento, a aceitação e a repercussão do seu livro, A Desconstrução de um
Sonho. Mas já pensava na volta para a Bahia, em sentir o
sol ‘caliente’ da minha terrinha, ver o ‘marzão’ azul transparente,
comer um abará, e enfim, voltar para o aconchego dos amigos... Saudade é um
trem bom!
E
finalmente embarcamos para a cidade do São Salvador da Bahia. Chegamos debaixo
de um toró de dar gosto, de matar de inveja a qualquer Cantareira, com a água
batendo no meio da canela. O Rio Vermelho desmoronava, soterrando o povo. E Ana
ficou preocupada com a filhota Gianna, que não é boa de natação, mas é boa de
volante. Ligamos e felizmente estava tudo bem com ela e com
as ‘fofuras’ gêmeas, Nina e Lara. E assim Ana pode seguir tranquila
para ir ‘nadar’ nas ondas do rio Cachoeira, em Itabuna.
Eu
fiquei por aqui, me debatendo nas piscinas das ruas inundadas. Ah! Minha
Salvador, cidade de Verão. Não pode ver água que se desmancha. Eu, como todo
bom baiano, só saio de casa se não tiver outro jeito. ‘O-deio’ ficar em
engarrafamento, vendo a água subir. Morro de medo. ‘Qualé’, ‘fio’, tá pensando
que eu sou esta mulher toda? Sou, não, ‘nêgo’, a fortaleza é só aparência.
Estar no meio da rua na chuvarada, me apavora. Já pensei até em alugar um
caminhão para os dias de toró. Só falta isso pra completar a neura.
Mas
nem tudo foi alagado somente pela água da chuva. Cheguei a tempo de assistir ao
chororô da galera rubro-negra pela ‘trieliminação’, pela ‘triderrota’ para o
‘vovô’ Ceará. Que bateu no ‘Vicetória’ em 2013, 14 e 15. Ah! Fiquei furiosa.
Não gosto que o nosso leãozinho vire saco de pancadas de um time qualquer, quanto
mais do vovô cearense. Inda mais que já tinha perdido o Baiano para o Colo Colo
de Ilhéus, meu primeiro time, que eu torcia quando adolescente. O Leãozinho só
pode perder pro meu ‘Bahêa’. He-he!
O
bom é que no outro dia, o meu tricolor de aço deu uma ‘coça’ em outro
rubro-negro, o leão do Sport do ‘Ricifi’. Foi outro ‘chororô’. As más línguas
logo disseram que ninguém podia passar no Largo Dois Leões, tantas foram as
lágrimas dos dois felinos. Choravam e rugiam prometendo vingança. Ai, que medo!
Mas
vamos deixar os gatinhos, digo, leõezinhos se consolando e ver como a minha
terrinha é privilegiada: poucos momentos após os torós, abre um solzão
maravilhoso, como se dissesse ‘fui ali, mas já voltei’. Aí, eu volto à alegria.
Quem quiser que goste de chuva e de frio. Eu gosto mesmo é do calorzão, do sol
quente, delicioso, acariciando a nossa pele. Morro de suor, mas fico feliz.
E
já que estamos falando de coisas gostosas, vamos preparar este doce de leite
macio, receita de minha amiga de infância, Mariluzia, que quando criança era
conhecida como Bau de Pedro Bispo, que era seu pai. E também era conhecido como
Pedro Bronca, pois já gostava de dar uma bronca quando nós, crianças pintonas,
ou melhor, ‘crionças’, subíamos no pé de carambola que tinha no fundo da
casa dele. Na hora que avisavam: Pedro Bispo tá chegando, era um tal de menino
cair da árvore que nem carambola madura. ‘Crionça’ pra tudo que é
lado. E a gente pulava sem medo da queda. O medo era de Pedro Bronca. E dona
‘Zefa’, mãe de Bau, fazia esse doce para a garotada se fartar, enquanto Pedro
Bronca não chegava. Eh! Tempo bom demais, da minha Ibicaraí.
Doce de Leite Macio de Mariluzia
Ingredientes:
-- 1 lata de leite condensado (395g)
-- 1 xícara (chá) de açúcar
-- 1 xícara (chá) de leite
-- 1 lata de leite condensado (395g)
-- 1 xícara (chá) de açúcar
-- 1 xícara (chá) de leite
Modo de fazer:
-- Colocar em uma panela grossa o leite condensado, o açúcar e o leite.
-- Levar ao fogo, mexendo sempre, até cozinhar bem, ficar cremoso, engrossar e desgrudar do fundo da panela.
-- Retirar a panela do fogo.
-- Mexer rapidamente com uma colher até perder o brilho.
-- Untar uma bancada ou assadeira com manteiga.
-- Despejar o doce sobre a manteiga e ajeitar até formar um quadrado.
-- Cortar com a faca no formato desejado. O doce ainda estará morno.
-- Deixar esfriar e servir. Todos que provam dizem que é um manjar dos deuses.
-- Colocar em uma panela grossa o leite condensado, o açúcar e o leite.
-- Levar ao fogo, mexendo sempre, até cozinhar bem, ficar cremoso, engrossar e desgrudar do fundo da panela.
-- Retirar a panela do fogo.
-- Mexer rapidamente com uma colher até perder o brilho.
-- Untar uma bancada ou assadeira com manteiga.
-- Despejar o doce sobre a manteiga e ajeitar até formar um quadrado.
-- Cortar com a faca no formato desejado. O doce ainda estará morno.
-- Deixar esfriar e servir. Todos que provam dizem que é um manjar dos deuses.
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