Aviação
P51
O caça
Mustang foi decisivo para que as forças aéreas aliadas conseguissem o domínio dos
céus, até então em poder das forças inimigas
O Mustang foi concebido, projetado e construído
pela North American Aviation (NAA), em resposta a uma especificação da Grã-Bretanha.
O protótipo NA-73X voou pela primeira vez em 26 de outubro de 1940. O caça fora
originalmente projetado para utilizar o motor Allison V-1710, certificado
para baixas altitudes, e voou operacionalmente pela primeira vez com a Royal
Air Force(RAF) britânica, nas missões de reconhecimento aéreo e ataque
ao solo. A versão definitiva, o P-51D, era impulsionado pelo Packard V-1650-7,
uma versão do Rolls-Royce Merlin produzida sob licença, e armado com
seis metralhadoras M2 Browning . 50 (12,7mm).
A partir do final de 1943, os P-51B (e também P-51D
desde a metade de 1944) foram usados pela Oitava Força Aérea da USAAF para
escoltar bombardeiros pesados em missões sobre a Alemanha. Já a RAF e a
Nona Força Aérea da USAAF usavam os Mustangs motorizados com Merlin como
caças-bombardeiros, ajudando a consolidar a superioridade aérea dos Aliados
em 1944. O P-51 também foi usado em outras frentes Aliadas, como o Norte
da África, Mediterrâneo e Itália, além de limitado serviço contra o Japão na Guerra
do Pacífico.
No início da Guerra da Coreia, o Mustang era o
principal caça usado pelas Nações Unidas até que os caças a jato, incluindo
o F-86, ocupassem seu lugar, com o Mustang passando a ser usado como
caça-bombardeiro para ataques ao solo. Apesar do surgimento dos caças a jato, o
Mustang permaneceu em serviço em algumas forças aéreas até o início da década
de 1980. Depois da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coreia, muitos
Mustangs foram convertidos para uso civil, especialmente para corridas
aéreas.
A
utilização em larga escala da versão C do P-51 Mustang pelas forças aéreas dos Estados
Unidos e Grã-Bretanha na Segunda Grande Guerra foi decisiva para
o sucesso e continuidade dos bombardeios de longo alcance sobre a
Europa ocupada pela Alemanha e seus aliados, a partir do final
de 1943. A aeronave era capaz de, com um tanque de combustível extra,
poder atingir autonomia de voo que lhe permitia escoltar na ida e na
volta os bombardeiros aliados, tendo capacidade de combate similar
aos caças europeus da época.
Antes da introdução do P-51, os bombardeiros
pesados aliados B-17 e B-24 dispunham de escolta por
caças P-47 Thunderbolt apenas em parte do caminho até o alvo a ser
bombardeado, devido ao curto alcance daqueles caças. A Luftwaffe rapidamente
aprendeu a atacar os bombardeiros fora do alcance dos caças de escolta,
causando perdas bastante severas. O P-51, com sua capacidade de penetrar
profundamente no território inimigo em missões defensivas de escolta ou
ofensivas diretas contra os caças alemães em seu próprio território, foi
responsável, em boa parte, pelo sucesso aliado em anular a Luftwaffe e
prejudicar o poderio industrial à serviço da Alemanha.
Sua
utilização foi igualmente decisiva na Guerra do Pacífico. A partir
do segundo semestre de 1944, o P-51 foi utilizado com o mesmo fim: ataques
aos caças nipônicos em território inimigo e, principalmente a partir de
fevereiro de 1945, como caça de
escolta aos bombardeiros americanos, tendo como base principal o aeródromo de Iwojima.
Note-se que o último contra-ataque japonês nesta batalha foi um ataque noturno
justamente contra o acampamento dos pilotos de P-51.
Seus principais defeitos, a fragilidade do sistema
de refrigeração líquida ante ao fogo antiaéreo de pequeno
calibre, e a instabilidade de voo para manobrar quando armado com bombas ou
foguetes, fez com que, para ataques terrestres, os aliados ocidentais tanto na Europa
quanto no oriente, privilegiassem a utilização de outros aviões para este fim,
como o Republic P-47 Thunderbolt, que usava motor radial com refrigeração
a ar.
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