domingo, 3 de maio de 2015

PELO MEU CORPO PASSO DE VIRGÍNIA ANDRADE

Literatura/Poema
  


Virgínia, poeta baiana, nasceu em Salvador em 09 de abril de 1954 e morreu em 18 de maio de 1984. Os gênios morrem cedo! Há exceções

Pelo meu corpo, eu passo e digo:
Oi, estranho!
E sigo meu caminho de responsabilidades.
Ao meu rosto, eu olho e digo:
Ora, espelho!
E sigo em gestos circunspectos e esqueço

Os sentimentos, eu sinto e digo:
Façam silêncio!
E sigo a sufocar vulcões
Lobo em estreita pele de carneiro.

À minha voz, escuto e digo:
Quanto perigo!
E sigo emaranhando palavras na garganta.
Aos pensamentos, tento não dar atenção.
Não digo nada não.


E sigo, ateu perdido em terra santa.
Ao mais estranho, encaro e digo:
Alô, irmão.
E sigo sabendo que por mais que estranho
Me pareça,
Não estará mais distante de mim
Do que em mesma.

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