Ciência/Espaço
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Na semana passada,
a comunidade científica mundial presenciou uma das missões espaciais mais
fascinantes dos últimos tempos: depois de viajar por mais de nove anos, a sonda
New Horizons, da Nasa, se aproximou de Plutão e capturou imagens que mostram o
planeta anão como nunca antes.
O momento mais emocionante já passou, mas a missão está longe de sua
conclusão. Nos próximos 16 meses a nave, agora a caminho de outros objetos que
estão no cinturão de asteroides de Kuiper, vai continuar enviando tudo o que
registrar durante a expedição. A interpretação destes dados pode demorar anos.
Mas, além deste projeto, há outros que prometem surpreender os
cientistas nos próximos anos. Veja abaixo quais são.
ExoMars
O veículo robótico
viajará para Marte em 2018
A missão ExoMars visa descobrir, basicamente, se há ou já existiu vida
em Marte. Trata-se se um programa conjunto entre a Agência Espacial Europeia
(ESA, na sigla em inglês) e a Roscosmos, a agência russa.
Se já existiu vida em Marte, o mais provável é que isto ocorreu nos
primeiros bilhões de anos depois da formação do planeta, quando sua superfície
era mais quente e úmida do que no presente.
Em 2016, a ESA vai enviar uma nave para pegar amostras da atmosfera
marciana e, em 2018, enviará um veículo de seis rodas que pode perfurar o solo
chegando até dois metros de profundidade, para buscar eventual matéria orgânica
preservada da intensa radiação que o planeta recebe em sua superfície.
Ainda não foi definido o local exato do pouso do veículo, mas será em
uma área que mostre evidências de erosão por água no passado.
Missão de redirecionamento de asteroides
Se a missão Rosetta - bem-sucedida em seu objetivo de pousar em um
asteroide - já parecia ambiciosa, esta será ainda mais.
O plano da Missão de Redirecionamento de Asteroides (ARM, na sigla em
inglês), da Nasa, consiste em identificar, capturar e fazer o traslado de um
asteroide para uma órbita ao redor da Lua para que astronautas, no futuro,
possam se aproximar e obter amostras.
A missão
contribuiria para o desenvolvimento de tecnologia que pode ser útil para
desviar asteroides perigosos que venham na direção da Terra
A missão ainda está na fase de planejamento, mas se conseguir o
financiamento, começará em 2020.
A análise destas rochas espaciais pode fornecer dados importantes sobre
a origem do Sistema Solar, segundo os defensores do projeto.
Por outro lado, a missão contribuiria para o desenvolvimento da
tecnologia que poderia ser útil para desviar qualquer asteroide perigoso que
chegue perto demais da Terra, de acordo com os cientistas.
A Nasa tem em vista seis possíveis asteroides, apesar de a agência ainda
não ter decidido como o escolhido será capturado. Uma das possibilidades inclui
até envolver a rocha em uma bolsa inflável.
Júpiter
Os cientistas
suspeitam que embaixo da capa de gelo das luas geladas de Júpiter existem
oceanos de água em estado líquido
A ESA também tem previsão de enviar em 2022 uma nave para estudar as
luas geladas de Júpiter.
A nave, que demorará cerca de oito anos para chegar, sobrevoará Calisto
e Europa antes de pousar em Ganimedes, a maior lua do Sistema Solar.
Ganimedes é a única lua do Sistema Solar que gera seu próprio campo
magnético.
A sonda fará observações durante três anos. Os cientistas acreditam que
abaixo da capa gelada destes satélites de Júpiter existam oceanos de água
líquida.
Solar Orbiter
A sonda Solar
Orbiter será submetida a temperaturas de 520 graus
Com a data de lançamento prevista para 2018, a sonda Solar Orbiter
(também da ESA) será a primeira a chegar mais perto do Sol, orbitando a apenas
42 milhões de quilômetros da estrela.
Naquela região a intensidade da radiação solar é 13 vezes superior à
registrada na Terra e as temperaturas podem chegar aos 520 graus.
Ela fará fotografias e medições desde a órbita interna do planeta
Mercúrio para obter dados que permitam conhecer melhor a dinâmica do Sol.
A missão visa aprofundar os conhecimentos sobre o funcionamento do Sol e
sua influência sobre a vizinhança, especialmente o modo como gera e acelera o
fluxo de partículas carregadas que envolvem o resto dos planetas.
Orion
Em 2014 a nave
Orion fez um voo não tripulado de cerca de quatro horas para testar sua
tecnologia
A nave Orion, da Nasa, está projetada para levar até seis astronautas
até as profundezas do espaço.
O objetivo final é levar o homem a Marte até o meio da década de 2030.
A nave já foi colocada à prova em 2014, com sucesso, em um voo não
tripulado. A primeira missão tripulada deve ocorrer em 2021.
Telescópio James Webb
T
O telescópio é tão
grande que não cabe aberto no lançador (Foto: NIRSpec)
Este telescópio espacial tentará substituir o Hubble.
Os cientistas afirmam que ele tem uma potência cem vezes superior ao
antecessor e poderá obter imagens sem precedentes das primeiras galáxias que
formaram no início do Universo.
O espelho principal deste telescópio tem um diâmetro de 6,5 metros (em
comparação aos 2,4 m do Hubble) e está formado por 18 espelhos hexagonais que,
juntos, formam um.
É tão grande que não cabe dentro do lançador. Os espelhos irão dobrados
e vão se desdobrar uma vez que o aparato todo já esteja no espaço.
Ao invés de orbitar ao redor da Terra como o Hubble (uma vez a cada
aproximadamente 97 minutos a uma altura entre 550 e 600 quilômetros), o James
Webb ficará em um ponto conhecido como Lagrange 2, a 1,5 milhão de quilômetros
de nosso planeta.
O telescópio orbitará ao redor do Sol, conservando esta distância da
Terra.
Sua data de lançamento é outubro de 2018.
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