História
A ACRÓPOLE – ATENAS, GRÉCIA.
A Acrópole de Atenas é a mais
conhecida e famosa acrópole do
mundo. Embora existam muitas
outras acrópoles na Grécia, o significado da Acrópole de Atenas é tal
que é comumente conhecida como A
Acrópole, sem qualificação. É uma colina rochosa
de topo plano que se ergue 150 metros acima do nível do mar, em Atenas, capital da Grécia, e abriga algumas das mais famosas edificações do mundo antigo, como
o Partenon e o Erecteion.
As acrópoles da Antiga Grécia eram, como o próprio nome diz, "cidades
altas" (do grego ἄκρος,
"alto", e πόλις, "pólis");
construídas no ponto mais elevado das cidades, serviam originalmente como
proteção contra invasores de cidades inimigas, e quase sempre eram cercadas por
muralhas. Com o tempo, passaram a servir como sedes administrativas civis ou
religiosas. A Acrópole de Atenas foi construída por volta de 450 a.C., sob a administração do célebre estadista Péricles; foi dedicada a Atena,
deusa padroeira da cidade. A maior parte das estruturas da Acrópole de Atenas
estão em ruínas; entre as que ainda estão de pé, estão o Propileu, o portal para a parte sagrada da Acrópole; o
Partenon, templo principal de Atenas; o Erecteu, templo dos deuses do campo, e
o Templo de Atena Nice, simbólico da harmonia do estado de Atenas.
A acrópole se destaca na paisagem da Ática com
seus paredões em degrau em três lados. É acessível a pé somente pelo oeste,
onde é ligada à colina do areópago por uma estreita passagem. É formada por
camadas de pedra calcária azul-cinzenta, muito dura mas permeável, que se
apoiam sobre camadas de xisto arenoso,
macio como a pedra calcaria mas impermeável. Este arranjo leva à formação de
fontes de água e lapas no pé da colina, que são fatores de atração para
habitação humana sobre e ao redor da colina desde a pré-história.
Reconstrução da Acrópole e do Areópago em
Atenas, Leo von Klenze, 1846.
Os artefatos mais antigos datam de meados do
período Neolítico, embora existam habitações documentadas
na Ática do
começo deste período, cerca de 6000 a.C. Na Idade do Bronze, existem poucas dúvidas que existiu um mégaro micénico no topo da colina, servindo de habitação para
o potentado local seus agregados, oficinas, locais de culto e habitações
comuns. O local era cercado por uma muralha chamada ciclópica (entre 4,5 e 6 metros de
largura), consistindo de dois parapeitos construídos com largos blocos de pedra
e agregados com uma argamassa de terra chamada emplekton. A parede
segue a típica forma micénica, onde o portão era oblíquo, com um parapeito e
uma torre protegendo o lado direito dos invasores, facilitando a defesa.
Existiam dois acessos menores à colina pelo lado norte, consistindo de
estreitas escadarias de degraus recortados na pedra. Homero deve
se referir a essa época quando menciona "a sólida casa de Eritreu" (Odisseia 7.81). Foi durante essa época que um terremoto causou a fissura no perímetro nordeste, por
onde toda a água pluvial corria e podia ser coletada em um poço, servido por
escadas, e utilizada em períodos de seca.
Parece que a Acrópole foi poupada da violenta
destruição que aconteceu em outros palácios micénicos, já que não existe sinal
de fogo ou outro tipo de destruição na qual poucos artefatos da época
sobrevivem. Isto está de acordo com as lendas dóricas, de que resistiram
sucessivamente aos ataques. Não se conhece muito do preciso estado das
edificações na era arcaica, exceto que foi tomada na revolta de Quilon e
duas vezes por Pisístrato, mais como golpes de estado do que cercos. Não
obstante, parece que nessa época foi edificada uma parede com nove portões
chamada ‘’Eneapylon’’, cercando a maior das fontes, chamada Clepsidra, a nordeste. Psistrato foi quem
estabeleceu um local no lado sudoeste, para o culto
de Ártemis "Bauronia", culto de sua
terra natal, Bauron.
Fragmento, em alto-relevo do
frontão do Partenon.
Sabe-se com alguma certeza que um templo
considerável para Atena Polias (padroeira da cidade) foi
erguido pelo meio do século VI a.C.. Este templo dórico de pedra calcária, do qual
sobrevivem muitas relíquias, é referido como templo do "Barbazul",
por causa de uma escultura de homens-serpente do pendimento, onde a barba era
pintada de azul escuro. Se este templo substituiu outro, ou foi erguido sobre o
local de um antigo altar não é conhecido ao certo. No fim do mesmo século,
outro templo tinha sido construído, o Archaiios Naos ("Templo
antigo"), o qual se acredita ter sido dedicado a Atenas Partenos ("virgem")
, culto que superou o do "Barbazul". Um novo templo em mármore, o
"Antigo Partenon", foi iniciado ao fim da Batalha de Maratona, em 490 a.C.. Para acomodá-lo, a porção sul do planalto foi liberada de obstáculos antigos e
nivelada com a adição de cerca de 8.000 blocos de pedra do Pireu, em alguns
locais com 11 metros de profundidade, formando um
muro de arrimo cheio com terra batida. O portão micénico foi substituído pelo
"Propileu Antigo", colunata monumental com propósito mais cerimonial
que defensivo. Essas construções ficaram inacabadas por causa das invasões
persas em 480 a.C. quando foram arrasadas. Quando acabaram
as guerras persas, os atenienses realizaram cerimônias de
purificação, onde queimaram e enterraram cerimonialmente os objetos de culto e
arte que foram considerados impuros. Esta "impureza persa" forneceu o
mais rico tesouro arqueológico da Acrópole, uma vez que a cerimônia os protegeu
de destruições futuras.
Vista das cariátides
A maior parte das construções foi erguidas pela
liderança de Péricles, durante a "era de ouro" de Atenas (460 – 430 a.C.). Fídias, o
grande escultor grego, e Ictino e Calícrates, dois famosos arquitetos, foram os responsáveis
pela reconstrução.
Durante o século V a.C., a acrópole ganhou sua forma final. Cimon e Temístocles ordenaram a reconstrução dos lados sul e
norte das muralhas, e Péricles encomendou o Partenon. Em 437 a.C., Mnésciles começou o
Propileu, portão monumental com colunas de
mármore pentélico, parcialmente construído sobre o propileu
de Pisístrato, obra terminada em 432 a.C. com duas alas. Ao mesmo tempo começaram as obras
do pequeno templo jônico de Atena Nice. Depois de uma interrupção
causada pela guerra do Peloponeso, foram terminados ao tempo de paz de Nícias,
de 421 a 415 a.C..
Vista do Partenon na
Acrópole de Atenas.
No mesmo período, começaram o Erecteion, com seu
"balcão das cariátides" (Kore), com esculturas no lugar de
colunas, para praticas sacras que incluíam Atena Polias, Posidão, Ericteu, e outros. Entre o Partenon e o templo
de Atena Nice ficava
o têmeno de Ártemis Baurônia, a deusa representada por
um urso.
Perto do Propileu, a estátua em bronze de Atena Promacos (que combate na linha de frente), feita
por Fídias entre 450 e 448 a.C., com nove metros de altura sobre uma base de um
metro e meio.
No lado exterior da Acrópole, encontra-se o Teatro de Dionísio, onde estrearam as maiores peças teatrais da
antiguidade. Alguns metros além esta o Teatro de Herodes Ático, parcialmente reconstruído e que mostra como
teria sido o Teatro de Dionísio, É
usado ainda em reproduções modernas de obras
de Sófocles, Ésquilo e Eurípedes, com sua acústica perfeita e lugar para vários
milhares de pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário