Os investimentos produtivos
recuaram pelo oitavo trimestre consecutivo
HELOÍSA MENDONÇA São Paulo 28 AGO 2015
El
País – O Jornal Global
Manifestação
de trabalhadores despedidos no Rio, nesta segunda. / MARCELO SAYÃO (EFE)
A economia
teve assim o pior segundo trimestre do PIB desde 1996, quando teve início a
série histórica do IBGE. Como a atividade já havia encolhido 0,7% (dado
revisado) no primeiro trimestre, o país entrou no que os economistas chamam de
"recessão técnica", quando a retração da economia é registrada
por dois trimestres seguidos.
A falta de
confiança das empresas no turbulento momento político e econômico do país fez
os investimentos produtivos - projetos de expansão ou abertura de
fábricas, por exemplo, e aquisição de maquinários das empresas (a chamada
formação bruta de capital fixo) - , registrarem queda pelo oitavo trimestre
consecutivo. O recuo foi de 8,1%, já na comparação com o mesmo período do ano
passado, a queda foi ainda mais intensa:11,9%.
"Este recuo é justificado, principalmente, pela queda das
importações e da produção interna de bens de capital, e também pelo desempenho
negativo da construção civil", informou o IBGE.
Pelo lado da
demanda, as notícias também não foram boas. Com menor poder de renda, o consumo
das famílias caiu pelo segundo trimestre consecutivo: a retração foi de 2,1%.
Até este ano, o consumo das famílias crescia consecutivamente desde o último
trimestre de 2003.
Em valores
correntes, o PIB no segundo trimestre do ano alcançou 1,43 trilhão de reais.
Neste trimestre, frente ao anterior, praticamente todos os setores registraram
queda, puxada pela indústria, que teve retração de 4,3%, pela agropecuária, de
2,7% e pelos serviços, de 0,7%.
No setor
externo, as exportações de bens e serviços apresentaram
expansão de 7,5%, enquanto que as importações de bens e serviços caíram em 11,7%, ambas
influenciadas pela desvalorização cambial de 38% registrada no período. O recuo
foi de 8,1%.
A taxa de
investimento do Brasil ficou em 17,8% do PIB, abaixo da registrada no ano passado
que atingiu 19,5%. A taxa de poupança também encolheu, passou de 16% em 2014
para 14,4% nesse segundo trimestre.
Os
economistas já previam que a retração do PIB no segundo trimestre chegaria a
quase 2%. A previsão do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é calculada
pelo Banco Central e considerada uma prévia do PIB, era de um recuo de 1,89% no
período.
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