História natural
Nossa percepção e nosso entendimento
sobre os dinossauros mudaram significativamente desde que os primeiros fósseis
foram encontrados - e continuam a mudar, à medida que surgem novas descobertas.
A
seguir, veja dez equívocos comuns sobre os dinossauros que foram sendo
corrigidos pelos avanços da ciência:
1. Penas da discórdia
Ainda bem que o Tyrannosaurus rex não
está por aí para testemunhar o abalo em sua fama após descobrirem que ele tinha
penas quando jovem.
Até
então se pensava que os dinossauros tivessem apenas escamas, mas nos últimos 20
anos cientistas se convenceram de que muitos carnívoros tinham pelugem ou
penas.
"Muitos
- se não todos - os dinossauros tinham penas", disse à BBC Radio 4 o
professor Mike Benton, da Escola de Ciências da Terra da Universidade de
Bristol.
2. Esquentando
No
passado, pesquisadores apostavam que os dinossauros deveriam ter sido animais
de sangue frio, como lagartos e cobras. Para além de alguma divergência no
século 19, essa visão permaneceu até os anos 1970, quando novas pesquisas
apontaram que os dinossauros eram bichos de sangue quente e sedentos por
energia, como os mamíferos.
Em
2014, cientistas sugeriram que eles tenham sido mesotérmicos - algo entre
sangue quente e frio.
3. Pinça com dedão
Investigações
sobre os dinossauros do Crystal Palace - uma série de esculturas em tamanho
real em um parque no sul de Londres, reveladas ao público em 1854 - causaram
certa confusão após a descoberta de um fóssil pequeno e pontudo.
Pensou-se
que era um chifre, e uma réplica foi colocada na ponta do nariz de um
Iguanodon.
Mais
tarde, quando espécimes mais completos foram achados, a conclusão mudou:
tratava-se na verdade um osso de dedo polegar, responsável pelo movimento de
pinça.
4. A polêmica sobre o fim dos dinossauros
Há
inúmeras hipóteses sobre o fim dos dinossauros.
A
teoria mais aceita - e que circula desde as últimas décadas - é de que um
enorme meteorito atingiu a Terra e exterminou a maioria deles. Mas isso não
explica por que o choque não acabou com outros bichos, como pássaros,
crocodilos e mamíferos.
Hipóteses
mais antigas focavam em mudanças climáticas e formação de montanhas, enquanto
alguns pesquisadores do século 20 defendiam que os dinossauros perderam fôlego
como espécie e desistiram da luta.
5. Não tão velhos assim
Você
deve imaginar que levava um bom tempo até que os dinossauros maiores atingissem
o tamanho de adulto.
Isso,
ao lado da hipótese de eram répteis de sangue frio e crescimento lento, levou
cientistas a estimar o tempo médio de vida deles em mais de cem anos. Mas hoje
sabemos que essas feras cresciam muito rápido, e que poucos dinossauros
superavam os 40 ou 50 anos.
6. Falha nossa
O filme Jurassic Park - Parque dos Dinossauros, de Steven Spielberg,
lançado em 1993, lotou os cinemas e atiçou a imaginação do público com
descrições - imprecisas - dos dinossauros.
Image
caption Os velociraptors não eram grandes e ágeis como mostraram os filmes
da série Jurassic Park
Para
a maioria dos cientistas, os velociraptors do filme, por exemplo, eram grandes,
rápidos e espertos em excesso, distanciando-os da realidade. Mas os animais
caçavam em grupos, como o filme mostra.
E
desde quando Hollywood deixa os fatos entrarem no caminho de uma boa história?
7. Teoria à prova d'água?
Uma
década atrás, especialistas diziam que os maiores dinossauros existentes
circulavam apenas em ambientes aquáticos.
O
peso monstruoso e a cauda gigante do Diplodocus, por exemplo, não teriam
favorecido o trânsito em terra, afirmavam cientistas, sugerindo que eles devem
ter vivido em pântanos ou lagos.
Uma
década depois, essa teoria naufragou. Cientistas hoje concordam que os
herbívoros gigantes viveram em terra firme.
8. Voo da discórdia
Eles dividiram o planeta com o T.Rex e cia., mas os pterossauros não eram
dinossauros como todos pensavam.
Esses
répteis voadores dos períodos Triássico e Cretáceo - primeiros vertebrados a
voar - eram um grupo diferente de animais, assim como os répteis marinhos da
época, como os ictiossauros e os plesiossauros.
9. Marcha lenta
No final do século 19, a maioria pensava que
o T.Rex era um exímio corredor, alimentando os
piores pesadelos. Mas essa visão ficou ultrapassada por volta da metade do
século 20, quando o monstro passou a ser considerado como lento e vagaroso.
Hoje,
modelos biomecânicos indicam que um meio termo deve ter sido o cenário mais
provável.
Enquanto dinossauros do tamanho de galinhas
poderiam até assumir o lugar dos cachorros nas corridas atuais, os T.Rex tinham velocidade média estimada em cerca de
29 km/h.
10. Beco sem saída
Por
muito tempo consideramos os dinossauros como criaturas que não tinham o padrão
evolutivo necessário para sobreviver em meio a mudanças no ambiente.
Nos
últimos 20 a 30 anos, contudo, um novo consenso surgiu, apontando que eles
foram espécies fantasticamente diversas e resistentes, e que podem se gabar de
ter tido milhares de descendentes na forma dos pássaros atuais.
Três coisas que ainda não sabemos sobre
dinossauros...
Não
se sabe muito sobre os ruídos que os dinossauros faziam, embora haja provas que
sustentam uma noção dos anos 1970 de que o Parassaurolofo usava seu peito como
uma câmara de ressonância, permitindo a comunicação em longas distâncias.
Não
sabemos as cores dos dinossauros, mas pesquisas recentes identificaram a cor
das penas em dinossauros como o Sinosauroptreyx, que tinha anéis laranjas e
brancos na cauda.
Não
sabemos o quão inteligentes eram os dinossauros, porém seus cérebros pequenos
em relação à massa corporal sugerem uma capacidade intelectual reduzida.
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