terça-feira, 13 de outubro de 2015

A ARTE DE DOBRAR PAPEL

Arte do papel (livros)



  

Publicado por Adriana Gandelman


Num mundo de kindles e afins, o livro está virando um artigo do passado. Isaac Salazar, ao dobrar e recortar exemplares antigos que ninguém quer mais, contribui para que o livro, ao se reinventar como obra de arte, não suma por completo.



O que você faz com aqueles livros velhos encostados na sua estante? Doa? Joga no lixo? Deixa virar comida de traça? Tem gente que dobra as páginas e ressignifica este nosso objeto do cotidiano: é o Origami em livros.
Contador, nascido no Texas, Estados Unidos, e sem nenhuma educação artística, Isaac Salazar, começou a dobrar livros em busca de um novo hobby. Ele pode levar 1 dia ou até semanas para terminar um trabalho dependendo de sua complexidade. Após as dobraduras, cada livro se resume a uma única palavra, ou às vezes, a uma imagem. Segundo ele, é uma forma de fazer reviver livros abandonados, criando beleza em cima de algo descartado.
Eu vejo meu trabalho como uma forma de mostrar um tipo de arte com significado em um livro que normalmente estaria numa prateleira pegando poeira. (...) Se meu trabalho faz as pessoas prestarem atenção ao livro e ver a Arte sob uma nova ótica, então minha missão está cumprida”, diz Isaac.
Em 2012 a livraria belga “Librairies Filigranes” criou uma original campanha de comunicação se associando a Salazar. Foram elaborados cartazes sob o tema: "And you, why do you read?” (E você? Por quê você lê?), com fotos de seus livros dobrados evocando diferentes emoções buscadas por quem lê. Estas sensações foram traduzidas pelas seguintes onomatopéias: “snif” para os que curtem livros que fazem chorar, “hahaha” para aqueles que buscam humor, “wow” para os que gostam de livros que surpreendem e “aaah” para os apreciadores do medo.


Num mundo de kindles e afins, o livro está virando um artigo do passado. O fato de Isaac Salazar dobrar e recortar exemplares antigos que ninguém quer mais, não deixa de ser uma forma de reciclagem e contribui para que o livro, ao se reinventar como obra de arte, não suma por completo.









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