Arquitetura:
município brasileiro
Um monumento da arquitetura colonial brasileira, onde se
fabrica o queijo de Serro, cujo ‘terroir’ para os mineiros se transformou em
‘trem ruá’
Município rodeado
por serras, morros, rios e cachoeiras, o
Serro se apresenta como excelente destino para os apreciadores do turismo histórico
e ecológico.
Situada no centro-nordeste de Minas Gerais, na região central da Serra do Espinhaço, Serro fica a 230 quilômetros de Belo Horizonte. É também uma importante Cidade do Caminho dos Diamantes e da Estrada Real, uma herança das minas que atraíram os Bandeirantes paulistas e nordestinos no século XVIII.
Além das belezas
naturais e das minas, o Serro possui um rico patrimônio histórico-cultural
e produz o famoso Queijo do Serro, uma das mais saborosas variedades do queijo
mineiro. O município hoje conta com diversos hotéis e pousadas. O turista pode contar com apartamentos, serviços,
deliciosos cafés-da-manhã e guias para percorrer a região.
Em 1701 teve
início o arraial que daria origem à atual cidade do Serro, centro da exploração
de ouro na região. O primeiro nome de que se tem notícias foi "Arraial do
Ribeirão das Minas de Santo Antônio do Bom Retiro do Serro do Frio", dado
em 1702, no
ato de descoberta oficial. Também há citações de "Arraial das Lavras
Velhas", embora sem registros oficiais. O nome da região, dado pelos
índios, era Ivituruí (ivi = vento, turi = morro, huí = frio) na língua
tupi-guarani. Dai derivou Serro Frio ou Serro do Frio. Ivituruí era uma região
da Serra do Espinhaço. Em 1714 a
povoação é elevada a vila e município com o nome de Vila do Príncipe pelo
governador Brás Baltasar da Silveira. Em 17 de fevereiro de 1720 passou
a ser sede da comarca do Serro do Frio (norte-nordeste da capitania de Minas Gerais). Foi elevada à categoria de cidade, com a
denominação de Serro, por lei provincial de 6 de março de 1838.
Próximo às cabeceiras do rio Jequitinhonha, às
margens dos córregos Quatro Vinténs e Lucas, paulistas fincaram suas bandeiras
a serviço da Coroa Portuguesa. Corria o ano de 1701 quando
chegou à região uma expedição chefiada pelo guarda-mor Antônio Soares Ferreira. Na terra chamada de Ivituruí, a exemplo de
outras terras das Minas Gerais, descobriu-se mais jazidas de ouro.
Vários ranchos foram erguidos nas proximidades dos
córregos dando início a formação dos arraiais de Baixo e de Cima que se
desenvolvem em pouco tempo e, juntos, deram origem ao povoado do Serro Frio.
Novas levas de pessoas chegaram atraídas pela abundância de ouro daquelas
terras.
A exploração desordenada da primeira década do
século XVIII levou à criação do cargo de superintendente das minas de ouro da
região, ocupado pelo sargento-mor Lourenço Carlos Mascarenhas e Araújo em 1711. E
mais e mais gente chegou, o povoado cresceu e, em 1.714, o arraial é elevado a
Vila do Príncipe.
Mais tarde, além do ouro, os mineradores descobrem
lavras de diamante na região onde hoje estão Milho Verde, São Gonçalo do Rio das Pedras e Diamantina. Para defender os interesses do império, em 1720 é
criada a grande comarca do Serro Frio, que passa a ser a maior comarca das
Minas, sediada na Vila do Príncipe e abrangendo uma grande área da qual fazia
parte o então arraial do Tijuco, hoje Diamantina, e todo o norte-nordeste do
estado.
O famoso queijo do serro: uma herança
portuguesa
Muitas foram as restrições impostas à exploração de
ouro na comarca, após o descobrimento dos diamantes. Em 1725 é
determinada a criação da Casa de Fundição, para
onde toda a produção aurífera da região passaria a ser encaminhada.
Mas, apesar de todas as regras impostas, muitos
aventureiros ganharam contrabandeando ouro e diamante.
Igreja do Carmo
Foto: Ricardo Moraleida.
A vila passa também a difundir cultura e
civilização para toda a região. Uma leva de exploradores, artistas, políticos e
religiosos passa então a povoar o local, com destaque para nomes como os de
Mestre Valentim da Fonseca e Silva e o Maestro Lobo de Mesquita.
As minas foram exploradas exaustivamente durante
quase cem anos. No início do século XIX, com a decadência da mineração, somente alguns
mineradores, encorajados pelo governo, conseguiam arcar com os altos custos de
produção. A grande maioria da população passou a se dedicar à pecuária e à
agricultura de subsistência, atividades dificultadas pela localização
geográfica da vila.
Festa folclórica do Serro
O empobrecimento das minas interfere na vida
econômica e social do lugar. Em 1817, o
naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire visita Vila do Príncipe e descreve sua
situação da seguinte forma: "Vila do Príncipe compreende cerca de 700
casas e uma população de 2500 a 3000 indivíduos. Essa vila está edificada sobre
a encosta de um morro alongado; e suas casas dispostas em anfiteatro, os
jardins que entre elas se veem, suas igrejas disseminadas formam um conjunto de
aspecto muito agradável, visto das elevações próximas." Em outro trecho
"… duas estalagens e umas 15 casas de comércio com quase tudo importado da
Inglaterra". Ainda segundo seus relatos, a vila não possuía nenhum
chafariz e o abastecimento de água era feito por escravos que traziam barris de
água do vale. Não havia estabelecimentos de lazer e a diversão ficava a cargo
da caça ao veado, prática comum na região. Saint-Hilaire, no entanto, se
encanta com a beleza das mulheres, com as igrejas e com as festas religiosas
que já eram tradição na antiga vila.
Em 1838 a
vila é elevada a cidade, continuando como centro administrativo e jurídico da
região. O comércio se desenvolve e pequenas fábricas de ferro são instaladas.
Serro continua a ocupar posição de destaque na região e a cidade ganha também
em importância política. Vários de seus filhos, como Teófilo Benedito Ottoni, líder da Revolução Liberal de 1842, Cristiano Benedito Ottoni, Simão da Cunha Pereira, João Pinheiro da Silva e Sabino Barroso se destacam politicamente. No Serro nasceram
também dois grande nomes do Direito Brasileiro, que são os ministros do Supremo
Tribunal Federal Pedro Lessa(1859-1921 ) e Edmundo Lins. Bons casarões são
construídos durante todo o século.
Capela de Santa Rita
Foto: Ricardo Moraleida.
Mas a falta de modernização e de novas alternativas
econômicas faz com que a cidade perca, pouco a pouco, capacidade para competir,
frente às mudanças ocorridas no país. Na época da proclamação da república, o
Serro não consegue se incorporar às redes de ferrovias e se isola dos novos
padrões de transporte e desenvolvimento. A estagnação toma conta do município.
Rua típica do município
O isolamento forçado ajudou na conservação do
patrimônio histórico de Serro. Em 1938, todo
seu acervo urbano-paisagístico é tombado pelo IPHAN,
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Ao longo do século XX, o desenvolvimento se dá através da criação de
gado, base econômica da cidade - grande parte do leite é usado na fabricação
do Queijo do Serro - e também da exploração de seu
potencial para o turismo cultural e ecológico.
O Serro é uma das mais belas e antigas cidades
históricas de Minas Gerais.
O município integra
o circuito turístico dos Diamantes. É
representativo da história colonial brasileira.
Museu
Regional Casa dos Ottoni (IPHAN).
Distrito
de Milho Verde, a 25 km do centro.
Distrito
de São Gonçalo do Rio das Pedras, a 30 km do centro.
Pico do Itambé, a 20 km do centro.
Prefeitura
municipal de Serro
Festa
do Cavalo do Serro
Festa
do Queijo (feriado
do 7 de setembro).
Festas
religiosas tradicionais (Festa de Nossa Senhora do Rosário, Festa do Divino e
outras).
Uma de
suas inúmeras cachoeiras
Inúmeras
e belas cachoeiras
Igreja
Nossa Senhora da Conceição
Igreja
Nossa Senhora do Carmo
Cachoeira
do Moinho
Igreja
Santa Rita
Igreja
Nossa Senhora do Rosário
Igreja
do Bom Jesus do Matozinho
Cachoeiras
São mais de 100 quedas, sendo as mais procuradas:
Malheiros, Moinho de Esteira, Carijó, Cascatinha.
Origem: Wikipédia
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