Curiosidade
Lindsey
GallowayDa BBC Travel
Image copyright Image caption Capela foi erguida no século 15 sobre cemitério onde jaziam 40 mil
corpos
Uma macabra capela a 80 quilômetros de
Praga, na República Tcheca, oferece aos visitantes um lembrete visceral da
inevitabilidade da morte.
Cada
canto do Ossuário de Sedlec é imponentemente decorado com ossos de mais de 40
mil esqueletos.
Tudo
começou em 1278, quando um abade da cidade fez uma peregrinação até Jerusalém e
trouxe de volta um pouco de terra do local onde se acredita que Jesus Cristo
foi crucificado, e espalhou-a pelo cemitério local.
Quando
a notícia do solo sagrado se espalhou pela Boêmia, o cemitério passou a ser o
lugar mais popular para enterros em toda a região.
A
tradição continuou por todo o século 14, quando a Peste Negra se alastrou pela
Europa. Quase 30 mil vítimas da doença na área central do continente acabaram
sendo enterradas lá.
As
Guerras Hussitas – uma série de cruzadas católicas contra reformistas da
Boêmia, entre 1419 e 1434 – também trouxeram devastação a Sedlec e à cidade
vizinha de Kutná Hora. Os ataques deixaram mais de 10 mil mortos, todos
sepultados no mesmo cemitério.
Paz por poucos séculos
No
século 15, muitos dos corpos foram exumados para dar lugar à construção de uma
igreja gótica. Os esqueletos foram empilhados em pirâmides em um novo ossuário,
localizado no subsolo do novo templo.
Ali
permaneceram em paz até 1870, quando um carpinteiro e entalhador local foi
contratado para fazer objetos de decoração com as ossadas.
Hoje,
os ossos branqueados podem ser vistos em formações fantásticas por toda a
pequena capela: de correntes de crânios decorando os corredores e cálices
feitos com fêmures a um enorme brasão de família criado em homenagem aos
aristocratas Schwarzenberg, que havia contratado os serviços do carpinteiro.
Mas
a peça principal da capela é o enorme candelabro que incorpora pelo menos uma
vez todos os ossos do corpo humano, com crânios "olhando" para fora
na extremidade de cada um dos sete braços do objeto – em eterna vigília.
Nenhum comentário:
Postar um comentário