sábado, 21 de novembro de 2015

FORTE DE SÃO MARCELO OU FORTE DO MAR – SALVADOR, BAHIA

Forte baiano





Conhecido também umbigo da Bahia, segundo batismo de Jorge Amado


Não havia trio elétrico, desfile de blocos e as novas danças lançadas (ritmos) todos os anos em Salvador. Possivelmente, entretanto, nunca o carnaval da Bahia agitado como aquele de 1925. Durante oito dias seguidos, os navios de guerra e os fortes dispararam mais de 12º tiros de canhão saudando a festa, a bebida corria a solta e grandes banquetes reuniam na mesma mesa presos, fidalgos e guardas-foliões. Salvador estava ocupada pelos festeiros holandeses e o Forte de São Marcelo, localizado em um banco de areia no meio do ancoradouro da parte velha da cidade, era uma das fortificações dominada pelos invasores. A quarta-feira de cinzas dos holandeses, o fim da festa, chegou dois meses depois, quando a esquadra luso-espanhola aportou na cidade e começou a expulsá-los.




Inaugurado em 1623, o forte utilizou as verbas que seriam usadas na conclusão da Igreja da Sé, o que irritou profundamente o Bispo D. Marcos.  O religioso, convidado a benzer a obra, teria dito: “Se for lá, será antes para amaldiçoa-la”. São Marcelo, também conhecido como Forte do Mar era considerado a mais importante fortificação baiana. Tanto que os holandeses que a ocuparam, instalaram em duas dependências canhões especiais que atiravam balas incendiárias. Em 1638, sua artilharia teve atuante participação afastando a esquadra de Maurício de Nassau do porto. Anos depois, ganhou os muros redondos que o caracterizam. O prédio só foi concluído em 1772.



O forte teve envolvimento ativo em durante a Revolução Federalista do Guanais (1832/33), quando 80 rebeldes ali presos dominaram os guardas e dispararam os canhões conta a cidade. Na Sabinada (1837), do lado antigovernista, serviu de último reduto dos revoltosos. Quase todos os líderes de conflitos internos que eclodiram na Bahia passaram por suas masmorras.



O Forte de São Marcelo era o relógio público e oficial da cidade, dando tiros de canhão para avisar a hora de levantar da cama e de trancar as portas. Os tiros eram ouvidos, até  80 quilômetros distante.


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