Política internacional: Eleição na Venezuela
O governo Dilma ainda não se
pronunciou sobre a derrota do seu aliado
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captionOpositores do presidente Nicolás Maduro conquistaram 99 das 167
cadeiras do Parlamento do país
A oposição na Venezuela conquistou a
maioria das cadeiras na Assembleia Nacional, revertendo quase duas décadas de
domínio dos socialistas (desde 1999, com a primeira eleição de Hugo Chávez)
representados pelo presidente Nicolás Maduro.
Cinco
horas após o fechamento do pleito, com 96% das urnas apuradas, o Conselho Nacional Eleitoral, órgão
responsável pela apuração dos votos, anunciou que a oposição ganhou 99 das 167
cadeiras do Parlamento do país.
Os
socialistas, por sua vez, ficaram com 46 cadeiras. Outras 22 ainda vão ser
definidas.
Maduro
admitiu a derrota, afirmando que seu partido reconheceu "os resultados
adversos".
A aliança da oposição, formada por
partidos conservadores e de centro, diz estar confiante de que vai obter 112
cadeiras depois de 17 anos de governo socialista.
De
acordo com opositores, se confirmada a hipótese, seria possível aprovar leis
que permitiriam a libertação de prisioneiros políticos e reverter, por exemplo,
indicações do Judiciário feitas pelo governo atual.
"Os
resultados são como esperávamos. A Venezuela venceu. É irreversível",
tuitou Henrique Capriles, principal figura da oposição e ex-candidato à
presidência.
Apesar da derrota, o Partido Socialista
Unido da Venezuela (PSUV), que governa o país, ainda deve manter forte
representatividade no cenário político, já que controla muitos municípios.
As eleições foram amplamente vistas como
um referendo antecipado para Maduro, o sucessor de Hugo Chávez (1954-2013), e as
políticas socialistas do partido.
A
oposição acusou o PSUV de destruir a economia e esbanjar as riquezas de
petróleo do país.
Maduro,
por sua vez, diz que seu partido defende os interesses dos venezuelanos comuns
e quer completar a chamada "Revolução Boliviariana", iniciada por seu
antecessor, Hugo Chávez.
'Escassez'
Uma
das principais questões levantadas durante a campanha foi a escassez crônica de
alimentos ─ como leite, arroz, café, açúcar, farinha de milho e óleo de
cozinha.
Maduro
afirmou que a situação era resultado da "guerra econômica" travada
contra seu governo pela oposição.
Opositores
também acusam o governo de práticas autoritárias.
No
início deste ano, o líder da oposição Leopoldo López recebeu uma pena de 13
anos por incitar a violência ─ uma acusação que os críticos dizem ter
motivações políticas.
A
Venezuela convidou observadores da Unasul (União das Nações Sul-Americanas)
para acompanhar as eleições, mas rejeitou integrantes da Organização dos
Estados Americanos (OEA) e da União Europeia.
Na
tarde de domingo, o governo venezuelano revogou as credenciais dadas a vários
observadores internacionais.
Segundo
a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Tibisay Lucena,
o ex-presidente da Bolívia Jorge Quiroga descumpriu termos do credenciamento ao
dar declarações "sem lugar nestas eleições".
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