segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

CARNAVAL NO ‘PELÔ’: MÚSICA, CULTURA, ARTE E ALEGRIA

Literatura: crônica

A jornalista Helô Sampaio acompanhada de amigo

A autora é jornalista:
Helô Sampaio

E o Carnaval está ‘comendo no centro’, fervilhando, movimentando toda a Bahia (Salvador). Bom demais, véio. O povo está bonito, alegre, participativo; a segurança tem sido um dos principais motivos dessa participação: este está sendo um carnaval dos mais tranquilos dos últimos anos. Viva a Bahia!




Estou no Pelô, convivendo com a lenda, a beleza e as tradições da festa. Vejo as Filhas de Gandhy se arrumarem para desfilarem lindas e cativantes; aprecio as ‘trançadeiras’ trabalhando a todo vapor no Terreiro de Jesus para deixarem a moçada toda vaidosa e feliz (até já pensei em fazer a trancinha, mas o meu ‘telhado’ tá muito curtinho); curto os turistas subindo e descendo as ladeiras do Pelô, encantados com as coisas da nossa Bahia; provo do acarajé e abará das muitas baianas, cada uma mais charmosa que a outra; vivo, enfim, um Carnaval lindo, fora da ‘muvuca’ e dentro da beleza.
Fiquei sediada no Serviço de Atendimento ao Turista, SAT do Pelô, para sentir de perto o que os turistas acham desta festa especial, mistura de cultura e tradição. Fiquei lá com Vera Cerqueira do SAT, Riva Rodrigues do Singtur, Isabelle, Silvana e outros profissionais cuja função é auxiliar, passar informação, facilitar a vida dos turistas.

O show de Paulinho da Viola, acompanhado da alegria do meu querido amigo Riachão, atraiu um bocadão de gente, na sexta-feira. Ilê Ayê, Filhos e Filhas de Gandhy, Olodum, e mais de uma centena de blocos desfilam no pedaço, acompanhados dos turistas de todas as raças e línguas, com suas roupas coloridas, seus espíritos esvoaçantes nas ruas.

Aproveitei para ir ver meu querido amigo Clarindo e o enchi de beijos e abraços, troncha de saudade que eu estava. Nestes dias, corri todos os botecos que frequentei quando iniciei esta minha vida boêmia em 72, quando comecei a estagiar em A Tarde. Era a ‘foquinha’ da Redação. Cobri Polícia, quando trabalhei figuras especiais como Juvenal Gentil, de saudosa memória; Armando Campos, Ademar Temer, João Laranjeira e outros ‘cobras’ do setor.

Eu tinha que ir ao ‘Pelô’ pois cobria a Delegacia de Jogos e Costumes e o Nina Rodrigues que eram lá (na época). No caminho de volta, dava ‘uma passadinha’ na Cantina da Lua para bater um papinho com Clarindo, tomar uma, refrescar o juízo. As vezes ia na companhia de Walmir Palma, o ‘Seu Porreta’ ou ‘Sorete’, ícone do jornalismo policial, meu ‘padrinho’ amado da reportagem policial. Com ele saí para as primeiras coberturas policiais da minha carreira.
Fernando Rocha, Walmir Palma, Octacílio, Silva Filho, Zé Curvelo, Sóstrates Gentil, Genésio Ramos, meus amadinhos do coração. Era a ‘tchurma’ da redação, com quem eu saia para ‘tomar uma’. A gente sempre procurava ficar longe dos olhos de dr. Jorge Calmon, que nos considerava profissionais sérios e competentes.
E éramos. Mas gostávamos da ‘loirésima’ gelada depois do fechamento do jornal. Íamos pro Ruy, da ladeira da Praça, pro Jaime, do ‘Ocê qui Sabe’, e, na madrugada, se a gente passasse pela Vitória a caminho de outro boteco, a gente ‘rezava’ para o carro, a ‘arabaca’ que nos conduzia, não dar problema na porta de Dr. Jorge. Porque um dia o Gordini de Fernando Rocha quebrou bem perto da casa dele e teve que ser empurrado em silêncio pra ele não flagrar a sua redação quase toda na orgia.

Tempo bom!

Adorei estes dias no ‘Pelô’. Conheci os novos botecos, novos restaurantes, provei novas caninhas e infusões (só provei a pura cachaça de Abaíra lá em Clarindo, viu, mente impura). Eu passei a almoçar com a ‘tchurma’ no restaurante XV de Novembro. E foi lá que comi esta deliciosa salada de trigo. É um tipo quibe cru, mas em forma especial. Eh! Trem bom! Vai lá experimentar, meu pretinho, e vai lamber os dedos. Carnaval está só começando, ‘véio’. Vamos nessa, para curtir a bessa (ô rima horrorosa!).

Salada de trigo do restaurante XV de Novembro

Ingredientes:
-- Um pacote de trigo para quibe
-- 2 xícaras de água fervente
-- 2 dentes de alho
-- Sal, tomate, cebola, pimentão e tempero verde a gosto.

Modo de preparar:
-- Molhar a massa e deixar descansar;
-- Misturar todos os ingredientes, amassando bem;
-- Modelar em uma forma para bolo, untada com azeite doce;
-- Desenformar e servir. Com o pão árabe ou torradinha fina, fica uma delícia, principalmente acompanhando a ‘loirésima’ gelada.

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