Salvador é uma metrópole regional de baixa renda com indicadores econômicos bem abaixo das metrópoles e regiões metropolitanas do Sul e Sudeste do Brasil. Salvador é a capital brasileira de maior desemprego e menor renda. Dados da FIPE (Estudos Econômicos - Caracterização Atual. Audiência Pública. 2015) informam que Salvador é, entre as capitais do Brasil, a que apresenta o mais baixo PIB per capita e a mais baixa taxa de crescimento do PIB. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que, em março de 2015, a quantidade de pessoas desempregadas sobre a população economicamente ativa subiu de 9,2% para 12% em Salvador e Região Metropolitana (RMS).
Na formação do PIB de Salvador, a agropecuária contribui com 0,06%, a indústria com 20,99% e os serviços com 78,94%. Percebe-se, portanto que Salvador é uma cidade predominantemente de serviços. A economia de Salvador é, indiscutivelmente, uma economia de serviços fortemente apoiada no turismo, no setor imobiliário e serviços das mais diversas naturezas. Diferentemente da visão de alguns estudiosos da economia de Salvador que advogam a tese de que é possível pensar o desenvolvimento da cidade de forma relativamente autônoma em relação ao parque industrial da RMS, trata-se de uma visão equivocada haja vista a possibilidade de estruturar uma matriz de serviços em Salvador para atender as necessidades dos municípios da RMS.
Para desenvolver a economia de Salvador, deve-se incrementar a atividade econômica do município incentivando a exportação de bens e serviços para os municípios da Bahia e para outras regiões do Brasil e a produção em Salvador de bens e serviços importados de outras partes do Brasil e do exterior para elevar o PIB, reduzir a taxa de desemprego e o nível de renda da população de Salvador. Além disso, deve-se incentivar o desenvolvimento da pequena indústria urbana de alimentos, materiais de construção, construção residencial, mobiliário, gráficas e a expansão de serviços pessoais, dos serviços imobiliários, do varejo de bairro, bem como do comércio de materiais de construção.
É preciso, também, incrementar o turismo envidando esforços para atrair grupos internacionais interessados, sobretudo, na realização de investimentos na área de hospedagem/equipamentos de lazer, construção de hotéis, resorts e pousadas em Salvador, divulgar amplamente no Brasil e no exterior o Carnaval de Salvador para atrair o máximo de turistas e envidar esforços para tornar os empreendimentos turísticos localizados em Salvador mais atrativos do que os existentes no Litoral Norte. É preciso, também, incentivar a expansão imobiliária em Salvador com a concessão de incentivos fiscais para quem constrói e para o comprador dos imóveis, promover a aglutinação em Salvador de serviços das mais diversas naturezas para atender a Região Metropolitana de Salvador onde se concentra um robusto parque produtivo e incrementar em Salvador os serviços empresariais – business services ou, mais precisamente, business-to-business services (B2B) – para se constituírem na coluna vertebral da economia soteropolitana no século XXI.
Estas são as iniciativas que deveriam ser levadas avante para promover o desenvolvimento da economia de Salvador no momento atual. Urge que os setores de turismo, imobiliário e de serviços se mobilizem para traçar em conjunto com os governos do Estado e do Município de Salvador e a Sociedade Civil estratégias conjuntas para fazerem frente às ameaças que pairam sobre o desenvolvimento de Salvador e aproveitar as potencialidades econômicas existentes.
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