Publicado por Rosita Rose.
“Otimista incansável. Pessoa de metabolismo acelerado. Ser falante, que adora um bom papo cheio de sorrisos e sinceridade. Museóloga cheia de sonhos. Pessoa agitadinha e cheia de vontade de desacelerar”.
Um relato breve, sensível e bem-humorado de um italiano sobre a cidade de Salvador. Um convite para conhecer um pouco da beleza e do caos da famosa cidade da Bahia, que pulsa num ritmo agitado, cheio de comicidade e energia soteropolitanas.
Vista da Gamboa, desde o Museu de Arte Moderna da Bahia. Foto: Andrea Giallanza
Salvador de todos os Santos...
...e é mesmo, graças a um deles que hoje posso contar a minha experiência nessa maravilhosa cidade rica de contradições. Aconteceu de eu viajar para outros países do continente latino-americano, desde a Argentina até a fria e pequena Uruguai; do árido Andes peruano até as coloridas praias venezuelanas, mas a coisa que me surpreendeu sobre esta cidade é a capacidade que ela tem de te encantar e te desiludir no espaço de poucas horas.
Bairro do Comércio com destaque do Elevador Lacerda. Foto: Andrea Giallanza
Uma cidade para a qual você gostaria de fazer tantas perguntas mas dificilmente terá respostas. A cidade acorda sob os barulhos ensurdecedores das máquinas e com as corridas desenfreadas de ônibus, que entre subidas e descidas conseguem “quase” sempre te levar ao destino. Uma outra característica do ônibus aqui em Salvador é que você pode comprar qualquer produto alimentar oferecido dos vendedores ambulantes e é assim que o meio se transforma em um lugar “mágico”, onde entre uma freada repentina e outra, se discute, se come, e ali se apaixona; e entre um grito aqui e um grito lá, você deve estar atento aos “batedores de carteira” , mais conhecidos com o nome de ladrão.
Pôr-do-sol no Farol da Barra. Foto: Andrea Giallanza
Depois deste simpático parêntese, antes eu mencionava a vocês às contradições que você sente no ar, passeando entre as estradas e as ruas baianas, onde o antigo e o moderno se fundem entre eles, onde a riqueza e a pobreza se abraçam come se uma não pode estar sem a outra. E assim sem querer você se encontra naquela que é a alma da cidade, o bairro do Pelourinho, hoje Patrimônio UNESCO. Rico de história, das vilas coloridas e das igrejas barrocas, entre as mais importantes a Igreja de São Francisco e a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, construída nos anos de 1700, pelos negros, sendo reservada em particular aos escravos.
Igreja de S. Francisco. Foto: Andrea Giallanza
Barra. Foto: Andrea Giallanza
Falando de praias, convido vocês a visitar a pequena ilha de Vera Cruz, a dois passos de Salvador. Aqui o cenário é completamente diferente. Paz e natureza selvagem são os elementos que a caracterizam. Na ilha não faltam os sabores da cozinha baiana, assim entre um banho e outro vocês podem saborear o famoso acarajé, que é um bolinho feito a base de pasta de feijão, acompanhado com camarões, salada e pimenta. Ou então uns pastéis com recheio de banana, chamados de Banana Real.
Vendedoras de acarajé e abará, no Rio Vermelho. Foto: Andrea Giallanza.
Coroa, Ilha de Vera Cruz. Foto: Andrea Giallanza
A auto ironia é um detalhe forte da cidade, mas às vezes não é suficiente, e é assim que para desafiar a sorte frequentemente aqui se confia no Santo. Salvador, para quem a conhece, é uma cidade que sorri para você mas que não tem nenhuma piedade se você não sabe retribuir o mesmo sorriso. Para entendê-la você deve vivê-la e também vivendo-a às vezes ela sabe te mostrar uma cara nova e desconhecida, que sabe te surpreender no bem ou no mal.
Andrea em Coroa. Foto: Rosita
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