Ciência/Tecnologia
Paul Rincon
BBC News
"TW
Hydrae" é uma estrela jovem, com idade estimada em cerca de 10 milhões de
anos
Astrônomos descobriram sinais de um
planeta "filhote", que está se formando ao redor de uma estrela
distante 176 anos-luz da Terra.
O novo
planeta foi detectado a partir de telescópio localizado no Chile e, apesar de
parecer distante, está próximo à Terra em termos astronômicos.
Cientistas acreditam que se trata de mais um
"gigante de gelo", semelhante a Urano ou Netuno em nosso Sistema
Solar. Os resultados serão publicados na revista científica Astrophysical Journal Letters.
Desde que os
primeiros planetas fora do Sistema Solar passaram a ser encontrados, nas duas
últimas décadas, astrônomos descobriram que eles não necessariamente acompanham
o mesmo modelo dos oito planetas que orbitam o Sol.
Existe uma
grande diversidade na configuração dos sistemas planetários, bem como nas
características dos próprios exoplanetas.
Não há
consenso, contudo, sobre a forma como essa diversidade surge. Também há debate
sobre a formação de "gigantes de gelo" tal qual esse novo planeta,
identificado em uma nuvem de poeira ao redor da estrela TW Hydrae.
ALMA / TSUKAGOSHI ET AL Image caption A lacuna
interna do disco, registrada a partir do deserto do Atacama, indica que o
planeta pode ser um "gigante de gelo", semelhante a Netuno
Takashi
Tsukagoshi, da Universidade de Ibaraki, no Japão, e seus colegas usaram um
telescópio no norte do Chile para olhar de perto o local de formação do novo
planeta. A TW Hydrae é uma das mais jovens estrelas próximas à Terra. Tem
aproximadamente 10 milhões de anos.
Graças a sua
proximidade e ao fato de seu eixo de rotação apontar em direção à Terra, os
astrônomos foram capazes de obter uma visão frontal do sistema planetário em
desenvolvimento.
A jovem
estrela está cercada por um disco feito de pequenas partículas de poeira. As
variações no sinal recebido pelo telescópio permitem estimar o tamanho dos
grãos de pó.
Pequeninas
partículas de poeira permeiam a lacuna mais saliente do disco, que tem um raio
de 22 unidades astronômicas (cada unidade equivale à distância média do centro
da Terra ao centro do Sol).
Interações
gravitacionais e fricção entre gás e poeira, provavelmente, levaram os grãos
maiores para fora dessa lacuna, dizem os pesquisadores.
A equipe
calculou a massa do novo planeta com base na largura e profundidade do raio
desse disco e descobriu que ele é provavelmente um pouco mais robusto que
Netuno.
"Combinado
com o tamanho da órbita e o brilho da TW Hydrae, o planeta seria um planeta
gigante gelado como Netuno", disse Tsukagoshi.
O telescópio
usado nessa descoberta é composto por 66 antenas de alta precisão localizados
num planalto do deserto de Atacama, a uma altitude de 5 mil metros.
As antenas
dele capturam e acumulam ondas de rádio a partir de fontes astronômicas,
permitindo aos astrônomos observarem através da poeira que escurece partes do
céu
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