Curiosidade
Diego tem um grande apetite sexual, mesmo em cativeiro
Uma tartaruga gigante macho de
Galápagos com mais de 100 anos de idade está sendo considerada a grande
responsável por recuperar a população desses animais em sua ilha nativa,
Española, e, assim, salvar a espécie da extinção.
Diego é um Chelonoidis hoodensis, espécie encontrada na natureza
apenas nesta ilha ao sul do arquipélago de Galápagos, no oceano Pacífico.
O arquipélago ficou famoso
mundialmente por ter sido alvo de estudos do naturalista inglês Charles Darwin,
autor da Teoria da Evolução, por conta de sua grande
biodiversidade.
Há 50 anos, havia apenas dois machos e 12 fêmeas da espécie de Diego em
Española - e os animais estavam espalhados demais pela ilha para que fosse
possível reproduzir.
Mas o apetite sexual de Diego reverteu a situação. Vivendo em um centro
de reprodução na ilha Santa Cruz, uma das maiores de Galápagos, ele tornou-se
pais de cerca de 800 filhotes.
"Ele é um macho reprodutor muito ativo sexualmente e contribuiu
enormemente para repopular a ilha", disse Washignton Tapia, especialista
em preservação de tartarugas do Parque Nacional de Galápagos, à agência AFP.
De volta a Galápagos
Espécime
foi recuperado de um zoológico em San Diego (EUA) nos anos 1970
Com 80 kg, 90 cm de comprimento e 1,5m de altura (se esticar suas pernas
e pescoço), Diego é o macho dominante entre os três selecionados para recuperar
a espécie em Española. Ele convive com seis fêmeas, suas parceiras nesta
missão.
Diego foi achado no zoológico de San Diego, nos Estados Unidos - daí
veio seu nome -, após a espécie ter sido identificada por cientistas e uma
campanha internacional ter sido lançada para encontrar mais exemplares desse
tipo raro de tartaruga.
"Não sabemos exatamente como ou quando ele chegou aos Estados
Unidos. Deve ter sido retirado da Espanha entre 1900 e 1959 por uma expedição
científica", afirmou Tapia.
Diego foi levado de volta para Galápagos em 1976 e incluído no programa
de reprodução da espécie.
Espécies ameaçadas
Diego é
pai de mais de 800 filhotes gerados pelo programa de recuperação de sua espécie
Os cientistas não tinham conhecimento de o quanto ele havia contribuído
para essa meta até uma análise genética mostrar há seis anos que ele era pai de
40% dos filhotes liberados na natureza pelo projeto.
Ao todo, 2 mil tartarugas foram distribuídas pela ilha. Hoje, a espécie
não está mais ameaçada de extinção.
"Não diria que a espécie está em condições perfeitas, porque registros
históricos mostram que houve provavelmente mais de 5 mil tartarugas na ilha.
Mas está indo muito bem - e aumentando, o que é mais importante", disse
Tapia.
Das 15 espécies de tartarugas gigantes com origem em Galápagos, três
foram extintas, vítimas dos piratas do século 18 que pilharam o frágil
ecossistema do arquipélago.
Entre aquelas ameaçadas
atualmente, nem todas têm um macho como Diego para vir ao seu resgate. A
esperança de recuperar a espécie Chelonoidis abingdonimorreu
junto com seu último sobrevivente conhecido.
O centenário George, o Solitário faleceu em 2012 após se recusar por
muitos anos a reproduzir em cativeiro.
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