Prosa é o nome que se dá à forma de um texto
escrito em parágrafos. O termo deriva do latim prosa, que significa
discurso direto, livre, em linha reta. Trata-se da expressão do
"não-eu" (ou do objeto),
por meio de metáforas univalentes. Em um texto em prosa, as
metáforas são exploradas com parcimônia, visando criar uma imagem objetiva e
concreta da realidade, o que o diferencia do texto
poético. Porém, a linguagem da prosa
não é pura denotação. Quando a obra chega ao seu epílogo, e termina a narrativa, a conotação se
manifesta fortemente. Portanto, a prosa faz uso da linguagem
denotativa-conotativa, ao contrário da linguagem poética, que é
predominantemente conotativa.
"Prosa"
pode designar uma forma (um texto escrito sem divisões rítmicas intencionais --
alheias à sintaxe, e sem grandes preocupações com ritmo, métrica, rimas, aliterações e
outros elementos
sonoros), e pode designar também um
tipo de conteúdo (um texto cuja função linguística predominante não é a
poética, como por exemplo, um livro técnico, um romance, uma lei, etc...). Na
acepção relativa à forma, "prosa" contrapõe-se a "verso"; na acepção relativa ao conteúdo,
"prosa" contrapõe-se a "poesia".
Aristóteles já
observava, em sua "Poética", que nem todo texto escrito em
verso é "poesia",
pois na época era comum se usar os versos até em textos de natureza científica
ou filosófica, que nada tinham a ver com poesia. Da mesma forma, nem tudo que é
escrito em forma de prosa tem conteúdo de
prosa.
Dom
Casmurro é um texto em prosa do tipo romance.
A
prosa divide-se em dois tipos básicos: a narrativa e a demonstrativa. A prosa
narrativa, compreende a histórica e de ficção, enquanto a prosa demonstrativa
reúne a oratória e a prosa didática (tratados, ensaios, diálogos e cartas).
A
prosa também pode ser classificada pela função, dividindo-se em narrativa (ou
de ficção); argumentativa (tratados); dramática (texto teatral); informativa
(livros didáticos, manuais, enciclopédias, jornais e reportagens); e
contemplativa (ensaios).1 A
prosa considerada literária compreende o conto, a novela, o romance, a crônica,
o apólogo e o texto teatral. As demais formas não são estudadas no campo da
Literatura, Porém, a essência da prosa literária está nas prosas de
ficção: o conto,
a novela e
oromance.
O conto é um tipo de história mais curta,
construído geralmente com um único conflito, com poucas personagens. A novela também é um tipo de história curta, que
pode apresentar um ou mais conflitos (normalmente de tamanho intermediário
entre o conto e
o romance,
com a particularidade de a novela ter um andamento mais episódico, dando a
impressão de capítulos separados. Já o romance é um tipo de história onde há um conflito
principal, prolongado com conflitos secundários, vindos dos painéis de época,
das divagações filosóficas, da observação dos costumes e hábitos.
O
tempo é um dos aspectos mais importantes da prosa de ficção. O tempo
cronológico é específico do conto e da novela, embora possa ocorrer no romance
linear. Já o tempo metafísico é característico do romance, e em especial, do
romance introspectivo.
Roman Jakobson
propôs o termo prosa
poética.
O
linguista Roman Jakobson define "poesia"
a partir das funções da linguagem: "poesia" é o texto em que a função poética
predomina sobre as demais. Assim, um texto escrito em forma de prosa pode ser
considerado de "poesia",
se sua função principal, sua finalidade, for poética. A tal texto pode-se dar o
nome de prosa poética ou poesia em prosa. Pois é "prosa" em sua forma; mas
"poesia"
em sua função, em sua essência, nos sentimentos que transmite.
Historicamente,
o marco de início da prosa poética é
geralmente associado aos simbolistas franceses, entre os quais Baudelaire e Mallarmé; no Brasil esse início também está associado aos
simbolistas, principalmente ao Poeta Negro: o grande Cruz e Sousa,
que tem cinco obras em prosa poética: Tropos e
Fantasias (1893); Missal (1893); Evocações(1898); Outras
Evocações (obra póstuma) e Dispersos (obra póstuma).
A
partir do século XX o
gênero foi adotado por muitos poetas e poetisas, de estilos e inclinações muito
diversos. A essas obras está reservado esse novo espaço, que já de saída inclui
algumas obras de poetas como Cláudio
Willer e José
Geraldo Neres que já faziam parte de
nosso acervo. Hoje apresentamos um novo poeta adepto desse gênero: Jorge
Amaral.
Enquanto
a poesia surgiu nos primórdios da atividade literária, a prosa desenvolve-se
na Idade Média.
A prosificação das canções de gesta deu origem às novelas. O romance surge no século XVIII e o conto
desenvolve-se no fim da Idade Média e início do Renascimento.
No entanto, há registros isolados anteriores, como o embrião de novela Ciropédia,
de Xenofonte e
o conto As Mil e
Uma Noites.
O romancista brasileiro José de
Alencar
A
prosa barroca no Brasil surge no século XVII, com a oratória dos jesuítas,
tendo como nome central o Padre Antônio Vieira. No século XVIII, surgem os primeiros grêmios literários e
eruditos, na Bahia e no Rio de Janeiro, denominados
"academias". Surgem também os atos acadêmicos, sessões de várias
horas em homenagem a pessoas ou a datas religiosas, compreendendo sermões,
poemas e óperas. No século XIX, textos em prosa têm grande influência na
história do país. Destacam-se os panfletos de Frei Caneca,
condenado à morte pela participação na Confederação
do Equador, e, principalmente, os
ensaios de Hipólito da Costa em O
Correio Braziliense contribuíram
para a independência e as crônicas de Evaristo da Veiga na Aurora influenciaram a abdicação de Dom Pedro I. A
prosa do Modernismo inclui
nomes como o de José de Alencar (O Guarani,
romance de 1857), Álvares de Azevedo (Noite na Taverna, conto de 1855), Manuel
Antônio de Almeida (Memórias
de um Sargento de Milícias,
de 1854) e Joaquim Manuel de Macedo (A Moreninha,
romance de 1844).
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