
Artur Rubinstein
Era aniversário de Deus.
Todas as luzes do Universo foram acesas.
Bilhões de fogos de artifícios celestiais cruzavam-se no céu, provocando incêndios nas estrelas.
A orquestra sinfônica de Deus tocava em Sua homenagem. O regente e os músicos –entidades divinas – estavam conduzindo o mais fantástico e sublime concerto jamais realizado em homenagem ao Criador do Universo.
Um bem-aventurado, pianista, se destacava na orquestra, porque o seu instrumento musical “inventava” os acordes mais suaves à audição daquela platéia divina. Ele era gênio, gênio criado pelo Ser Supremo, seu Pai.
Depois que os divinos sons musicais se perderam nos confins do infinito, Deus, o Pai misericordioso de todos os homens, pensou e decidiu emprestar ao planeta Terra o seu artista preferido. Por essa razão, no seio do povo eleito – o povo judeu – nasceu Artur Rubinstein.
Aqui na Terra, embora tivesse o seu espírito aprisionado no corpo carnal, Rubinstein manteve a sua genialidade.
Foi ele, sem dúvida, graças à sua origem e posição no céu, o mais elevado virtuoso da musica clássica executada em piano.
Especialista em interpretar música de Chopin, conseguiu ultrapassar o próprio gênio polonês. Era um legitimo gênio musical e homem de soberbas virtudes.
Como Rubinstein nasce um em cada século.
Assim como a água mata a sede das entidades vivas, a música do gênio mata a sede musical do nosso espírito.
Quando tocava o piano seus dedos deslizavam nas teclas, com frêmitos elétricos produzidos pelo entusiasmo e magia da sua alma.
A sua alegre e inconfundível cabeleira branca tremeluzia nos mais importantes cenários do mundo, como uma bandeira hasteada a farfalhar por causa da ventania.
Finalmente, cumprida sua missão divina na Terra ele foi chamado ao céu para ocupar o seu lugar, como pianista privilegiado, na orquestra sinfônica de Deus.
*Crônica publicada na coletânea 13, Rosa dos Ventos, editada pela Taba cultural, em 1999. Edson tem o dom da síntese.
Artur Rubinstein segundo a Wikipédia: (Łódź, 28 de janeiro de 1887 — Genebra, 20 de dezembro de 1982) foi um pianista polonês e judeu, naturalizado estadunidense [1] muito conhecido como um dos melhores pianistas virtuosos do século XX[2]. Foi aclamado internacionalmente por suas performances de Chopin e Brahms.
Rubinstein[1] começou a tocar piano muito cedo, com apenas três anos. Aos 6 anos, tocou em público pela primeira vez. Entrou para o Conservatório de Varsóvia aos oito anos, onde foi aluno de Paderewski e Ludomir Różycki. Prosseguiu seus estudos em Berlim com Heinrich Barth, apresentando um recital em 1900. Em 1906 apresentou-se em Nova Iorque, como solista da Orquestra de Filadélfia. Volta a morar na Europa. Em Paris, atua como professor de piano. Durante a Primeira Guerra Mundial, atua como intérprete militar em Londres. Apresenta-se em duo com o violinista Eugène Ysaÿe. Em 1916 visita a Espanha, onde interpreta composições de Granados e Manuel de Falla. A Fantasia Bética, deste último, é dedicada à Rubinstein. Em 1919 vem ao Brasil, e conhece Villa-Lobos. Interessa-se pelas modernas composições deste, e torna-se responsável pela divulgação de suas mais famosas composições. Em sua homenagem, Villa-Lobos escreveu seu Rudepoema (1926). Rubinstein também interpretava composições de seu compatriota e amigo Karol Szymanowski. Stravinsky dedicou-lhe os 3 Movimentos de Petruschka (1921) - considerada sua mais difícil obra para piano. Em 1928,conhece Aniela Mlynarski, com quem viria a casar-se em 1932. A partir de então, renova sua técnica, e depois de algum tempo dedicado a intensivos estudos apresenta-se nos EUA em 1937. Desde então, tem sua reputação de grande intérprete assegurada. Nos anos da Segunda Guerra Mundial, muda-se para os Estados Unidos, e em 1946 obtém cidadania americana. Rubinstein apresentou-se em muitos países - As Américas, Europa, África, Ásia e Oceania - e tornou-se uma celebridade. Suas gravações, sempre muito bem recebidas, revelam um extenso repertório: Chopin (integral das obras para piano), Schumann, Granados, Falla, Prokofiev, Villa-Lobos e Stravinsky, e música de câmara, além de concertos de Chopin, Brahms, Beethoven, Mozart,Schumann, Grieg, Tchaikovsky, Rachmaninoff e Saint-Saëns. Rubinstein revelava extrema modéstia quando falava de si próprio. Sua personalidade mostrava interesse não apenas em música, mas nos pequenos e refinados momentos de prazer que a vida oferece. Sua última atuação pública deu-se em 1976, quando já estava com 89 anos, na sala de espetáculos londrina Wigmore Hall, onde tocara pela primeira vez quase 70 anos antes.
No final de sua vida, escreveu uma auto-biografia em dois volumes: My Young Years(1973) e My Many Years(1980)
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