Por Conrado Matos – Psicanalista
Artigo publicado no Jornal Tribuna da
Bahia, Quarta-Feira, 10.04.2013.
Na tarde de sexta-feira, do dia 22 de
março de 2013, foi criada a Associação Lítero-Musical Amigos do Escritor Xavier
Marques, tendo como idealizadores e fundadores, os próprios parentes do
escritor Xavier Marques, o músico Celso Xavier Marques (neto), e seu filho, o
advogado Hélio Xavier Marques (bisneto).
Durante a cerimônia da inauguração da
Associação, estiveram presentes, autoridades da Polícia Militar da Bahia, a
Centenária Banda de Música Maestro-Capitão João Antônio Wanderley da Polícia
Militar do Estado da Bahia, que executou o Hino Nacional Brasileiro, o Hino ao
Escritor Xavier Marques. João Antônio Wanderley foi criador do Hino do Senhor
do Bonfim. Estiveram, também presentes, a viúva do escritor e historiador,
Ubiratan Castro, assim como, o psicanalista Jairo Costa, o escritor e poeta
João Bosco, e uma representante do Cepa Círculo Estudo, Pensamento e Ação, o
grupo da Associação Baiana de Esperanto, o NIVE- Núcleo de Interatividade do
Veterano da Polícia Militar da Bahia. Além da presença cordial da direção da
Biblioteca Juracy Magalhães Junior do Rio Vermelho, e os demais associados
amigos de Xavier Marques.
No início da reunião, foi tocado o
Hino Nacional Brasileiro, pela Banda da Polícia Militar. Logo depois, foi
anunciado um minuto de silêncio em respeito ao falecimento do historiador
Ubiratan Castro e, em seguida foi entregue a viúva um diploma pela homenagem
merecida – pela importância de quem foi Ubiratan Castro. Um homem preocupado
com as injustiças e causas sociais.
Todos que ocuparam a mesa da cerimônia
prestaram suas considerações ao músico Celso Xavier Marques, por dar
continuidade à memória do seu avô. Celso se emocionou durante as homenagens.
Em 29 de março, a nossa querida
Salvador, completou 464 anos de fundada. A cidade de Salvador foi alvo de
vários conflitos sociais e revoluções, e, por aqui, surgiram alguns heróis que
lutaram em defesa da nossa cidade. Um desses heróis foi o General Pierre
Labatut, que defendeu a cidade de Salvador de uma possível destruição pelas
tropas portuguesas, na Batalha de Pirajá, conforme foi relatado por Xavier
Marques, em O Sargento Pedro. Para quem, talvez não saiba, Labatut comandou as
tropas do Exército Brasileiro, que lutou contra as tropas portuguesas,
comandadas pelo General Madeira de Melo.
Xavier Marques é um escritor que
ressai com seu panorama literário de ficção e história, que abrange em destaque
as figuras que se tornam imponentes, grandiosas e heroicas.
Tomando como base os relatos em O
Sargento Pedro, nos deparamos com um enredo histórico que parte de pessoas
simples – pessoas que vivem aos arredores praieiros. Pessoas que são humildes,
mas, corajosas e prontas para defenderem a sua independência. Um povo patriota,
pronto para enfrentar as tropas portuguesas.
O Sargento Pedro é um trabalho
literário que se destaca, sobretudo, por homenagear na sua época de publicação,
os quatrocentos anos da descoberta do nosso Brasil, retratando as tradições da
independência. O povo da Ilha de Itaparica é notável guerreiro, capaz de lutar
pela independência de suas terras, com todos os seus ideais, sonhos e toda sua
pureza. Imaginem, são pescadores-soldados, de gestos heroicos.
Mas, o apoio militar grandioso, chega
quando o povo sofrido precisa de ajuda. Aparece um general combatente, vindo da
França, chamado Labatut. Labatut é o general francês que luta em defesa do
nosso povo baiano. Juntam-se os personagens, Pedro, a heroína negra Maria
Felipa, em defesa desse povo itaparicano, tendo na frente o comandante Labatut,
um dos maiores generais de todos os tempos.
Em O Sargento Pedro, Xavier Marques
traça muito bem o papel do General Labatut, combativo em outras terras
latino-americanas e, que, em terras brasileiras, o General luta ao lado dos
itaparicanos.
O heroísmo é um ato marcante no que
diz a história desse romance de Xavier Marques, onde se deferência da ficção
dos amores de Jana e Joel, uma novela de 1889, cuja obra é de Xavier Marques.
Considerada uma das suas maiores obras, embora, O Sargento Pedro, ganha um
prêmio da Academia Brasileira de Letras.
Enquanto na novela Jana e Joel,
predomina muito mais o relacionamento amoroso. Em O Sargento Pedro, predomina a
luta, o conflito e a revolução de um povo que busca pela liberdade.
Para finalizar este texto, o escritor
Francisco Xavier Ferreira Marques nasceu em 03 de dezembro de 1861, e faleceu
em 30 de outubro de 1942, deixando um grande volume de histórias e ficções. Seu
primeiro romance foi Boto e Companhia de 1897, que vem dar seguimento ao
romance, O Feiticeiro.
Xavier Marques ocupou a Cadeira de nº
33 da Academia de Letras da Bahia, tendo como patrono, o poeta Castro Alves.
Por último, essa Cadeira de nº 33 foi ocupada pelo professor e historiador,
Ubiratan Castro, recentemente falecido. Foi, Xavier Marques, membro da Academia
Brasileira de Letras, ocupando em 24 de julho de 1919, a Cadeira de nº 28, se
tornando um imortal de todos os tempos.
Conrado Matos é Psicanalista, Licenciado em Filosofia e Bacharel
em Teologia. Membro da Associação Lítero-Musical Amigos do Escritor Xavier
Marques.
E-mail: psicanaliseconrado@hotmail. Com – Tels: (71)
9910-6845/8103-9431.
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