Artesanato é o
próprio trabalho manual ou produção de um artesão (de artesão + ato).
Mas com a mecanização da indústria o artesão é identificado como aquele que
produz objetos pertencentes à
chamada cultura popular.
O artesanato é
tradicionalmente a produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão)
possui os meios de produção (sendo o proprietário da oficina e das ferramentas)
e trabalha com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da
produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento; ou seja, não
havendo divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum
produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante ou
aprendiz.
História
Os primeiros objetos
feitos pelo homem eram artesanais. Isso pode ser identificado no período neolítico (6.000
a.C.) quando o homem aprendeu a polir a pedra, a fabricar a cerâmica como
utensílio para armazenar e cozer alimentos, e descobriu a técnica de tecelagem das
fibras animais e vegetais. O mesmo pode ser percebido no [Brasil] no mesmo
período. Pesquisas permitiram identificar uma indústria lítica e fabricação de
cerâmica por etnias de tradição nordestina que
viveram no sudeste do Piauí em
6.000 a.C.
Historicamente, o
artesão, responde por todo o processo de transformação da matéria-prima em
produto acabado. Mas antes da fase de transformação o artesão é responsável pela
seleção da matéria-prima a ser utilizada e pela concepção, ou projeto do
produto a ser executado.
A partir do século
XIX, o artesanato ficou concentrado então em espaços conhecidos como oficinas,
onde um pequeno grupo de aprendizes viviam
com o mestre-artesão, detentor de todo o conhecimento técnico.
Este oferecia, em troca de mão-de-obra barata e fiel, conhecimento, vestimentas
e comida. Criaram-se as Corporações de Ofício, organizações que os mestres de
cada cidade ou região formavam a fim de defender seus interesses.
Revolução Industrial
Com a Revolução
Industrial, teóricos do século XIX,
como Karl Marx e John Ruskin, e
artistas (ver: Romantismo)
criticavam a desvalorização do artesanato pela mecanização. Os intelectuais da
época consideravam que o artesão tinha uma maior liberdade, por possuir os
meios de produção e pelo alto grau de satisfação e identificação com o produto.
Na tentativa de
lidar com as contradições da Revolução Industrial, William Morris funda
o grupo de Artes e Ofícios na
segunda metade do século XIX, tentando valorizar o trabalho artesanal e se
opondo à mecanização. Podemos
pensar nos índios como os nossos mais antigos artesãos, já que, quando os
portugueses descobriram o Brasil, encontraram aqui a arte da pintura utilizando
pigmentos naturais, a cestaria e a cerâmica - sem falar na arte plumária, isto
é, cocares, tangas e outras peças de vestuário ou ornamentos feitos com plumas
de aves. O artesanato brasileiro é um dos mais ricos do mundo e garante o
sustento de muitas famílias e comunidades. O artesanato faz parte do folclore e
revela usos, costumes, tradições e características de cada região.
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