quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

FITINHAS DO SENHOR DO BONFIM


Dizeres da fita do Bonfim.

Fitinhas dos três pedidos

A fita do Senhor do Bonfim é enrolada no pulso e fixada com três nós. A cada nó precede um pedido,
realizado mentalmente, e que deve ser mantido em segredo até a fita se romper por desgaste natural.
Fita do Bonfim ou fitinha do Bonfim é um souvenir e amuleto típico de Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia.
História
A fita original foi criada em 1809, tendo desaparecido no início da década de 1950. Conhecida como medida do Bonfim, o seu nome devia-se ao fato de que media exatos 47 centímetros de comprimento, a medida do braço direito da estátua de Jesus CristoSenhor do Bonfim, postada no altar-mor da igreja mais famosa da Bahia. A imagem foi esculpida em Setúbal, em Portugal, no século XVIII. A "medida" era confeccionada em seda, com o desenho e o nome do santo bordados à mão e o acabamento feito em tinta dourada ou prateada. Era usada no pescoço como um colar, no qual se penduravam medalhas e santinhos, funcionando como uma moeda de troca: ao pagar uma promessa, o fiel carregava uma foto ou uma pequena escultura de cera representando a parte do corpo curada com o auxílio do santo (ex-voto). Como lembrança, adquiria uma dessas fitas, simbolizando a própria igreja.
Não se sabe quando a transição para a atual fita, de pulso, ocorreu, sendo fato que em meados da década de 1960 a nova fita já era comercializada nas ruas deSalvador, quando foi adotada pelos hippies baianos como parte de sua indumentária.
Alguns atribuem a criação da fita a Manuel Antônio da Silva Serva.
Colorido
Vendida em diversas cores, a Fita do Senhor do Bonfim possui um lado que poucos conhecem: cada cor simboliza um Orixá. Verde escuro para Oxossi, azul claro para Iemanjá, Amarelo para Oxum… Seja qual for a cor, a fita possui uma representação simbólica, estética e espiritual típicas das raízes africanas da Bahia.
Cores para cada Orixá
Verde (escuro ou claro): Oxossi
Azul claro: Iemanjá
Amarelo: Oxum
Azul escuro: Ogum
Colorido ou rosa: Ibeji (erê) e Oxumaré
Branco: Oxalá
Roxo: Nanã
Preta com letras vermelhas: Exu e Pomba gira
Preta com letras brancas: Omulu e Obaluaê
Vermelha: Iansã
Vermelha com letras brancas: Xangô
Verde com letras brancas: Ossain
Os três pedidos
Na tradição popular, a fita do Senhor do Bonfim é enrolada no pulso e fixada com três nós. A cada nó precede um pedido, realizado mentalmente, e que deve ser mantido em segredo até a fita se romper por desgaste natural.
Fitinhas deixadas por fieis amarradas ao gradil que separa a igreja da via pública
Confecção
Pouca gente, incluindo turistas e baianos, sabe que a tradicional fita do Senhor do Bonfim não é produzida no Estado há mais de 20 anos. Nesta semana, o arcebispo primaz do Brasil, Dom Murilo Kriegger, e o secretário de Turismo, Domingos Leonelli, anunciaram a novidade como parte de um programa de turismo religioso para a capital, que incluirá também outras iniciativas. A ideia é ampliar o número de turistas que vêm à Bahia por motivos religiosos.
O mais conhecido souvenir soteropolitano passou a ser produzido por fábricas do interior paulista nos anos 1990 por questões financeiras. Enquanto as fábricas baianas, que confeccionavam o produto em algodão, estavam perto da bancarrota, as confecções de São Paulo clamavam por pedidos. Osnir Moreno Rolim, dono da Fita Têxtil, no município de Sumaré, é atualmente o maior produtor dos mimos no País, com mais de cinco milhões de unidades mês.
A fabricação desse símbolo de fé, a partir de agora, voltará a ser produzido aqui em Salvador atendendo às especificações originais: será de fio de algodão – jamais de sintético – e terá o tamanho do braço direito da imagem do Senhor do Bonfim, entronizada na igreja do mesmo nome, (sessenta centímetros).

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