Barcelona,
Espanha
O Grande
Teatro do Liceu (em espanhol, Gran Teatre del Liceu) ou
simplesmente Liceu em catalão ou Liceo em
espanhol, é uma casa de ópera em La Rambla,Barcelona, Catalonia, Espanha,
inaugurada em 4 de abril de 1847, considerada
uma das casas mais importantes do mundo.
Em
contraste com outras cidades europeias, onde a monarquia carregava a
responsabilidade de construir e mantes grandiosas casas de óperas, o Liceu foi fundado por construtores privados,
que formavam a Sociedade do Grande Teatro do Liceu (Societat del Gran Teatre
del Liceu), organizados do mesmo jeito das tradicionais companhias, ou
sociedades. Vemos esse reflexo na arquitetura da construção, por exemplo, o
camarote real.
Em
1837, um batalhão do exército espanhol, comandados por Manuel Gibert Sans, foi
criado em um convento de Montsió (perto do atual Portal de l'Àngel), o Liceo
Filodramático de Montesión (Liceu Filodramático de Montesión). Este
batalhão havia o
objetivo
de promover a educação musical e organizar apresentações cenicas de óperas,
apresentados por alunos do Liceu. Um teatro foi construído no convento -
nomeado Teatro de Montesión ou Teatro del Liceo de
Montesión - e nele eram apresentados óperas; a primeira ópera
foi Norma de Vincenzo Bellini em
3 de fevereiro de 1838. O repertório italiano, como Gaetano Donizetti, Saverio Mercadante, Vincenzo Bellini e Gioacchino Rossini. A primeira apresentação espanhola da ópera Zampa do compositor Ferdinand Hérold aconteceu lá.
Em
1838, a sociedade mudou seu nome para Liceo Dramático Filarmónico de S.
M. la Reina Isabel II (Liceu Dramático Filarmônico da Sua Majestade
Rainha Elisabeth II). A falta de espaço e também a pressão de antigas freiras
que eram antigas proprietárias do convento fizeram com que a companhia troca-se
sua residência em 1844. A última performance no convento aconteceu dia 8 de
setembro de 1844.
Um
edifício localizado no centro da cidade, em La Rambla foi comprado. Os
administradores do Liceu contrataram Joaquim de Gisper d'Anglí para fazer um
projeto de construção para um novo edifício. Duas diferentes sociedades foram
criadas: a "sociedade da construção" e uma "sociedade
auxiliadora da construção". A rainha não contribuiu para a construção, por
isso não há um camarote real e o nome da sociedade foi mudado para Liceo
Filarmónico Dramático, retirando-se o nome da rainha. Miquel
Garriga
i Roca foi o arquiteto constratado e a construção começou em 11 de abril de
1845, sendo inaugurado dia 4 de abril de 1847.
A
inauguração aconteceu no dia 4 de abril de 1847, com um mix de programas,
incluindo as premières da overture de José Melchor Gomis, a histórica
interpretação de Don Fernando de Antequera, do compositor Ventura
de la Vega, o balé La rondeña de Josep Jurch e uma cantata Il
regio himene, com música do diretor musical do teatro, Marià Obiols.
A
primeira ópera completa a ser interpretada no teatro foi Anna Bolena de Gaetano Donizetti dia 17 de abril. Nessa época o Liceu era a maior casa de ópera
da Europa,
com 3.500 lugares. Outras óperas foram apresentadas no Liceu durante seu
primeiro ano: I due Foscari (Giuseppe Verdi), Il bravo (Mercadante), Parisina d'Este (Donizetti), Giovanna d'Arco
(Giuseppe Verdi), Leonora (Mercadante), Ernani (Verdi), Norma (Bellini), Linda
di Chamounix (Donizetti) e Il
barbiere di Siviglia (Gioacchino Rossini).
Em
9 de abril de 1861 a construção foi muito prejudicada com um incêndio. Mas a
reconstrução pelas mãos do arquiteto Josep Oriol Mestres fez com que a casa
reabrisse suas portas em 20 de abril de 1862, apresentando I Puritani de Bellini.
No
dia 7 de novembro de 1893, a noite de abertura da temporada contava com uma
performance de Guillaume Tell de Rossini, quando, durante o segundo ato, duas bombas foram lançadas
na casa de ópera. Apenas uma das duas bombas explodiram e aproximadamente vinte
pessoas foram mortas, com muitas mais feridas. O ataque foi trabalhou do
anarquista Santiago Salvador que acabou chocando Barcelona, tornando-se o
símbolo do turbulento descontentamento social na época. O Liceu reabriu as
portas em 18 de janeiro de 1894, mas os lugares ocupados pelas pessoas mortas
pelas bombas não foram usadas por um grande número de anos. A segunda bomba foi
exposa no Museu Van Gogh em 2007.
Em
1909, o auditorio onrnamentado foi renomeado. A neutralidade espanhola durante
a Primeira
Guerra Mundial permitiu a indústria
têxtil catalã a acumular uma enorme riqueza através do fornecimento às duas
partes do conflito. A década de 1920 foi a mais próspera e o Liceu tornou-se
líder como a casa de ópera que trazia os melhores cantores da época, tendo
também a orquestra líder na época e companhias como a Ballets Russes de Sergei Diaghilev.
Quando
a Segunda
República Espanhola foi proclamada em 1931,
a instabilidade política fez com que o Liceu sofresse uma grande crise
financeira, tendo que recorrer a subsídios do Conselho da Cidade de Barcelona e
ao governo da Catalonia. Durande a Guerra
Civil Espanhola o Liceu foi
nacionalizado e recebeu o nome de Teatre del Liceu - Teatre Nacional de
Catalunya. As temporadas de óperas foram suspensas. Após a guerra, elas
retornaram, em 1939.
De
1940 até a década de 1960, as temporadas foram de grande qualidade. O ano de
1955 viu um histórico evento, quando, pela primeira vez desde a fundação,
a Festival de Bayreuth foi apresentado em uma casa normal. Performances de Parsifal, Tristan und Isolde e Die Walküre de Richard Wagner,
com produção de Wieland Wagner, foram apresentador no Liceu.
Na
década de 1970, uma crise econômica afetou o teatro e a organização privada não
foi capaz de arcar com os altos orçamentos das produções modernas das óperas e
a qualidade começou a cair.
A
morte de Pàmias em 1980 revelou a necessidade de intervenção do corpo oficial,
se a instituição quisesse continuar a ser uma líder no setor das óperas. Em
1981 o Generalitat de Catalunya, com o Conselho da Cidade de Barceloa e a
Sociedade do Liceu criaram o Consorci del Gran Teatre del Liceu,
responsável pela administração do teatro.
De
1994 até a reabertura do teatro, em 1999, as temporadas da ópera aconteceram na
arena Palau Sant
Jordi, Palau de la Música Catalana
(Palácio da
Música Catalã) e no Teatro Victória. A
reforma melhorou e expandiu o teatro, que acabou sendo reaberto dia 7 de
outubro de 1999 com a ópera Turandot de Giacomo Puccini.
A nova casa conta com a tão tradicional forma de ferradura, como também um
grande aparato técnico, de ensaios, escritórios e facilidades educacionais, uma
nova ópera de câmara e um novo hall para performances pequenas, como também
muito mais espaço para o público.
O
Liceu é, até hoje, uma casa que produz suas próprias produções (duras ou três
novas produções anuais) como recebe produções de fora. A companhia Liceu
consiste em uma orquestra e
um coral permanentes e alguns cantores, mas os papels título são, geralmente,
cantados por cantores convidados. Até a década de 1990, o Liceu tinha sua
própria companhia de balé, que é mais lembrado pelas performances nas décadas
de 1920 e 1930, sob Joan Magriñà.
A
maioria das óperas apresentadas no teatro foram das
escolas italianas e alemãs do século XIX, com óperas de Giuseppe Verdi, Richard Wagner, Giacomo Puccini, Richard Strauss, Wolfgang
Amadeus Mozart, entre outros.
As
primeiras óperas de compositores não-italianos apresentadas no teatro foram
Zampa de Ferdinand Hérold (1848), Der Freischütz de Carl Maria von Weber (1849),
Robert
le diable de Giacomo Meyerbeer, La muette de Portici de Auber (1852) e Fra Diavolo (1853). As
primeiras performances de Il trovatore (1854)
e La traviata (1855)
conduziram Giuseppe Verdi a ser considerado como o rei da ópera. Em 1866,
Mozart apareceu no Liceu pela primeira vez, com Don Giovanni.
A
primeira ópera russa foi apresentada em 1915 com grande sucesso, desde então,
Modest Mussorgsky, Pyotr Ilyich Tchaikovsky e Nikolai Rimsky-Korsakov são
interpretados na casa. A primeira ópera do século XX foi a de Richard Strauss,
com o próprio compositor conduzindo. Em 1904, Siegfried Wagner conduziu um
concerto, similar a Pietro Mascagni, que conduziu sua própria obra.
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