465 anos
Índios tupinambás dançando.
Gravura de John White.
Por
volta do ano 1000, os índios tapuias que habitavam a região do atual município
de Salvador foram expulsos para o interior do continente por povos tupisprocedentes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros
europeus à região, a mesma era habitada por um desses povos tupis,
os tupinambás1 .
Em 1500,
a Baía de
Todos-os-Santos foi descoberta e nomeada
pelos portugueses. Em 1501,
um ano após a chegada da frota de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro, Gaspar de Lemos chegou à Baía de Todos os Santos e percorreu o atual litoral
baiano. Em 1510, ocorreu o naufrágio de
um navio francês perto
do bairro deRio
Vermelho. De sua tripulação, fazia
parte o português Diogo Álvares, o Caramuru, que viria a exercer um importante papel como
mediador das relações entre os navegadores europeus e os nativos tupinambás. O
primeiro homem europeu a desembarcar no Morro de São Paulo foi Martim
Afonso de Sousa, em 1531, liderando uma expedição para explorar a costa
do continente. Em 1534,
foi fundada a capela em
louvor à Nossa
Senhora da Graça, porque ali viviam Diogo Álvares e
sua esposa, Catarina Paraguaçu. Nesse mesmo ano, Francisco
Pereira Coutinho fundou uma cidade no
distrito da Barra.
A cidade viria a ser chamada, posteriormente, de Vila Velha.
Em 1536, chegou, na região, o primeiro donatário português,
Francisco Pereira Coutinho, que recebeu capitania hereditária de El-Rei dom João III.
Fundou o Arraial do Pereira, nas imediações onde hoje está a Ladeira da Barra. Esse arraial, doze anos depois, na época da fundação da
cidade, foi chamado de Vila Velha.
Os índios não gostavam de Pereira Coutinho por causa de sua crueldade e
arrogância no trato. Por isso, aconteceram diversas revoltas indígenas enquanto ele esteve na vila. Uma delas obrigou-o a refugiar-se em Porto Seguro,
com Diogo Álvares; na volta, já na Baía de
Todos os Santos, enfrentando forte tormenta, o barco, à deriva, chegou à praia de Itaparica. Nessa, os índios fizeram-no prisioneiro, mas
deram liberdade a Caramuru. Francisco
Pereira Coutinho foi retalhado e servido
numa festa antropofágica.
Primeiro brasão de
armas da cidade de Salvador, em meados do século
XVII
“Sic illa ad arcam reversa est” - e a pomba à
arca retorna
Em 29 de março de 1549, um grupo de colonos portugueses chegou, pela
Ponta do Padrão, chefiada por Tomé de Sousa e
comitiva, em seis embarcações: três naus, duas caravelas e um bergantim, com
ordens do rei de Portugal de
fundar uma cidade-fortaleza chamada "do São Salvador". Nasceu, assim,
a cidade deSalvador,
já cidade, já capital, sem nunca ter sido província, e foi por muitos anos a
maior cidade das Américas e rapidamente se tornou o principal e
importante centro da indústria de açucar e do comércio de escravos. Salvador se
tornou o principal ponto de entrada para muitos colonos holandeses e judeus.[carece de
fontes]Foi durante os séculos XVII e XIX que
a maioria dos judeus migraram para a Bahia, espalhando sua cultura ao longo de
suas colônias e além (a primeira sinagoga na América, a Sinagoga Kahal Zur Israel,
foi erguida nas proximidades de Recife em 1636).
Salvador
foi, no entanto, principalmente influenciada pelo catolicismo,
se tornando a primeira sede do bispado católico do Brasil em 1552. Ainda é um centro do catolicismo brasileiro.
Em 1583, 1 600 pessoas que residiam na cidade[carece de fontes] e,
ao longo dos anos, cresceu rapidamente como uma das maiores cidades doNovo Mundo,
superando qualquer cidade americana colonial na época da Revolução Americana em 1776.
Salvador
foi a capital do vice-reinado português do Grão-Pará e
da província da Baía de Todos-os-Santos. O almirante holandês Piet
Hein da Companhia
Neerlandesa das Índias Ocidentais invadiu
e saqueou a cidade em maio de 1624, tendo o porto sido retomado por uma frota
de espanhóis-portugueses em maio de 1625. Em seguida, a cidade desempenhou um
papel estrategicamente vital na resistência contra os holandeses.
Todos
os donatários das capitanias
hereditárias eram submetidos à
autoridade do primeiro governador-geral
do Brasil, Tomé de Sousa. Com o
governador, vieram, nas embarcações, mais de mil pessoas: 320 nomeadas e
recebendo salários.
Entre elas, o primeiro médico nomeado para o Brasil por um prazo de 3 anos, Jorge Valadares;
o farmacêutico Diogo de Castro; seiscentos militares, degredados, e fidalgos, além dos primeiros padres jesuítas no Brasil, como Manuel da Nóbrega, João Aspilcueta Navarro, e Leonardo Nunes, entre outros. As mulheres
eram poucas, o que fez com que os portugueses radicados no Brasil, mais tarde,
solicitassem, ao reino, o envio de noivas. Talvez Tomé de Sousa tenha sido o primeiro
visitante a apaixonar-se pelo local, como muitos após ele, pois disse ao
funcionário que lhe entregou a notícia de que seu substituto estava a caminho:
"Vedes isto, meirinho? Verdade é que eu desejava muito, e me crescia a
água na boca quando cuidava em ir para Portugal; mas não sei por que agora se
me seca a boca de tal modo que quero cuspir e não posso". Após Tomé de
Sousa, Duarte da Costa foi o governador-geral do
Brasil, chegou a 13 de Julho de 1553, trazendo 260 pessoas, entre elas seu filho
Álvaro, jesuítas como José de Anchieta, e dezenas de órfãs para servirem de esposas para os colonos. Mem de Sá,
terceiro governador-geral, que governou até 1572, também contribuiu com uma grande administração.
Vista de Salvador, na Bahia, em1875
Em
1572, o governo colonial dividiu o país em dois governos: um em Salvador, e o
outro no Rio de
Janeiro. Esta situação se manteve
até 1581,
quando a capital do Brasil passou a ser novamente apenas Salvador. Salvador foi
a primeira capital do Brasil e assim permaneceu até 1763 quando a capital foi transferida para o
Rio de Janeiro pelo Marquês de Pombal. A cidade de Salvador tornou-se uma base para o movimento de independência
do Brasil e foi atacada por tropas
portuguesas, em1812,
antes de ser libertada em 2 de julho de 1823.
Em Salvador concentrou-se
uma grande população de europeus, índios, negros e mestiços - em decorrência da economia, centrada
no comércio com engenhosinstalados no vasto Recôncavo.
A
cidade foi invadida pelos holandeses em 1598, 1624-1625 e 1638. O açúcar,
no século XVII,
já era o produto mais exportado pela
colônia. No final deste século, aBahia se torna a maior província exportadora
de açúcar. Nesta época, os limites da cidade iam da freguesia de Santo Antônio Além do Carmo até a
freguesia de São Pedro Velho. A Cidade do São Salvador da Bahia de Todos os
Santos foi a capital, e sede da administração colonial do Brasil até 1763.
Em 1798, ocorreu a Revolta dos Alfaiates, na qual estavam envolvidos homens do povo como Lucas Dantas e João de
Deus, e intelectuais da elite,
como Cipriano Barata e outros profissionais liberais.
O Pelourinho em
1900
Em 1809, o Conde dos Arcos iniciou
sua administração, a qual foi muito benéfica à cidade. Em 1812, ele inaugurou o Teatro São João, onde mais
tarde Xisto Bahiacantaria
suas chulas e lundus, e Castro Alves inflamaria
a platéia com seus maravilhosos poemas líricos e abolicionistas. Ainda no governo do Conde dos Arcos, ocorreram
os grandes deslizamentos nas Ladeiras da Gameleira, Misericórdia e Montanha.
Em 1835, ocorreu a revolta dos escravos muçulmanos, conhecida como Revolta dos Malês.
Durante
o século XIX,
Salvador continuou a influenciar a política nacional, tendo emplacado diversos ministros de gabinete no Segundo Reinado,
tais como Saraiva,Barão do Rio Branco, Sousa Dantas e Zacarias.
Com
a proclamação
da República do Brasil,
a capital do estado foi palco de incidentes na sucessão, com lutas entre
populares e a polícia, como o que culminou com a deposição do governador José
Gonçalves da Silva.
Em 1912, as disputas culminaram no bombardeio
da capital, com a destruição total de
grande parte de sua história.
Na
década de 1990, houve um grande projeto para tornar a cidade limpa e restaurar
o antigo centro da cidade, o Pelourinho (também
chamado Centro
Histórico). Atualmente, o Pelourinho é
um grande centro cultural e o coração da trade turística de
Salvador. No entanto, esta profilaxia social resultou numa remoção forçada de
milhares de residentes da classe trabalhadora para a periferia da cidade, onde eles têm encontrado
dificuldades econômicas significativas.
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