Leiam e se encantem com Arsène Lupin e o seu criador Maurice Leblanc
O livro de Maurice Leblanc
Maurice Leblanc
Arsène
Lupin, Ladrão de Casaca é
uma coletânea de nove histórias do escritor francês Maurice
Leblanc que
constituem as primeiras aventuras de Arsène Lupin.
Surgiu em 1907 com
o título francês Arsène Lupin, gentleman-cambrioleur —
literalmente, Arsène Lupin, ladrão-cavalheiro — por encomenda
para a revista francesa "Je Sais Tout": Pierre
Lafitte, o editor da revista,
encomendou a Maurice Leblanc uma novela policial,
cujo herói fosse para a França o que eram para a Inglaterra Sherlock Holmes (de Sir Arthur
Conan Doyle) e A. J. Raffles ao
mesmo tempo.
Arsène
Lupin
Nasceu
assim Arsène Lupin, personagem vivo, audacioso, impertinente, desafiando sem
cessar o Inspetor Ganimard, arrastando corações atrás de si, zombando das
posições conquistadas e ridicularizando os burgueses, socorrendo os fracos,
Arsène Lupin é um Robin Hood da Belle
Époque.
Como
não poderia deixar de ser, Lupin se defronta diversas vezes com o maior
detetive de todos os tempos, seu rival "Herlock Sholmes" (nome de
Sherlock Holmes na obra de Leblanc; nas primeiras edições não havia tal
modificação, mas teve de ser feita após protestos de Conan Doyle), e cria
várias situações embaraçosas para o grande detetive de Doyle. Lupin tinha uma
característica peculiar: avisava sempre a vitíma antes do roubo. Mas,
independentemente dos esforços da polícia, Lupin sempre "adquiria" o que
queria.
Nas
palavras de Pierre Lazareff, "Um Robin Hood bem francês: não se leva muito
a sério; sua arma mais mortífera é o engenho; não é um aristocrata que vive
como anarquista,
mas um anarquista que vive como aristocrata."
A
coletânea agrupa as seguintes histórias:
A
prisão de Arsène Lupin,
publicação original em Je sais
tout, n° 6, 15 de julho de 1905.
Ao desembarcar nos EUA de uma viagem no transatlântico Provence, o “ladrão de casaca” Arsène Lupin — “o incansável ladrão
cujas proezas enchiam as páginas dos jornais havia meses [...] o caprichoso gentil-homem
que só operava nos castelos e nos salões [...] o homem dos mil disfarces” — é
preso por seu arqui-inimigo, o inspetor Ganimard. Mas graças ao seu poder de
sedução, consegue se desvencilhar antes das “provas do crime”, dinheiro e joias
furtados durante a travessia marítima.
Arsène
Lupin na prisão, publicação original em Je sais
tout, n° 11, 15 de dezembro de
1905, sob o título La Vie extraordinaire d'Arsène Lupin en prison.
Mesmo trancafiado atrás das grades, Arsène Lupin, através de um estratagema,
consegue surrupiar obras de arte valiosas (dois Rubens, um Watteau etc.) do
castelo "inexpugnável" do Barão Cahorn.
A
evasão de Arsène Lupin,
publicação original em Je sais
tout, n° 12, 15 de janeiro de
1906, sob o título La Vie extraordinaire d'Arsène Lupin :
L'Évasion d'Arsène Lupin. Arsène Lupin cria uma expectativa de que fugirá
da prisão e, fazendo-se passar por outra pessoa (o pobre-coitado Baudru
Désiré), acaba conseguindo sair de lá.
O
viajante misterioso, publicação original em Je sais
tout, n° 13, 15 de fevereiro de
1906, sob o título La Vie extraordinaire d'Arsène Lupin : Le
Mystérieux Voyageur. Em viagem de Paris a Rouen, Arsène Lupin (sob o
pseudônimo Guillaume Berlat) sofre uma agressão e assalto, mas depois ajuda a
polícia (embora a rigor ele próprio seja procurado pela polícia!) a prender o
ladrão: o assassino Pierre Onfrey.
O
colar da rainha, publicação original em Je sais
tout, n° 15, 15 de abril de 1906,
sob o título La Vie extraordinaire d'Arsène Lupin : Le Collier de
la reine. Numa noite após uma recepção, o lendário “colar da rainha” (que
pertenceu a Maria Antonieta) desaparece misteriosamente da mansão do conde e
condessa de Dreux-Soubise. Anos depois, em almoço em casa do casal, um tal de
cavalheiro Floriani, que o conde conhecera na Sicília (mas que na verdade é
Arsène Lupin sob um de seus muitos disfarces) elucida o mistério.
O
cofre-forte da Sra. Imbert,
publicação original em Je sais
tout, n° 16, 15 de maio de 1906,
sob o título La Vie extraordinaire d'Arsène Lupin : Le Coffre-fort
de madame Imbert. Primeiro golpe da "carreira" de Arsène Lupin,
verdadeiro "batismo de fogo", e a primeira vez que ele usa este nome.
De olho na suposta fortuna do casal Imbert, Lupin trama um ataque noturno
contra o Sr. Ludovic e finge salvá-lo. Este, agradecido, contrata Lupin como
seu secretário particular, que se aproveita da situação para assaltar o cofre-forte.
Só que os títulos lá guardados eram falsos! "Foi a única vez, durante toda
a minha vida, que fui logrado. Mas, com todos os demônios, essa vez valeu por
muitas e boas!"
Herlock
Sholmes chega tarde, publicação original em Je sais
tout, n° 17, 15 de junho de 1906,
sob o título La Vie extraordinaire d'Arsène Lupin : Sherlock
Holmes arrive trop tard – Observe-se que, entre a publicação no
periódico e a publicação na coletânea, Sherlock Holmes tornou-se Herlock
Sholmès, em virtude de um protesto de Conan Doyle,
«pai do verdadeiro Sherlock Holmes».
Primeiro encontro entre o "ladrão nacional" francês Arsène Lupin e o
"grande policial inglês [...] Herlock Sholmes, o mais extraordinário
decifrador de enigmas", girando em torno de uma passagem secreta, cujo
segredo se perdeu com o tempo, que dá acesso ao castelo de Thibermesnil, cujos
tesouros são cobiçados por Lupin (aqui sob o pseudônimo de Horace Velmont).
A
pérola negra, publicação original em Je sais
tout, n° 18, 15 de julho de 1906,
sob o título La Vie extraordinaire d'Arsène Lupin : La Perle noire.
Arsène Lupin penetra no apartamento da viúva Zalti, condessa de Andillot, com o
intuito de roubar a pérola negra, presente de um imperador. Depara com seu
corpo, assassinada, e constata que a pérola desapareceu. Tempos depois Lupin
extorque a pérola do ladrão e assassino, que havia sido absolvido pela Justiça,
por falta de provas.
O
sete de copas, publicação original em Je sais
tout, n° 28, 15 de maio de 1907,
sob o título Comment j'ai connu Arsène Lupin: Le Sept de cœur.
Fatos estranhos e inexplicáveis ocorrem na casa do narrador (Maurice Leblanc),
a qual, à sua revelia, servia de esconderijo dos planos roubados do submarino
Sete de Copas. As investigações o levam a descobrir que seu amigo Jean Daspry
na verdade é Arsène Lupin, de quem se torna biógrafo. "E eis como conheci
Arsène Lupin. [...] Eis como estabeleci laços de amizade muito agradáveis com o
nosso grande homem e como, pouco a pouco, graças à confiança com que ele se
digna honrar-me, me tornei seu mui humilde, mui fiel e mui reconhecido
historiógrafo."
Herói
de uma série de romances policiais da autoria de Maurice Leblanc, iniciada em
1907. Trata-se de um «gentleman gatuno» extremamente engenhoso.
A
série foi adaptada várias vezes ao cinema: Arsène Lupin détective (1937), com
Jules Berry; Les Aventures d'Arsène Lupin (1956) de Jacques Becker, com Robert
Lamoureux; Arsène Lupin contre Arsène Lupin (1962) de Édouard Molinaro, sendo
também famosa a série televisiva baseada na obra em causa.
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