O Museu Abelardo Rodrigues é
um museu brasileiro que ocupa o Solar Ferrão, no Pelourinho, Salvador. O órgão é vinculado ao Instituto
do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e seu acervo está focado na arte sacra produzida no Brasil.
Foi inaugurado a 5 de novembro de 1981, sendo o ato de criação o Decreto nº 27.724.
A história do museu tem início ainda em 2 de setembro de 1973, quando o Governo da Bahia enviou uma carta à viúva de Abelardo Rodrigues, manifestando interesse na aquisição das
obras colecionadas pelo advogado e que Pernambuco recusara-se
a adquirir. Ainda neste mês, a proposta foi registrada em
Cartório de Títulos e Documentos, em Salvador, após uma carta do procurador em
que a venda era proposta. Em 22 de setembro, a compra foi concretizada, sendo registrada em Cartório no Recife. Neste mesmo dia, o Governo
de Pernambuco expediu o Decreto 2.929, desapropriando a coleção.
Em 23 de agosto de 1974, o governo pernambucano arrestou a coleção por
ordem do Procurador do Estado, Hélvio Mafra, removendo-a de forma descurada --
as peças
foram embrulhadas peças em cobertores e transportando-as num caminhão de
mudanças -- da casa do colecionador para uma saleta no Museu do Estado, onde
ficaram sob custódia. A saleta era de tal modo inadequada que o decorador
Wilton de Souza, encarregado pela Procuradoria do Estado de curar a coleção
renunciou (O Estado de São Paulo, 24 de agosto de 1974, pag. 7). O caso
foi para a justiça, tendo o Supremo Tribunal Federal finalmente decidido, em 27 de agosto de 1975, que a posse do acervo pertencia de fato à Bahia. Este processo,
envolvendo dois entes da Federação, recebeu à época o epíteto de "Guerra Santa",
dado o conteúdo em disputa.
A 6 de setembro deste mesmo ano, as obras chegam enfim à Bahia,
sendo instaladas provisoriamente no Museu de Arte Sacra da Bahia, tendo sua primeira exposição pública ocorrida no ano seguinte,1976. Em 13 de março de 1980, é finalmente prolatado o decreto de criação do museu,
cuja inauguração ocorreu no ano seguinte.
O acervo foi formado por Abelardo Rodrigues, advogado pernambucano e colecionador, uma das
maiores coleções de arte sacra do Brasil. Houve uma disputa judicial entre Pernambuco e Bahia pela posse, sendo o
vencedor o estado da Bahia.
A coleção foi transferida para Salvador, ficando por seis anos sob a
guarda do Museu de
Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia. Compunha-se de 808 peças de arte sacra
brasileira, nas seguintes modalidades: imagens, crucifixos, oratórios, maquinetas, pinturas, etc. O acervo era chamado
por seu proprietário, Abelardo Rodrigues, de "Corte Celestial",
recebendo este epíteto o próprio Museu, em seguida.
As
imagens compõem-se de peças em barro, madeira, marfim, pedra sabão e cerâmica ou materiais conjugados. Em vários estilos
de época, prevalece o barroco,
com a principal característica de
assinalar o trabalho do artesão brasileiro.
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