Um
dos mais significativos eventos do folclore baiano desaparece sem deixar
vestígios
A Puxada de rede
surgiu após o período da escravidão, quando os negros não acharam oportunidades
de se encaixar no mercado de trabalho e procuraram seu sustento no mar. E,
assim, uma parte destes negros se deslocou para as entranhas dos mangues, sendo
que na região de Santo Amaro - BA , foi umas das
primeiras cidades em que foram
vistos trabalhando naquela tarefa.
A puxada da rede do xaréu (designação comum a
várias espécies de peixes teleosteos, percomofos, migratório, da família dos
carangídeos, encontrados no oceano atlântico) é uma das heranças mais
interessantes dos tempos da escravidão, sobretudo pelo aspecto folclórico, que
transforma um tambor fatigante em uma das mais agradáveis atrações das praias
baianas.
Observe-se, tendo
em vista o desenvolvimento tecnológico da pesca e outros fatores relacionados
com o meio ambiente, que essa atividade artesanal encontra-se, desde a década de
70, em franca decadência, sendo exercida, esporadicamente, por algumas das
pequenas colônias de pescadores existentes ao longo da orla marítima da Bahia,
mais sem o encanto e a magia dos tempos passados.
Embora ainda seja
praticada, em escala muito reduzida, a puxada perdeu o seu antigo ritual cênico
e efeito pois é realizada sem os cânticos e marcação de pés que tanto a
caracterizava e a embelezava no passado.
Apesar de quase
extinta das nossas praias, a puxada de rede do xaréu remanesce nos corações dos
baianos.
A representação em
dança desse momento é repleta de emoção e nos resgata a vida daquele tempo.
Origem: Capoeira de
raízes
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