sábado, 12 de abril de 2014

PUXADA DE REDE DO XARÉU

Um dos mais significativos eventos do folclore baiano desaparece sem deixar vestígios



A Puxada de rede surgiu após o período da escravidão, quando os negros não acharam oportunidades de se encaixar no mercado de trabalho e procuraram seu sustento no mar. E, assim, uma parte destes negros se deslocou para as entranhas dos mangues, sendo que na região de Santo Amaro - BA , foi umas das
primeiras cidades em que foram vistos trabalhando naquela tarefa.
 A puxada da rede do xaréu (designação comum a várias espécies de peixes teleosteos, percomofos, migratório, da família dos carangídeos, encontrados no oceano atlântico) é uma das heranças mais interessantes dos tempos da escravidão, sobretudo pelo aspecto folclórico, que transforma um tambor fatigante em uma das mais agradáveis atrações das praias baianas.

Observe-se, tendo em vista o desenvolvimento tecnológico da pesca e outros fatores relacionados com o meio ambiente, que essa atividade artesanal encontra-se, desde a década de 70, em franca decadência, sendo exercida, esporadicamente, por algumas das pequenas colônias de pescadores existentes ao longo da orla marítima da Bahia, mais sem o encanto e a magia dos tempos passados.
Embora ainda seja praticada, em escala muito reduzida, a puxada perdeu o seu antigo ritual cênico e efeito pois é realizada sem os cânticos e marcação de pés que tanto a caracterizava e a embelezava no passado.
Apesar de quase extinta das nossas praias, a puxada de rede do xaréu remanesce nos corações dos baianos.
A representação em dança desse momento é repleta de emoção e nos resgata a vida daquele tempo.

Origem: Capoeira de raízes

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