A Andaluzia (em espanhol: Andalucía) é uma comunidade
autônoma de Espanha. Está localizada na parte meridional do país.
É limitada, a Oeste,
por Portugal;
a norte, pela Estremadura, Castilla-La
Mancha e Múrcia;
e, a Sul, pelo Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo, numa costa com cerca de 910 quilômetros. A sua capital é a cidade
de Sevilha,
onde tem, a sua sede, a Junta de Andaluzia, enquanto que o Tribunal Superior de
Justiça de Andaluzia tem a sua sede na cidade de Granada.
O
seu nome provém de Al-Andalus,
nome que os muçulmanos davam
à Península Ibérica no século VIII. É a segunda maior comunidade autônoma
espanhola e a mais populosa. Tornou-se comunidade
autónoma em 1982. Segundo o seu
estatuto autonômico, possui a condição de "nacionalidade
histórica".
A
sua origem remonta à Pré-História:
o primeiro povoamento da Andaluzia data do período paleolítico.
Por volta de 1000 a.C., estabeleceram-se diversos povos na região, entre eles
os fenícios, gregos e cartagineses.
Reino de Tartessos foi
o nome pelo qual os gregos denominaram a região que tinha, por linha central, o
vale do rio Tartessos, que, depois, os romanos chamaram
de Bétis e os árabes de
Guadalquivir. No século VI A.C., Tartessos desapareceu abruptamente e,
quando os romanos lá chegaram, o reino já não existia mais. Os cartagineses
abandonaram a região quando Cartago foi derrotada pelos romanos na Segunda guerra púnica.
Os
romanos dominaram a região e lhe deram o nome de Bética, ficando ali até as invasões dos vândalos e visigodos. Na época do domínio romano, a região era rica
e exportava vinho e,
principalmente, azeite de oliva.
Enquanto os vândalos permaneceram por pouco tempo na região, os visigodos
fundaram um reino que
durou
até a chegada dos muçulmanos oriundos
do Norte de África e
doPróximo Oriente.
Em
711, os árabes invadiram a região, num domínio que durou oito séculos e que
deixou marcas na população e na cultura da Andaluzia. Estabeleceram um emirado com
capital em Córdoba que
se tornou independente de Damasco no ano de 929. Este período foi de grande
prosperidade sociocultural.
A agricultura desenvolveu-se
muito, tal como as indústrias naval, de papel, do vidro, dos tecidos e da cerâmica. Provavelmente o nome Andaluzia seria uma
denominação dos árabes relacionada aos vândalos.
Durante
o século XI, o califado debilitou-se em guerras civis, sendo a região conquistada pelos Reis Católicos,
facto conhecido como a conquista de Granada, em 1492. A presença árabe na região pode ser constatada por vários
monumentos (como as fortalezas
de Alhambra e mesquitas como a de Córdoba), assim como palavras incorporadas ao dicionário espanhol.
Depois
da conquista castelhana, o território da atual Andaluzia estava ocupado por
quatro reinos: Sevilha, Córdoba, Jaén e Granada. Porém, na época o termo
Andaluzia só designava os reinos de Jaén, Sevilha e Córdoba. O que é conhecido
como território actual só se formou após a Guerra das Alpujarras de 1570-72, quando se deu a total expulsão dos mouros da região.
Primeiro, os mouros se
dispersaram pelo Reino de Castela,
sendo depois totalmente expulsos da península Ibérica em 1609.
A
campanha de expansão castelhana na América durante o século XVI causará um
período de esplendor na Andaluzia ocidental, especialmente em Huelva, Sevilha e
Cádiz, devido a sua situação como porta de saída até a América. O Reino de
Granada, pelo contrário, tinha seus interesses no Mediterrâneo.
Noséculo XVIII, algumas partes da Andaluzia foram repovoadas por povos vindos
de diversas partes de outros países europeus e da região atualmente conhecida
como Espanha.
Até
o século XIX, a Andaluzia viveu um período dourado, porém a Guerra pela
Independência Espanhola (ou Guerra Peninsular) e a independência
das colônias espanholas foram
fatais. Várias revoltas surgem no território da Andaluzia, entre eles o
bandoleirismo (quadrilhas que atacavam viajantes). A grave crise econômica
conduziu aos andaluzes a apoiar a revolução de 1868 ("la Gloriosa" ou "la
Setembrina") que acabou por destronar a rainha Isabel II.
A Primeira
República Espanhola fracassa, a monarquia é
restituída, assumindo Afonso XII,
filho de Isabel II.
Em
1883, é aprovada a Constituição Federal de Antequera, que foi um intento falido
por dotar a Andaluzia de um estado independente que se integraria
voluntariamente como estado federal em uma federação hispânica. Foi fruto das
convulsões vividas desde a revolução de 1868. É neste momento que muitos situam
o nascimento do nacionalismo andaluz.
Com
apoio do rei Afonso XIII,
o general Primo de Rivera inicia uma ditadura na Espanha que durou de 1923 a 1930 mas
foi só com a proclamação da Segunda
República Espanhola que se tentou resolver
alguns problemas da Andaluzia (analfabetismo e reforma agrária).
Em 1939 após a Guerra
Civil Espanhola, o General Francisco Franco assumiu
o poder espanhol e os pequenos avanços feitos a favor da reforma agrária se
perderam. Houve avanços na região com desenvolvimento da indústria, turismo e
transporte. Com a morte de Franco, a Espanha institui o regime de monarquia
parlamentarista e começou uma transição para
a democracia.
Em
1980, a Andaluzia adquiriu sua condição atual de comunidade autônoma espanhola
e começou sua lenta recuperação. Em 1992, inaugurou-se o trem de
alta velocidade entre Sevilha eMadri e se celebrou a Exposição
Universal de Sevilha.
A
região é influenciada por um clima temperado mediterrânico cujas características
variam conforme o relevo. Na Costa
do Sol, é o mediterrânico
subtropical, com temperaturas amenas noInverno e não muito elevadas no Verão. A área de Almeria é a mais árida de toda a Europa e, nas
montanhas, a temperatura é muito baixa no Inverno, sendo acompanhada de
precipitação abundante em forma de neve.
A
Andaluzia é a primeira comunidade
autónoma espanhola quanto à
população, que, em 2006, era de 7 975 672 habitantes. Esta concentra-se
sobretudo nas capitais provinciais e na costa, pelo que o nível de urbanização
da Andaluzia é bastante alto: metade da população andaluza concentra-se nas 26
cidades com mais de 50 000 habitantes.
A
cidade mais populosa da Andaluzia é Sevilha, com 704 414 habitantes, seguida
por Málaga (560 631 habitantes), Córdoba (322 867 habitantes), Granada (237 929
habitantes) e Jerez de la Frontera (206 274 habitantes). A Andaluzia concentra a atual
população cigana na
Espanha, que é calculada entre 500 000 e 800 000 indivíduos,
população
esta que teve grande influência na criação de um dos principais elementos da
cultura espanhola contemporânea: o flamenco.
Situada
ao sul da Espanha em uma das regiões mais quentes e com várias praias, a
Andaluzia proporciona turismo de "sol e praia". A sua costa é
dividida em Costa da Luz (Huelva e Cádiz), banhada pelo oceano Atlântico, Costa
do Sol (parte de Cádiz e Málaga), Costa Tropical (Granada e parte de Almería) e
Costa de Almería, banhadas pelo mar Mediterrâneo. O turismo cultural mais
conhecidos são Alhambra (Granada),
a Giralda e a Catedral de Santa Maria (que é a maior catedral da Espanha) em
Sevilha e a mesquita de Córdoba. A tourada e o flamencotambém atraem a muitos turistas ao Sul de
Espanha. Ainda incluem algumas catedrais, igrejas, castelos e fortalezas.
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