Gaúcho da Argentina.
Representação de um gaúcho do Rio Grande
do Sul.
Gaúchos
Gaúcho é uma denominação dada às pessoas ligadas
à atividade pecuária em
regiões de ocorrência de campos naturais do Vale do Rio da Prata e
do Sul do Brasil, notavelmente no bioma denominado pampa. Sua origem é Argentina e Uruguaia. As
peculiares características do seu modo de vida pastoril teriam forjado uma
cultura própria, derivada do amálgama da cultura ibérica e indígena, adaptada
ao trabalho executado nas propriedades denominadas estâncias (fazendas). É assim conhecido no Brasil, enquanto que em países de língua espanhola,
como Argentina e Uruguai é chamado de gaucho (acento
tônico no "a", diverso do português, cujo acento tônico é no
"u").
O
termo também é correntemente usado como gentílico para denominar os habitantes
do estado brasileiro do Rio Grande do Sul estado que atribuiu o nome gentílico após a revolução farroupilha,
mas também há gaúchos espalhados por outros estados da região Sul do Brasil como
Santa Catarina e Paraná e
também outros países como Argentina e Uruguai. Além disso, serve para denominar um tipo
folclórico e um conjunto de tradições codificado e difundido por um movimento
cultural agrupado em agremiações, criadas com esse fim e conhecidas como CTGs.
Um
estudo genético realizado pela FAPESP revelou que os gaúchos, assim como a
maioria dos latino-americanos, são descendentes de uma mistura de europeus e índios, mas com algumas peculiaridades.
O
termo originou-se na região conhecida como Banda Oriental,
um território correspondente ao que são o Uruguai e o Rio Grande do Sul atuais, encontrada pela primeira vez escrita num documento oficial
da administração espanhola em 1771, numa comunicação do Comandante de Maldonado, Dom Pablo
Carbonell ao Virrey Juan José
Vértiz: "Muy señor mío;
haviendo noticia quie algunos gahuchos se havian dejado ver a la Sierra mande a
los tenientes de Milicias Dn Jph Picolomini y Dn Clemente Puebla, pasasen a
dicha Sierra con una Partida de 34 hombres..."
Em1780 em um documento de Montevidéu "que
el expresado Díaz no consentirá en dicha estancia que se abriguen ningunos
contrabandistas, bagamundos u ociosos que aqui se conocen por Gauchos." (8 de agosto de 1780). Guanches ou Guanchos gentílico dos habitantes
das Ilhas Canárias na fundacao de Montevidéu.
Gaúcho foi o Guancho fugido de Montevidéu.
Quando o Rei da Espanha mandou casais de agricultoresdas ilhas Canárias povoarem
a recém-fundada Montevidéu, eles transplantaram a palavra pela qual identificavam
os habitantes autóctones das ilhas: guanches, ou guanchos. Foi esta a origem da
palavra gaúcho, com pequena distorção de pronúncia: guanches ou guanchos.
"Los gauchos" de José María Pérez
Núñez.
O
gentílico "gaúcho" foi aplicado aos habitantes da Província
de São Pedro do Rio Grande do Sul na
época do Império Brasileiro, por motivos políticos, para identificá-los como beligerantes até o
final da Guerra dos Farrapos, sendo adotado posteriormente pelos próprios habitantes por ocasião da
pacificação de Caxias, quando incorporou muitos soldados gaúchos ao Exército ao
final do Confronto, sendoOsório um gaúcho que participou da Guerra do Paraguai e é patrono da arma de Cavalaria do Exército Brasileiro, quando
valores culturais tomaram outro significado patriótico, os cavaleiros mouros se
notabilizaram na Guerra ou Confronto com o Paraguai. Também importante para adoção dessa cultura
viva para representação do Estado do Rio Grande do Sul é a influência do nativismo argentino, que no final do século XIX expressa
a construção de uma das maiores culturas se não a maior do Brasil.
Na Argentina, o poema épico Martín Fierro, de José Hernández escrita em Santana do Livramento no RS. A patria gaúcha onde ele aprende a palavra Gaúcha do
uruguaio Lussich (livro deo Treis Gaúchos Orientales - 1872) e dos próprios riograndeses, exemplifica a
utilização do elemento gaúcho como o símbolo da tradição nacional da argentina,
uruguaia e brasileira em contradição com a opressão simbolizada pela
europeização. Martín Fierro,
o herói do poema, é um "gaúcho" recrutado a força pelo exército argentino, abandona seu posto e se torna um fugitivo
caçado.
Os
gaúchos apreciam mostrar-se como grandes cavaleiros e o cavalo do gaúcho, especialmente o cavalo crioulo,
"era tudo o que ele possuía neste mundo". Durante as guerras do século XIX,
que ocorreram na região, atualmente conhecida como Cone
Sul, as cavalarias de todos os
países eram compostas quase que inteiramente por bravos cavaleiros gaúchos.
Gaúchos dançando uma dança típica do folclore
gaúcho
Existem
vários ritmos que
fazem parte da folclore riograndense,
mas a maioria deles são variações de danças de salão centro-européias populares no século XIX.
Esses ritmos, derivados da valsa, do xote, da polca e da mazurca, foram adaptados para vaneira, vaneirão, chamamé, milonga, rancheira, xote, polonaise e chimarrita, entre outras.
O
único ritmo riograndense é o bugio,
criado pelo gaiteiro Wenceslau
da Silva Gomes, o Neneca
Gomes, em 1928, na região de São
Francisco de Assis. Inspirado no ronco dos bugios, macacos que habitam as matas do Sul da América, o ritmo foi banido por
algum tempo por ser considerado obsceno,
mas em tempos atuais é mantido em todo o estado, onde hoje se realiza um
festival "nativista" conhecido como "O Ronco do Bugio".
A
partir de 1970,
com a criação da Califórnia
da Canção Nativa em Uruguaiana, começaram a surgir os festivais, que serviram de incentivo para músicos e
compositores lançarem novos estilos, popularmente chamados de "música nativista". Essa música é formada por ritmos pré-existentes, especialmente a
milonga e o chamamé, porém com canções mais elaboradas e com letras quase
sempre dedicadas ao Rio Grande do Sul.
Também
é comum neste estado, entre os descendentes de alemães, a Música
folclórica alemã, em festivais como a Oktoberfest
de Santa Cruz do Sul e
a Oktoberfest
de Igrejinha, porem com uma contribuição
gaúcha.
Trajes típicos de prenda e peão, em desfile na Semana Farroupilha, Porto Alegre.
Os
gaúchos usam roupas de origem indígena (poncho, lenço,PILCHA e faixa), europeia (camisa, chapéu, guaiaca e bota, além das vestimentas femininas para as
mulheres) e turca (bombacha),
todas adaptadas ao pampa com o passar do tempo. Menos de 50 % da população
gaúcha usa as vestimentas tradicionais, pois é uma cultura essencialmente
campeira. A bombacha é muito utilizada nas regiões da campanha, pampa e dos
campos de cima da serra. Nas cidades se vê alguns gaúchos pilchados, em sua
maioria integrantes de grupos tradicionalistas ou separatistas, ou simples
amantes da cultura original de seu estado. Nas aulas das universidades
sul-rio-grandenses não falta o chimarrão. Os gaúchos que saem a morar em outros
estados do Brasil ou no exterior tendem a realçar seu "gauchismo".
O
modo de falar do Rio Grande do Sul e algumas partes de Santa Catarina e Paraná a exemplo do de outras partes do Brasil, possui expressões próprias diferenciadas da
linguagem padrão brasileira. Muitas dessas expressões são compartilhadas pelas
populações dos países vizinhos da bacia dorio da Prata,
a Argentina e o Uruguai. É grande a influência do castelhano no sotaque e no léxico gaúcho.
No
Brasil, Gaúcho é o vivente nascido no Rio Grande do Sul estado que atribuiu o nome gentílico após a revolução farroupilha,
existem os Gauchos nascidos no Uruguai, Argentina, Santa Catarina e Paraná, brasileiros nascidos em outros estados que
cultuam as tradições gauchescas as desenvolveram através dos CTG's levados
pelos gaúchos afim de divulgar e de manter as tradições e estes que as cultuam
são chamados tradicionalistas .
Fonte: Wikipédia
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