Série: municípios
brasileiros
A cidade
possui um dos maiores parques industriais da América Latina
A região de Jundiaí era habitada por povos indígenas até o final do século
17. Eles se dedicavam à produção de milho e mandioca.
Parte da cultura indígena foi incorporada pelos brancos colonizadores,
entre elas a técnica construtiva e a utilização de queimadas na lavoura.
O nome Jundiaí tem origem tupi e vem da palavra "jundiá", que
significa "bagre" e "y" significa "rio". Alguns
estudiosos também consideram o termo "yundiaí" como "alagadiços
de muita folhagem e galhos secos".
Os primeiros colonizadores chegaram à região em 1615. Apesar das
controvérsias dos historiadores, a versão mais aceita sobre a fundação do
município remete à vinda de Rafael de Oliveira e Petronilha Rodrigues Antunes
que, por motivações políticas, fugiram de São Paulo e refugiaram-se nos
arredores, fundando a Freguesia de Nossa Senhora do Desterro, posteriormente
elevada à categoria de Vila em 14 de Dezembro de 1655. Os novos colonizadores
afugentaram os grupos indígenas, que se embrenharam na mata. A origem de
Jundiaí está ligada diretamente ao movimento bandeirante, principal responsável
pela ocupação da antiga Capitania de São Vicente.
De acordo com censo realizado pelo Governo Federal, em 1920, Jundiaí
possuía uma população de 44.437 habitantes. O abastecimento de água foi
implantado em 1881. A energia elétrica chegou em 1905 e o telefone em 1916. Os
imigrantes, de origem oriental, principalmente os japoneses, chegaram na cidade
nas décadas de 20 e 30.
O processo de industrialização de Jundiaí acompanhou as vias de
circulação. Com isso, as indústrias se concentravam nas regiões próximas à
ferrovia e às margens do Rio Guapeva, atendendo principalmente os segmentos
têxtil e cerâmico. Nos anos 30 e 40, ocorreu novo impulso industrial e após a
inauguração da Rodovia Anhanguera, em 1948, mais empresas procuraram a cidade,
aproveitando também a abertura da economia ao capital estrangeiro em 1950. Foi
nesta época que vieram para o município as indústrias metalúrgicas. Por tudo
isso, pode-se dizer que Jundiaí nasceu com uma forte aptidão para o trabalho e
o desenvolvimento.
Com o fim do trabalho escravo no País, os grandes senhores da terra de
São Paulo passaram a investir na mão de obra dos imigrantes europeus, que
fugiam dos horrores da guerra. Jundiaí recebeu grande número de italianos e,
para abrigar as famílias de imigrantes, foram criados na cidade, por iniciativa
do presidente da Província de São Paulo, Antônio de Queiroz Telles, o Conde do
Parnaíba, quatro núcleos coloniais, entre eles o "Barão de Jundiaí",
que deu origem ao bairro da Colônia.
Em 1887, 22 colonos italianos chegaram ao núcleo "Barão de
Jundiaí" e, em poucos meses, esse contingente chegava a quase 100 pessoas.
O cotidiano não era nada fácil: chegavam ao Brasil apenas com as roupas do
corpo e poucos bens, sendo que as passagens foram subsidiadas pelo Governo
brasileiro. Com trabalho, as famílias italianas foram criando seus próprios
meios de subsistência, cultivando terras, criando seus filhos. Muitos grupos
conseguiram comprar pequenos lotes, montaram armazéns, organizaram varias culturas,
principalmente de milho, feijão, arroz, batata, legumes, frutas, especialmente
uva.
Onde hoje é o atual espaço da Festa della Colonia Italiana, guarda-se a
história de um dos períodos mais importantes da imigração italiana em Jundiaí,
como parte da memória ainda viva nas lembranças dos descendentes e registrada
em livros e documentos de grande valor histórico.
"A Figueira", árvore que existiu na região central da Colônia
onde hoje se localizam as cantinas, foi considerada o maior símbolo deste núcleo
colonial, e tornou-se lendária ao cumprir, nos primeiros tempos, a função de
"alojamento" dos imigrantes. Segundo depoimentos, as famílias
permaneciam sob a figueira protegidas por panos, lençóis e barracas, enquanto
esperavam a liberação de seus lotes. Citada em versos, livros, história e
estórias, "a Figueira" permanece na memória da cidade, remetendo aos
primeiros tempos dos imigrantes, ao seu contato com as terras novas, depois de
uma viagem dura, carregada de emoções e de fatos dramáticos.
Foi também nessa época que o imigrantes - a maioria de italianos -
começaram a chegar na cidade e fincar suas raízes.
Jundiaí era última estação da estrada de ferro de Santos. Em 1872, foi
inaugurado o trecho da Companhia Paulista.
Em julho de 2005, a administração assinou uma carta de intenção para
restauro e adequação da estação, que deverá ocorrer numa parceria entre a
Secretaria de Transportes Metropolitanos e a Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos (CPTM).
Para preservar a memória das estradas de ferro paulistas, foi criado, em
1979, o Museu Ferroviário, localizado na Avenida União dos Ferroviários, e que
recebe o nome de "Barão de Mauá", uma homenagem ao pioneiro do
transporte ferroviário nacional, Irineu Evangelista de Souza. O acervo reúne
livros, revistas, periódicos e muitas fotos históricas, bem como documentos
relevantes da ferrovia. A visitação é aberta ao público em geral.
Jundiaí Hoje
Aos poucos, tanto os imigrantes como seus descendentes foram se integrando
à comunidade jundiaiense. Hoje, mais de 75% da população de Jundiaí é
descendente de imigrantes italianos, que constituem uma das maiores colônias em
todo o Brasil.
Na primeira metade do século 20, Jundiaí descobriu a sua vocação
industrial, que perdura até hoje, pois a
cidade possui um dos maiores parques industriais da América Latina.
Jundiaí destaca-se, atualmente, no desenvolvimento das áreas cultural,
educacional, tecnológica e ambiental. A indústria do lazer também aquece a
economia da cidade, com a instalação de parques temáticos que atraem turistas e
geram empregos.
O aniversário da cidade é comemorado em 14 de dezembro.
Fonte: Prefeitura de Jundiaí
Nenhum comentário:
Postar um comentário