segunda-feira, 5 de maio de 2014

QUEDA DE DILMA IMPEDE UMA VITÓRIA NO 1º TURNO

“Presidenta” em palpos de aranha

Imagem do desespero
 
Se fossem hoje as eleições presidenciais no Brasil precisariam de um segundo turno para que se pudesse conhecer o novo presidente. E a disputa ficaria entre Dilma Rousseff (do PT) e Aécio Neves (PSDB). É o que aponta pesquisa ISTOÉ/Sensus, divulgada neste sábado (3/5).

No levantamento realizado com dois mil eleitores entre os dias 22 e 25 de abril, a presidente soma 35% das intenções de voto. É seguida pelo senador mineiro Aécio Neves (PSDB), com 23,7%, e pelo ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com 11%. Juntos, Aécio e Campos têm 34,7% dos votos, praticamente a mesma votação de Dilma (diferença de 0,3%). 

Como a pesquisa tem uma margem de erro de 2,2%, se a eleição fosse hoje o futuro presidente seria escolhido no segundo turno numa disputa entre Dilma e o tucano Aécio Neves.

A pesquisa ISTOÉ/Sensus também mostra uma inédita reprovação do governo e da forma como a presidenta Dilma conduz a administração  federal. Dos eleitores, 66,1% avaliam o governo como regular ou negativo e 49,1% desaprovam o desempenho pessoal da presidenta. Metade dos eleitores (50,2%) acredita que o Brasil não está no rumo certo. 

Em solo baiano, quarto maior colégio eleitoral do Brasil e principal da região Nordeste, os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) voltaram a acenar para a chance de se aliarem em um possível palanque eleitoral nos próximos meses. Ambos disputam com a presidente Dilma Rousseff (PT) o Palácio do Planalto e acreditam na possibilidade de segundo turno, quando, conforme sinalizam, podem buscar uma aliança. Na Bahia, onde fizeram palestras, no 13º Fórum de Comandatuba, sul do estado, eles dirigiram para a plateia discursos críticos sobre aeconomia do País.
Em segundo lugar em pesquisas recentes para a corrida presidencial, Aécio deixou claro o recado de que é possível ter o político pernambucano por perto em algum momento. “Não consigo ver o Eduardo como adversário, somos companheiros de trincheira do mesmo sonho”, afirmou. O líder tucano nacional foi mais além, ao citar que poderia surpreender, na seguinte fala: “Não vejo como, a partir de 2015, não estarmos eu, Campos e Marina no mesmo projeto de País”, disse Aécio, que conversou com Campos durante alguns minutos no evento de ontem. Há algum tempo, as duas lideranças conversam o que presume uma costura para as eleições. 
Adversários da presidente Dilma, o mineiro e o pernambucano já demonstraram afinidades sobre o assunto da reforma política e o pacto federativo. Ontem, para um público selecionado, a maioria de empresários, eles miraram na política micro e macroeconômica da gestão petista nos últimos anos.

Pré-candidatos miram reforma na política

O pré-candidato Aécio Neves destacou, na área política, a necessidade de acabar com a reeleição, criada no governo de seu correligionário, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Sobre o assunto, ele acentuou em sua fala uma declaração do ex-presidente Lula. “Vou parodiar o presidente Lula e dizer que prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.” Lula usou parte da música de Raul Seixas em 2007 para explicar as mudanças em alguns posicionamentos do PT.
O tucano, que volta à Bahia no dia 12 de maio próximo, atacou a escorchante carga tributária e disparou: “Tenho divergências profundas com os que estão no poder”. Em sua fala, Eduardo Campos recorreu inicialmente ao poema Tempo de Travessia, de Fernando Pessoa. “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares”, recitou. Em seguida completou: “O Brasil não pode ficar à margem de nós mesmos e, para isso, precisa da nossa atitude e do nosso propósito”, afirmou, atribuindo o poema à necessidade de mudança na forma de fazer política.
Na seara da economia, ele citou algumas medidas. “O primeiro (passo), consolidar uma política econômica baseada no combate real à inflação e na autonomia do Banco Central, e o segundo, mudar a atitude em relação à política fiscal, aumentando a transparência sobre os gastos do governo. É preciso precificar cada atitude que o governo toma”, disse.

Além de criticar indiretamente a política atual e condenar o aumento da inflação, Campos tentou atrair, lembrando de realizações no governo de Pernambuco. Ele disse ter criado o maior projeto educacional do País ao colocar crianças em tempo integral nas escolas.
“Emprestamos agora alguns bilhões às distribuidoras de energia, mas colocamos apenas R$ 12 bilhões na educação básica em todo o Fundeb”, apontou. “Prioridade não se dá só no discurso”, frisou.


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