segunda-feira, 12 de maio de 2014

SÃO BENTO DO SAPUCAÍ – SÃO PAULO

Série: municípios brasileiros
Pesquisa: Maria de Fátima Machado
Excerto do texto adaptado por Paulo de Tarso Moreira Marques


O Município da Estância Climática de São Bento do Sapucaí situa-se ao leste do Estado de São Paulo, nos contrafortes da Serra da Mantiqueira, Região Vale do Paraíba, mais especificamente no Alto Sapucaí.
Compreende uma área de 279 km², dividindo em perímetro urbano: 91.405 km2 e rural 187,595 km2, com uma população de 10.355 (censo 2000) habitantes, sendo 44,68% na zona urbana e 55,2% na zona rural. Seu clima é ameno e saudável e o solo fértil permite uma agricultura diversificada que, ao lado da pecuária, forma a base econômica do Município que também produz hortifrutigranjeiros.
A história de São Bento do Sapucaí, remonta ao tempo do bandeirantismo, quando os paulistas de Taubaté galgavam a Serra da Mantiqueira e, pelo caminho velho do sertão, seguindo o curso do Rio Sapucaí, alcançavam as regiões auríferas das Minas Gerais.
Gaspar Vaz da Cunha, o Oyaguara, foi um dos primeiros a se fixar no Vale do Sapucaí e após ele muitos subiram a Serra e aqui se estabeleceram em vastas fazendas, onde desenvolveram a criação e o comércio de gado na região, apesar das acirradas disputas pelo domínio da terra conquistada pelos paulistas com os moradores da capitania de Minas Gerais.
Contando já o povoado com cerca de 270 pessoas divididos em grupos, fazia-se sentir a necessidade de um padre que lhes ministrasse os sacramentos e de uma igreja para se reunirem na celebração a religião. José Pereira Alves, interpretando o sentimento dos sertanias, doou terras para construir uma capela e trouxe de Pindamonhangaba o Padre Júlio Velho Columbreiro, que benzeu o local onde se acha hoje a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, colocando ali a cruz da Redenção e uma bandeira com os dizeres: “Nossa Senhora Mãe dos Homens comovei os maus corações”. Mas o vigário de Pouso Alegre, Padre José Bento de Melo, frustou-lhe os intentos, arrancando a cruz e a bandeira e levando preso o padre Columbreiro. Pereira Alves não se deu por vencido e mandou que se iniciasse a construção da capela, mas teve que sustar o trabalho para manter a paz e o sossego com os conflitantes mineiros.
Serenados os ânimos, ele e sua esposa, Dona Ignez Leite de Toledo, doaram uma grande extensão de terras para ser erguida uma capela em louvor a São Bento, cuja imagem achava-se na capela da Guarda Velha, um pouco distante do povoado.
Durante muito tempo teve-se como data de fundação o dia 3 de fevereiro de 1828, sendo seu centenário comemorado solenemente no ano de 1928. Posteriormente, adotou-se a data de 16 de agosto, data da elevação a categoria de Freguesia, no ano de 1832. Tempos depois a Freguesia passou a Vila, em 16 de abril de 1858, e quase uma década posterior, mais precisamente em 30 de março de 1876, tornou-se Cidade pela Lei nº 48, transformando-se em Estância Climática pela Lei Estadual de 26 de janeiro de 1976. O nome da cidade e do município está ligado ao Rio Sapucaí, que, na linguagem indígena, significa “rio que grita”. Logo foi escolhido o santo padroeiro do município, São Bento, fundador da ordem dos Beneditinos, em franca expansão no Brasil na época da fundação da cidade.
Há também a versão tradicional e popular que diz ter sido São Bento, o santo escolhido como padroeiro do lugar em virtude da proliferação de cobras venenosas na região, por sugestão dos escravos e colonos. A festa do padroeiro é celebrada no dia 11 de julho a e cada ano ganha maior brilhantismo. A Emancipação Política / Aniversário de São Bento do Sapucaí é comemorada todo 16 de agosto.
A população sambentista é tradicionalmente católica e herdou dos antepassados a celebração de muitas festas religiosas, destacando-se as festas de N. Senhora dos Remédios e São Benedito como as mais antigas ainda celebradas na cidade, introduzidas no século passado. Ao lado delas destacam-se a festa de Santo Antônio, Santo Expedito e Semana Santa.
Apesar de toda religiosidade, o povo é um tanto quanto místico, mantendo suas crenças, costumes e lendas que formam o folclore da região. Essas manifestações

folclóricas se traduzem em danças, cantigas e artesanato, destacando-se a Catira, a Dança de São Gonçalo, os cantos de mutirão e a Encomendação das Almas.
Das lendas são as mais comuns: as do Saci, Mula sem cabeça, Assombração, Corpo Seco e as da Pedra do Baú.
Parte importante do folclore da cidade é o Carnaval. Documentos antigos nos dizem que era denominado “Saraus à fantasia”, logo no início do povoado. Por volta de 1890, já existiam os grupos carnavalescos, sujeitos à rigorosa legislação da Câmara Municipal da Intendência, que os obrigavam a portarem cartão de identificação e lhes proibia qualquer abuso, usando a justificativa de se acharem mascarados.
Sabe-se ainda que eram usado carros de bois para o carnaval de rua em épocas passadas. Os mesmos eram decorados em forma de castelos, pirâmides e navios, sendo que este último levava a banda de música, com seus componentes vestidos de marinheiros.
Há mais de um século, surgiram às figuras do Zé Pereira e da Maria Pereira, bonecos gigantes inspirados no folclore nordestino. Sua introdução no carnaval sambentista se deve à família Cortêz, João e Antônio Cortêz principalmente. Até hoje esses bonecos fazem a alegria das crianças e visitantes, no período carnavalesco, sambando e desfilando pelas ruas da cidade. Já está se tornando tradicional o carnaval de rua, com desfile de blocos e conjuntos de músicas carnavalescas que fazem o baile de carnaval na praça.
Sua topografia montanhosa e farta vegetação proporcionam um clima ameno e saudável. A famosa PEDRA DO BAÚ (1950 m de altitude) representa um de seus acidentes geográficos de maior relevância. Outros locais procurados pelos visitantes são a Cachoeira do Toldi, Cachoeira dos Amores, Cachoeira dos Serranos, Pedra da Divisa, Rampa de Voo Livre, etc. Foi conhecida como a Estância da Aventura, por abrigar a prática de uma série de Esportes de Aventura. Mas por essa e por tanta outras dádivas, São Bento do Sapucaí pode ser considerada como um Município onde se vive “EM PAZ COM A NATUREZA”.


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