Foi à bebida dos
intelectuais e artistas da Belle Époque
Absinto com torrão de açúcar
O absinto é
uma bebida destilada feita da losna. Anis, funcho e outras ervas também podiam entrar na composição. Foi
criado e utilizado primeiramente como remédio pelo Dr. Pierre
Ordinaire, um médico francês que morava
em Couvet,
na Suíça,
por volta de 1792. Por
vezes, e incorretamente classificado como licor, quando na verdade é uma bebida destilada.
O
absinto foi especialmente popular na França, sobretudo pela ligação aos artistas parisienses de finais do século XIX e
princípios do século XX,
até a sua proibição em 1915,
tendo ganhado alguma popularidade com a sua legalização em vários países. É
também conhecido popularmente de fada verde (la fée verte)
em virtude de um suposto efeito alucinógeno. Charles Baudelaire, Paul
Verlaine, Arthur Rimbaud, Van Gogh, Oscar
Wilde, Henri de Toulouse-Lautrec, Edgar
Allan Poe e Aleister
Crowley eram adeptos da fada verde.
Criada
originalmente como infusão medicinal pelo médico francês, com uma percentagem
de álcool muito
elevada de 40% e 89,9%,
na Belle Epoque tornou-se a bebida da moda.
Para apreciação de novos odores, era servido com
torrão de açúcar e láudano,
este último um opioide.
Sem o láudano, atualmente pode ser consumido com água, que reduz a graduação
alcoólica da bebida. Desta forma, sobre o copo
com a bebida é colocada uma colher perfurada que sustenta o torrão de açúcar, e
por onde passará a água gelada que será vertida lentamente sobre o torrão.
Na Europa do início do século XX, o absinto era considerado
uma droga de massas, levando a população ao alcoolismo e, segundo médicos da
época, ocasionando outros problemas de saúde, inclusive mentais, tais
como: epilepsia, suicídio e loucura.
Em 1873, após
uma noite de consumo de absinto, o poeta Paul Verlaine atirou em Arthur
Rimbaud, seu amante na época.
Van Gogh, além de suas perturbações inatas,
estava sob o efeito do absinto quando cortou a própria orelha e agrediu Gauguin.
Na
Suíça, acreditava-se que cerca de 40% da população adulta era dependente da
"fada verde". Em 1912, cerca de 220 milhões de litros de absinto
foram produzidos na França. O consumo de absinto na França era tão elevado
que a hora do consumo foi apelidada de hora verde, entre 17h00 e
19h00.
Além
dos males causados à saúde, o absinto foi acusado de ser responsável pelo
aumento da criminalidade. Em 1905, Jean
Lanfray assassinou sua família
com uma espingarda após grande consumo de várias bebidas (entre elas o
absinto). Em 1908, por plebiscito popular, foi proibido na Suíça, onde 63,5% dos eleitores apoiaram a proibição,
que foi sancionada em 1910. Outros países a seguiram e, em 1913 os Estados Unidos e
quase toda Europa haviam adotado a proibição.
Apenas
na Espanha, Dinamarca, Inglaterra e em Portugal ainda era permitido o consumo, mas só se a
bebida fosse produzida com quantidade limitada de tujona.
Hoje
se sabe que os efeitos supostamente alucinógenos da bebida nunca foram
comprovados, e o absinto é considerado perfeitamente normal para o consumo.
Este fato levou muitos países a liberarem a produção, venda e consumo do
absinto, como vários países da Europa, Estados Unidos e Brasil.
Em 1999 no Brasil, foi
trazida pelo empresário Lalo Zanini e legalizada no mesmo ano, porém teve de adaptar-se à lei
brasileira, com teor alcoólico máximo de 54°GL de acordo com o decreto 6.871 no
capítulo VI, Art 12, inciso II.
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