Originada em Água de
Meninos em 1959. A feira era a responsável pelo abastecimento da cidade do
Salvador através das mercadorias vindas do recôncavo nos veleiros. Esse fator
tornava a feira em um grande centro de abastecimento da cidade.
A feira de água de
Meninos teve seu primeiro incêndio de grandes proporções no dia 08 de setembro
de 1964, às 15 horas e 4 minutos de sábado e só parou de arder 11 horas de
domingo, de acordo os relatos do Jornal Estado da Bahia em suas várias edições
e temas sobre a destruição da feira. Nesse incêndio foram destruídas 500
barracas, 66 depósitos, 847 bancas além de seis vitimas. O mesmo jornal
noticiou em suas páginas que apenas 10 barracas estavam seguradas e, os
valores, eram ínfimos. O incêndio acabou com 90% das barracas, depois de 48
horas, várias versões do incêndio se somaram a outras já existentes.
De acordo com os
depoimentos pesquisados nos jornais da época, antes do ocorrido, os feirantes
sentiram um forte odor de gasolina saindo de uma boca de lobo existente na
feira, logo depois, veio à explosão. Sabemos que ao lado do mercado, estava à
empresa Esso Brasileira de Petróleo, uma multinacional que após algumas
investigações, descobriu-se que a mesma jogava resíduos de combustível no
esgoto que seguia para a maré. Nesse dia, a feira estava abarrotada de
mercadorias para atender a cidade no sábado, no domingo e na segunda, maiores
dias de movimento. Como podemos ver a feira possuía combustível necessário para
fazê-la desaparecer por completo. Contudo, algumas barracas no fundo da feira
permaneceram intactas graças a um rio que ali ficava. Criando dessa forma, uma
barreira natural contra o incêndio.
Quanto às investigações,
ficaram a cargo da 13º Delegacia (Bonfim), segundo o jornal Metrópole do dia 02
de outubro de 2009, são poucos os registros oficiais do incêndio, os laudos da
Polícia Técnica não integram o acervo do órgão. No entanto, o processo se
arrastou por 17 anos, tendo a Esso como única responsabilizada.
No dia fatídico, o
superintendente da Esso, por meio de um relatório, comunicou a direção da
empresa que todos os esforços foram tomados para extinguir o fogo e resguardar
o patrimônio da empresa, nesse caso, os tanques existentes ao lado da feira. De
acordo o relatório, foram gastos na contenção do fogo, 10 extintores de pó
químico P. 70 de alta capacidade, 42 portáteis de pó químico CO2 além dos
funcionários em serviço e os 38 que chegavam de uma competição esportiva. Nesse
meio tempo, comunicaram os Bombeiros solicitando uma remessa de patrol e
tratores para desobstruírem o local. Para a extinção do fogo, os feirantes
contaram com os Bombeiros, a Petrobrás e a Marinha.
Todavia, o risco da
permanência do mercado popular no local ainda era grande, pois a cidade
precisava ser abastecida. Na madrugada de domingo, o governador se reuniu com o
prefeito, o Ministro Luiz Viana, o presidente dos sindicatos dos feirantes e o representante
da federação e comércio para resolver o problema. Decidiram limpar o local e
acomodar as mercadorias nesse espaço. A parte não atingida voltaria a funcionar
imediatamente, também foram acordados benefícios tributários para os feirantes
em prejuízos.
Daí em diante aumentaram
as especulações para a transferência da feira para a Enseada de São Joaquim.
Onde um projeto para a criação de barracas padronizadas já se encontrava nas
mãos do Engenheiro Oscar Pontes. No apoio para a transferência, estava o Porto
de Salvador que estava passando por obras de modernização. Diante das
incertezas, os trabalhadores tentaram formar uma nova área de venda na AV.
Frederico Oscar Pontes, foram contidos com o poder enérgico da polícia segundo
o jornal Estado da Bahia. Sendo assim, não podemos esquecer que nesse período
os militares estavam no poder após terem dado um golpe, e que a ordem, era
prioridade.
Como solução do
problema, criou-se um projeto das feiras móveis. Teoricamente, os problemas de
higiene estariam resolvidos. E o objeto que tanto envergonhava a burguesia
emergente estava quase no fim. Contudo, uma parte da feira ainda permanecia
viva. Problema que foi resolvido cinco dias depois com um novo incêndio que
destruiu as 120 barracas restantes. Esse ficou caracterizado como criminoso.
Cinco suspeitos foram presos.
Segundo algumas matérias
jornalísticas, o criminoso era um barraqueiro que esquecera três velas acesas
em sua barraca. Outras reportagens dão conta de uma entrevista dada pelo
presidente do sindicato ao jornal e às autoridades, que um homem fora visto
derramando um líquido em uma das barracas, o segurança do local, perseguiu o
homem, mas não teve êxito na captura. Também relatam que o fogo começou pelos
depósitos de madeiras, um vigilante viu o incendiário tocando fogo nos
depósitos de madeiras. Sendo assim, os relatos descritos pelo jornal, só fazem
confirmar que o incêndio foi criminoso.
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