Dicotomia de dicótomo. s. f., divisão em duas
partes; classificação que se baseia na divisão e subdivisão sucessiva em dois;
fase em que a Lua apresenta metade do seu disco. Bem e Mal
[Do
gr. dichotomía.] Substantivo feminino.
1. Método de classificação em que cada uma das
divisões e subdivisões não contém mais de dois termos. [Cf. politomia.]
2. Repartição dos honorários médicos, à revelia do
doente, entre o médico assistente e outro chamado por este.
3. Astr. Aspecto de um planeta ou de um satélite
quando apresenta exatamente a metade do disco iluminada. [Ocorre na
quadratura.]
4. Lóg. Divisão lógica de um conceito em dois
outros conceitos, em geral contrários, que lhe esgotam a extensão. Ex.: animal
= vertebrado e invertebrado.
6. Teol. Princípio que afirma a existência única,
no ser humano, de corpo e alma.
A
dicotomia corpo/alma possui uma problematização muito antiga que começa há mais
de quatro séculos antes de Cristo, onde na maioria filósofos gregos
(principalmente Platão, Sócrates e Aristóteles) viam a alma como o lugar
privilegiado da razão, da sabedoria e da ciência. Eles com suas teorias optam
pela mente, e ao corpo constroem significados que diminuem sua importância na
sociedade da época. O corpo então é visto como secundário ao progresso humano
que levava a alma ao erro e ao enfraquecimento do pensamento. A visão idealista
sobre o mundo sistematizada a partir de Platão contraditoriamente cria escolas
filosóficas materialistas e individualistas como, por exemplo, os cínicos, mepicurismo,
ceticismo e estoicismo.
Dentre os pensamentos a cerca de corpo cito
dois pensamentos, um de Aristóteles e outro de Anaxágoras que confirmam a
importância da mente na formação do indivíduo:“Nada caracteriza melhor o
homem do que o fato de pensar” “Tudo era um caos até que surgiu a
mente e pôs ordem nas coisas” (Teles, 1972, p. 13). Dentro deste raciocínio
sobre corpo o sentido de liberdade para os filósofos gregos estava diretamente
ligado com a busca do LOGOS. Outros filósofos buscavam se apoiar tanto na busca
do conhecimento quanto na elevação da alma. Pitágoras (582-497 a. C) foi um
destes filósofos que segundo Aristóteles se ocupou primeiro da matemática e da
aritmética e depois do misticismo e religião. A reencarnação da alma era uma
realidade em sua vida, e dentro de seus conhecimentos buscou acrescentar a
espiritualidade aos ensinamentos filosóficos (Chaves, 1998, p.30).
Platão
(427-347 a. C) também possui uma grande afinidade pelas coisas não materiais
acreditando na existência de um mundo de ideias onde o nosso conhecimento sobre
a realidade seria apenas uma cópia da verdade sobre as coisas. Nós estamos
apenas percebendo as sombras das coisas e não o real que seria a ideia das
coisas.O conhecer seria apenas um reconhecimento já que estamos sempre
reencarnando.
A
transcendência da alma criada pelos filósofos idealistas, de certo modo cria
uma maneira de ver a vida que influenciava diretamente sobre a inferioridade do
corpo. Este corpo esta a serviço da alma submisso a interesses divinos e,
sobretudo deverá passar por várias vidas mundanas para alcançar e purificação
necessária à evolução espiritual.
A
dicotomia alma/corpo perdura com vários outros filósofos da antiguidade em
todas as partes do mundo mostrando a dificuldade de aceitar o corpo como
situação e necessidade de manter contato com a realidade, e definir suas
percepções e subjetividades dentro das relações entre homens e natureza.
Fonte:
Wikipédia
Nenhum comentário:
Postar um comentário