Arte teatral
O teatro
medieval é, como o antigo, de origem religiosa; apenas a religião é outra. Os
enredos são tirados das histórias bíblicas. As ocasiões de representações são
as festas do ano litúrgico. O palco é uma praça central da cidade. Toda
população participa dele. Mas no palco também já se encontram os elementos
cenográficos que, mais tarde, constituirão o “teatro ilusão” moderno.
O valor
literário das peças é muito desigual: entre cenas de lirismo religioso e de
humorismo popular (cenas do diabo e dos judeus) encontram-se longos trechos
didáticos e declamatórios. É antes estranha entre as peças das diversas nações:
mystéres franceses e mistérios espanhóis, laudes italianas e mistérios alemães são
fundamentalmente iguais. São superiores as peças inglesas, do Ciclo de York e
do Ciclo de Wakefield, nas quais já se antecipam alguns elementos do teatro
elisabetano. Mas as duas maiores e mais bem costuradas peças medievais são
holandesas: Lanseloet, com enredo profano; e Elckerlyc, fonte do inglês
Everyman e do alemão Judermann.
No fim da
Idade Média e no começo do século XVI surgem na Península Ibérica dois grandes
dramaturgos que, sem sair da técnica teatral medieval, enchem-na de ideias
novas, em parte já humanistas e renascentistas. La Celestina, de Fernando
Rojas, é antes um romance dialogado; obra de influência enorme na Europa de
então. As peças de Gil Vicente guardam o caráter de representação para
determinadas ocasiões litúrgicas, palacianas ou populares.
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