A primeira habitação do
homem: abrigos naturais
Os abrigos
naturais foram as primeiras moradias dos homens, mas apresentavam
inconvenientes; eram fixos, por vezes mal situados, úmidos e insalubres –
conjunto de circunstâncias negativas para (o homem) um coletor ou caçador
sempre em movimento. Ora, os próprios antropoides atuais fazem muitos ninhos
para dormir (chimpanzé, gorila), e o orangotango inclusive, cobre o ninho
completamente com uma cúpula de gravetos ou ramos trançados. Não seria de
espantar que os australopitecíneos fizessem o mesmo; claro que não há evidência
disso. Há, porém, provas que os hominídeos, em certas regiões da África,
preferiram acampar ao ar livre e assim, presumivelmente, buscariam abrigar-se
das intempéries com simples anteparos ou toldos de ramagem encostados a um
caibro horizontal apoiado em duas forquilhas verticais cravadas no chão, como
ainda são usados por alguns índios da América do Norte em suas migrações de
verão, que usam também peles estendidas sobre ramos fincados verticalmente no
chão. Claro que os traços mais antigos desses abrigos provisórios desapareceram
para sempre.
No
Paleolítico Superior europeu, encontram-se na cultura gravetiana no S. da
Rússia os primeiros traços de habitações de planta ovalada, cada qual com sua
lareira, isoladas ou conjugadas com outras, cujo chão se situava em nível
ligeiramente ao do solo circunjacente, ocasionalmente com postes verticais, mas
provavelmente em geral “cobertas por terra assente sobre ramos apoiados por
alguns caibros verticais acunhados contra o chão, ou por eles mantidas em
posição por alguns suportes e por ossos e pedras pesadas ao longo das beiradas”
(Clark 1961). Mais tarde, no Magdaleano da caverna de Front-de-Gaume, notam-se
pinturas tectiformes, representando presumivelmente um estágio mais adiantado
de casas temporárias de verão.
Paleolítico Superior
No
Mesolítico Campigny (uns 12 000 anos A.C.) encontram-se os mais antigos de
habitações semi-subterrâneas, com certo número de fortes pilares de madeira
forquilhadas, bem cravadas e suportando um madeiramento horizontal de troncos e
barrotes, o todo coberto de paus roliços mais finos recobertos, em talude, por
terra, tendo ao centro um orifício para deixar escapar a fumaça; casas desse
tipo se encontram também na Sibéria (samoiedos) e na cultura pré-histórica de
Mogollon nos EUA (há cerca de 2000 anos atrás); ela evolui para os kivas cerimoniais dos pueblos, completamente subterrâneos.
Já no
Neolítico, as construções são de adobe (que ainda hoje subsistem) (Jarmo, uns
5000 anos A.C.) ou, de planta redonda, sendo de planta retangular as casas dos
chefes e o templo do deus (cultura amratiana). As aldeias neolíticas, na Alemanha, e da idade
do ferro na Polônia, sã de “casas-grandes”, moradias coletivas, do tipo pau a
pique.
Foi assim,
de passo em passo, que se deu a saga humana em busca de proteção, moradia, até
os dias atuais, quando os humanos, após conhecer e dominar todos os materiais
disponíveis para construções ergueram cidades fantásticas e construíram mega
residências.
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