domingo, 20 de julho de 2014

HABITAÇÃO

A primeira habitação do homem: abrigos naturais
  


Os abrigos naturais foram as primeiras moradias dos homens, mas apresentavam inconvenientes; eram fixos, por vezes mal situados, úmidos e insalubres – conjunto de circunstâncias negativas para (o homem) um coletor ou caçador sempre em movimento. Ora, os próprios antropoides atuais fazem muitos ninhos para dormir (chimpanzé, gorila), e o orangotango inclusive, cobre o ninho completamente com uma cúpula de gravetos ou ramos trançados. Não seria de espantar que os australopitecíneos fizessem o mesmo; claro que não há evidência disso. Há, porém, provas que os hominídeos, em certas regiões da África, preferiram acampar ao ar livre e assim, presumivelmente, buscariam abrigar-se das intempéries com simples anteparos ou toldos de ramagem encostados a um caibro horizontal apoiado em duas forquilhas verticais cravadas no chão, como ainda são usados por alguns índios da América do Norte em suas migrações de verão, que usam também peles estendidas sobre ramos fincados verticalmente no chão. Claro que os traços mais antigos desses abrigos provisórios desapareceram para sempre.



No Paleolítico Superior europeu, encontram-se na cultura gravetiana no S. da Rússia os primeiros traços de habitações de planta ovalada, cada qual com sua lareira, isoladas ou conjugadas com outras, cujo chão se situava em nível ligeiramente ao do solo circunjacente, ocasionalmente com postes verticais, mas provavelmente em geral “cobertas por terra assente sobre ramos apoiados por alguns caibros verticais acunhados contra o chão, ou por eles mantidas em posição por alguns suportes e por ossos e pedras pesadas ao longo das beiradas” (Clark 1961). Mais tarde, no Magdaleano da caverna de Front-de-Gaume, notam-se pinturas tectiformes, representando presumivelmente um estágio mais adiantado de casas temporárias de verão.
Paleolítico Superior

No Mesolítico Campigny (uns 12 000 anos A.C.) encontram-se os mais antigos de habitações semi-subterrâneas, com certo número de fortes pilares de madeira forquilhadas, bem cravadas e suportando um madeiramento horizontal de troncos e barrotes, o todo coberto de paus roliços mais finos recobertos, em talude, por terra, tendo ao centro um orifício para deixar escapar a fumaça; casas desse tipo se encontram também na Sibéria (samoiedos) e na cultura pré-histórica de Mogollon nos EUA (há cerca de 2000 anos atrás); ela evolui para os kivas cerimoniais dos pueblos, completamente subterrâneos.
Já no Neolítico, as construções são de adobe (que ainda hoje subsistem) (Jarmo, uns 5000 anos A.C.) ou, de planta redonda, sendo de planta retangular as casas dos chefes e o templo do deus (cultura amratiana).  As aldeias neolíticas, na Alemanha, e da idade do ferro na Polônia, sã de “casas-grandes”, moradias coletivas, do tipo pau a pique.

Foi assim, de passo em passo, que se deu a saga humana em busca de proteção, moradia, até os dias atuais, quando os humanos, após conhecer e dominar todos os materiais disponíveis para construções ergueram cidades fantásticas e construíram mega residências.

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