Nu artístico é a designação dada à exposição do corpo de uma pessoa nua em diversos meios artísticos (pintura, escultura ou, mais recentemente, cine e fotografia). É considerado uma das
classificações acadêmicas das obras de arte.
A nudez na arte refletiu pelo general os padrões sociais para a estética e a moralidade da época na que a obra foi realizada. Muitas culturas toleram a nudez na arte mais do que na vida real, com diferentes
parâmetros sobre o que é aceitável. Assim, num museu no qual se mostram obras com nus, em geral não é aceita a nudez do
visitante. Como gênero, o nu é um tema complexo de abordar pelas suas múltiplas
variantes, tanto formais quanto estéticas e iconográficas, e há historiadores da arte que o consideram o tema mais importante da história da arte ocidental.
Amadeo
Modigliani
Embora se costume associar ao erotismo, o nu pode ter diversas interpretações e significados, da mitologia até a religião, passando pelo estudo anatômico, ou ainda como representação da beleza e ideal estético da perfeição, como na Grécia
Antiga. A arte foi de sempre uma representação do
mundo e do ser
humano, um reflexo da vida. Portanto, o nu não
deixou de estar presente na arte, sobretudo nas épocas anteriores à invenção de
procedimentos técnicos para captar imagens do natural (fotografia, cine),
quando a pintura e a escultura eram os principais meios para representar a
vida. Contudo, a sua representação
variou com os valores sociais e culturais de cada época e cada povo, e assim
como para os gregos o corpo era um motivo de orgulho, para os judeus — e, depois, para o cristianismo — era motivo de vergonha, era a condição dos
escravos e os miseráveis.
O estudo e representação artística do
corpo humano foi uma constante em toda a história da arte, da pré-história (Vênus de Willendorf) até
a atualidade. O corpo proporciona prazeres e dores, tristeza e alegria, e é um
companheiro presente em todas as facetas da vida, com o qual o ser humano
transita pelo mundo, e pelo qual sente a necessidade de indagar no seu
conhecimento, nos seus pormenores, no seu aspecto tanto físico como recipiente
do seu “eu interior”. Da sua faceta mais mundana, relacionada ao erotismo, até
a mais espiritual, como ideal de beleza, o nu foi
O nu
renascentista – Antonio Corregio
um tema recorrente na produção
artística praticamente em todas as culturas que se sucederam no mundo ao longo
do tempo.
Pablo
Picasso
O nu teve desde tempos antigos -
especialmente desde as formulações clássicas da Grécia Antiga— um marcado
componente estético, pois o corpo humano é objeto de atração erótica, e
constitui um ideal de beleza que vai mudando com o tempo, segundo o gosto
coletivo de cada época e cada povo, ou até mesmo o particular de cada espectador.
A sexualidade aproximadamente implícita destas imagens levou o
gênero do nu a ser objeto quer de
admiração quer de condenação e recusa, chegando a estar proibido em épocas de
moral puritana, embora sempre desfrutasse de um público que adquiriu e
colecionou este tipo de obras. Em tempos mais recentes, os estudos do nu como
gênero artístico focam-se nas análises semióticas, especialmente na relação entre obra e espectador, bem como no
estudo das relações de gênero. O feminismo criticou o nu como domínio patriarcal da sociedade ocidental. Artistas como Lucian Freud e Jenny Saville elaboraram um tipo de nu não
idealizado para eliminar o conceito tradicional de nu e buscar a sua essência
para além dos conceitos de beleza e de gênero.
Atualmente, o nu artístico é
amplamente aceito pela sociedade - pelo menos no âmbito ocidental-, e a sua
presença é cada vez maior em meios de comunicação, cine, fotografia,
publicidade e outros mídia, converteu-o num elemento icônico mais do panorama
cultural visual do homem e da mulher atual, embora para algumas pessoas ou
alguns círculos sociais continue sendo tabu, devido a convencionalismos sociais
e educacionais, gerando um preconceito para a nudez, que é conhecido como
“gimnofóbia” ou “nudofóbia”
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