sábado, 27 de setembro de 2014

A COLUNATA DA PRAÇA DE SÃO PEDRO, 1656/1667

A obra mestra do dia
  
Arquitetura


A Basílica estava pronta. Mas para que a grandiosidade fosse completa, havia que cuidar da pequena praça em frente. O que fez Bernini? Simplesmente a transformou na maior e mais imponente praça do mundo! Visto do alto, o conjunto da Basílica, de cujas laterais saem as colunas que se abrem em dois semicírculos que envolvem a praça, forma o desenho de uma chave, a Chave de São Pedro.
Há alguns pontos de mármore mais claro no piso da praça. Se nos colocamos bem em cima de um deles, ao olhar as colunas, vemos uma fieira apenas de imensas e lindas colunas de granito. Dê um passo para a esquerda ou para a direita e você verá, como num passe de mágica, não uma, mas quatro fieiras de colunas absolutamente iguais. Lembre-se que isso foi feito no século XVII...

Não há nada parecido no mundo. As colunas, apesar de sua grandiosidade, são baixas em comparação à fachada da Basílica. Seu conjunto dá a impressão de dois braços que se abrem para acolher os fiéis e essa foi, evidentemente, a idéia de Bernini.
É importante lembrar que nos séculos XVI e XVII, os arquitetos e projetistas pensavam sempre em termos de grandes cerimônias, especialmente em procissões e cortejos. Bernini criou o mais imponente caminho para um cortejo na História da Arte: um príncipe que viesse pagar seus respeitos ao papa entrava com sua montaria na praça, percorria toda sua extensão, sob o olhar pétreo das centenas de estátuas à sua volta, desmontava, subia a escadaria de acesso e ao entrar na Basílica, via ao fundo aquele imenso Baldaquim de bronze e lá mais ao fundo, a glória iluminada do trono de São Pedro. Não podia deixar de se deslumbrar com o que via. Depois, subia a Escada Régia também criada por Bernini, onde só então o grande artista se curva e sai de cena, deixando o espaço livre para seus extraordinários antecessores, Michelangelo e Rafael.
Basílica de São Pedro, Vaticano.

Fonte: Blog do Noblat

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