Creta (em grego: Κρήτη; transl.: Kríti) é a maior
e mais populosa ilha da Grécia. Situada
no sul do mar Egeu, é a
quinta maior ilha do Mediterrâneo e a
segunda maior do Mediterrâneo Oriental. Administrativamente é uma região, com capital em Heraclião, que é
também a maior cidade da ilha. Tem 8 336 km² e em 2011 tinha 623 065 habitantes (densidade: 74,7 hab./km²).
A ilha constitui uma parte significativa da economia e do património
cultural da Grécia, ao mesmo
tempo que conserva características culturais próprias, nomeadamente na música e
poesia. Foi em Creta que floresceu a Civilização Minoica, entre os primeiros séculos do3º milénio
a.C. e meados do 2º milénio a.C., que é considerada a mais antiga
civilização de que há registo na Europa. Segundo
a mitologia grega, foi ali que cresceu Zeus e que
viveu o Minotauro.
A primeira
referência escrita à ilha, em textos da cidade síria de Mari datados
do século XVIII a.C., é Captara, uma forma repetida por
fontes neoassírias posteriores e na Bíblia, onde
aparece como Capthtor. No Antigo Egito foi
conhecida como Keftiu. Pensa-se que o nome minoico fosse semelhante
simultaneamente aos nomes sírio e egípcio.
Em micénico aparece
à forma ke-re-si-jo ("cretense") em textos escritos
em Linear B, com as
palavras ke-re-te (*Krētes; em grego posterior: Κρῆτες, plural de Κρής e ke-re-si-jo (*Krēsijos;
em grego posterior: Κρήσιος), "cretense". Em grego antigo o nome Creta (Κρήτη) aparece pela primeira vez na Odisseia de Homero. A
sua etimologia é desconhecida. Uma proposta especulativa sugere que o nome
deriva da palavra luvita hipotética *kursatta (cf. kursawar,
["ilha"], kursattar ["cortar" ou
"lascar"]). Em latim tornou-se
Creta.
O nome árabe original
de Creta era Iqrīṭiš (اقريطش), mas
depois do estabelecimento pelo Emirado de Creta no século IX da sua
nova capital em Rabḍ al-Ḫanda (ربض الخند; moderna Heraclião) tanto a cidade como a ilha
passaram a ser chamados Khandhax/Chandáx (Χάνδαξ) ou Khandhakas/Candacas (Χάνδακας), que deu
origem ao nome latino e veneziano Candia, do qual derivaram o português Cândia, o francês Candie e
o inglês Candy ou Candia. Durante o domínio otomano, a ilha
chamou-se Girit (كريت).
Creta é um dos
destinos de férias mais populares na Grécia. 15% das chegadas de turistas
registadas no país são feitas pelo porto ou pelo aeroporto de Heraclião e os
voos charter para
esta cidade constituem 20% de todos os voos charter na Grécia.
A ilha é visitada por mais de dois milhões de turistas anualmente.
O número de camas
de hotel aumentou 53% em Creta entre 1986 e 1991, quando no mesmo período o
aumento a nível nacional foi 25%. Atualmente as infraestruturas turísticas da
ilha são dirigidas a uma grande variedade de preferências, e incluem
alojamentos de todos os tipos e preços, que vão dos grandes hotéis de luxo com
grandes piscinas, jardins, instalações desportivas e de recreio, até parques de
campismo, passando por apartamentos e pequenos hotéis explorados por famílias
ou simplesmente quartos arrendados.
Além das inúmeras
praias e alguns centros de grande animação noturna, como Chersonissos e
principalmente Mália, outras
atrações turísticas populares são os sítios arqueológicos, nomeadamente os minoicos, os centros históricos e
portos venezianos de Chania e Retimno, o castelo veneziano nesta última cidade,
as inúmeras igrejas e mosteiros ortodoxos, as espetaculares gargantas, das quais
a maior e mais famosa é a de Samariá, as ilhas
de Chrissi, Elafonisi, Gramvoúsa e Spinalonga e a praia das palmeiras de Vai.
O clima ameno de
Creta atrai o interesse de europeus do norte que procuram uma casa de férias ou
residência permanente na ilha. Os cidadãos da União Europeia podem
comprar livremente propriedades e residir sem que sejam necessárias grandes
formalidades. Um número cada vez maior de empresas imobiliárias têm o seu
negócio focado sobretudo em expatriados britânicos, seguidos de alemães,
holandeses, escandinavos e outras nacionalidades da Europa Ocidental que querem
ter uma casa em Creta. Os expatriados britânicos concentram-se principalmente
nas unidades regionais ocidentais de Chania e Retimno e, em menor escala,
Heraclião e Lasíti.
Um dos atrativos óbvios em termos de turismo cultural são os sítios
arqueológicos, com destaque para os sítios minoicos de Cnossos e Festo e o
sítio clássico de Gortina, entre
inúmeros outros. Um pouco por toda a ilha há vários museus, nomeadamente
arqueológicos, entre os quais se destaca, pelas suas excecionais coleções
minoicas, o Museu Arqueológico de Heraclião.
A costa norte é
banhada pelo mar de Creta (em grego: Κρητικό Πέλαγος), a sul pelo mar da Líbia (Λιβυκό Πέλαγος), a oeste pelo mar Mirtoico (Mυρτώο Πέλαγο) e a leste
pelo mar de Cárpatos. A ilha
encontra-se a cerca de 160 km do ponto mais meridional da Grécia
continental, ou seja, da costa sul do Peloponeso.
Há vestígios de hominídeos em
Creta desde pelo menos há 130 000 anos. Os assentamentos datados do
Neolítico pré-cerâmico, no 7º milénio a.C., tinham
animais domésticos como bovinos, ovinos, caprinos, suínos e cães, além de
cultivarem cereais e legumes. Um dos maiores desses assentamentos foi Kephala,
que depois se tornaria Cnossos, o maior
centro urbano da ilha. Outros assentamentos neolíticos foram Magasa e Trapeza.
Nos primeiros
séculos do 3° milénio a.C., desenvolveu-se em Creta a Civilização Minoica, a primeira civilização avançada europeia, que
atingiu um elevado grau de sofisticação em vários campos. As ruínas minoicas
mais monumentais, os chamados palácios, como
Cnossos, Festo, Mália e Hagia Triada, são
atualmente atrações turísticas. A Civilização Minoica irradiou depois para
outras regiões do mar Egeu, incluindo
a Grécia continental. A partir da
primeira metade do 2º milénio a.C. Creta chegou a ser o centro
cultural e comercial do Mediterrâneo Oriental, graças à sua marinha, que transportava produtos
como vinho, azeite, cerâmica, tecidos e joalharia tanto
para locais vizinhos como para paragens mais distantes, como a Sicília ou
o Egito. Os
minoicos usaram um tipo de escrita, o Linear A, que ainda
não foi decifrado. A história cretense primitiva está repleta de lendas como as
do rei Minos, Teseu e
o Minotauro, as quais
foram transmitidas oralmente e chegaram até os nossos dias graças a poetas
como Homero.
A Civilização Minoica extinguiu-se no final do século XV a.C., quando a
ilha foi ocupada militarmente pelos aqueus (Civilização ménica), oriundos do continente grego. Embora durante
algum tempo se tivesse afirmado que a causa principal para o declínio minoico
foram os tsunamis causados
pela erupção de Tera, que se estima ter ocorrido em algum momento entre
1 650 e 1 450 a.C., ultimamente essa hipótese é posta em causa,
quando não rejeitada, por diversos estudiosos. Os registos mais antigos de
escrita em grego, escritas em Linear B, são do
período micénico ca. e foram encontrados em Cnossos.
Após o período
minoico, a ilha foi dominada por várias entidades gregas, embora a ilha fosse
repartida entre várias cidades-estado independentes, algumas delas bastante
poderosas. No século IV a.C. houve uma grande guerra entre as principais
cidades da ilha. No primeiro quartel do século I a.C., as cidades-estado
cretenses envolveram-se nas Guerras Mitridáticas entre a República Romana e o Reino do Ponto. Um ataque
romano à ilha em 71 a.C. comandado por Marco António Crético foi repelido. No entanto, em 69 a.C., os
romanos lançaram outra campanha militar em grande escala contra a ilha, com
três legiões sob o comando de Quinto Cecílio Metelo Crético, e em 67
a.C. toda a ilha estava sob o domínio romano. Há algum tempo que Cnossos
tinha perdido protagonismo em favor de Gortina, que se
tornou a capital não só da ilha como da província romana de Creta e Cirenaica, criada
em 20 a.C. e que incluía também grande parte do que é hoje a Líbia. Com a
reforma administrativa de Diocleciano (r.
284–305 d.C.), a província de Creta passou a fazer parte da Diocese da Mésia, da Prefeitura pretoriana da Ilíria. Creta foi
separada da Cirenaica em ca. 297 e em 306,
durante o reinado de Constantino, passou a
fazer parte da Diocese da Macedónia.
Quando o Império Romano foi
dividido, Creta ficou na parte oriental, modernamente conhecida como Império Bizantino. A ilha foi devastada por sismos em 365 e 415, atacada por vândalos em
467, por eslavos em 623 e por árabes em
654, na década de 670 e durante o século VIII. Circa 732,
o imperador Leão III, o Isáurio transferiu a jurisdição da ilha do papa para o Patriarcado
de Constantinopla.
Entre 823–961, a
ilha foi ocupada pelos árabes, tendo
sido reconquistada pelo Império Bizantino no ano de 961, que a tornou numa base naval importante.
Após a Quarta Cruzada, nos primeiros anos do século XIII, passou
para as mãos da República de Veneza. Estes teriam que defender a ilha das investidas
dos otomanos durante o século XV. Os turcos
instalaram-se na ilha em 1645 e acabam por conquistá-la totalmente em 1715,
introduzindo o islamismo sunita, contudo,
a grande maioria da população permaneceu fiel ao cristianismo ortodoxo grego.
Tornou-se um estado
autónomo em 20 de março de 1898 e independente em 6 de outubro de 1908 ficando
a população dividida entre turcos e gregos.
Minos, filho
de Zeus e Europa (Minos pode ter sido um rei
mitológico ou pode ter sido um termo local para rei, semelhante à palavra faraó no Egito)
Deucalião, filho de
Minos (ou de outro Minos)
Idomeneu, neto de
Minos.
Fonte: Wikipédia
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