Dança
Os cabarés habitam nosso imaginário através das pinceladas do
pintor Henri de Toulouse-Lautrec e dos filmes americanos, registros de uma
tradição folclórica que um dia pode chegar ao fim. A afirmação tem como base a
transformação de alguns cabarés parisienses em casa de espetáculos à “la”
americana. O mais famoso dos cabarés que ainda apresentam o tradicional
Cancan – Moulin Rouge – é um dos
poucos que preservam heroicamente o espetáculo do século XIX. O restaurante
também guarda a tradicional decoração que lembra a “belle époque”.
O “French Cancan” foi criado no século
XIX, inicialmente executado em casal nos bailes e cabarés da boemia parisiense
e gradualmente dançado apenas por mulheres. Teve a influência na quadrilha europeia, mas alguns passos se assemelham à capoeira, ao frevo e os saltos lembram uma dança russa. O conjunto de
movimentos corporais e de expressões faciais torna a dança alegre, enérgica e
ao mesmo tempo sensual.
Imoral?
O levantamento de pernas dando chutes
no ar elevando as saias leves, rodadas e de cores vibrantes, deixam à mostra as
ligas que prendem as meias arrastão. Considerada imoral e vergonhosa pelas
autoridades e pela sociedade tradicional, a dança foi proibida pela polícia “em
nome dos bons costumes”. Mesmo assim, os cabarés funcionavam quase que
clandestinamente.
Ao longo do tempo foram perdendo seu
glamour e gradativamente substituídos por novos conceitos de espetáculo, entre
os quais o gênero americano acrescentado por
shows de acordeom, humorísticos e de
entretenimento. Em outros casos, os salões foram reformados para abrigar, por
exemplo, uma sala para projeção de filmes.
Antes que o Cancan desapareça totalmente, vá a
um cabaré típico viver a boemia de então. Os
que ainda preservam a tradicional “dança indecente” são o Moulin Rouge, que
possui 800 lugares e um show espetacular, o Belle Époque Paris, que mistura o gênero “Music
Hall” e o Paradis Latin, que propõe um espetáculo bem
interessante com a introdução de sapateado, danças da Corte e malabarismos.
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