Por
Idázio Jr.
Baiano gosta da rua. Sempre foi assim e sempre será. Bar com cadeiras
e mesas na
rua, baba de rua, praia perto da rua, festa de rua, dança de rua, trio na rua,
lavagem da rua, música para dançar na rua. Enfim, o ficar fora de casa sempre
foi uma característica do baiano e sempre com um viés de fazer e acontecer no
meio da rua. Por pouca condição financeira, por uma cultura de não se ter
estruturas indoor, esse amor pela rua é um fato claro e evidente.
Esses últimos anos foram de muita tristeza e apatia para esse povo
extrovertido, alegre e as vezes burlesco, pois a rua foi retirada de certo modo
do seu dia a dia de diversão e
lazer. Sim, porque nós fomos afastados e alijados. Jamais por livre e
espontânea vontade um baiano “retado” se afastaria deste fenômeno que é a rua
na sua vida. Agora oito maléficos anos do ex-alcaide, que maltratou esta cidade
como nunca, afastam. A total extinção do imenso lazer “praia” para o
soteropolitano comum, por conta do mesmo irresponsável, sim afasta. Some-se a
fragilidade na segurança pública, a visão egoísta e curta dos empresários do
entretenimento baiano que fizeram a festa
da rua e nunca pensaram em perpetrar a nossa cultura e sim a usar até
acabar e encher seus bolsos e “last but not least” a crise financeira
brasileira “bombando” em uma terra que não têm um parque industrial, nem uma
classe média estável.
A mudança deste cenário desolador e a responsabilidade para que comece a
dissipar essa nuvem negra, sem
dúvida, é do poder público! Ele têm que ser a locomotiva que vai puxar tudo e a
todos com políticas públicas de educação cívica, parcerias público-privadas e
intervenções estruturais. Pelo caminho tomado, percebe-se que o DNA
político/administrativo do atual prefeito ACM Neto e seus secretários não foi
alterado e a Barra já dá provas disso. Fiquei estupefato e feliz quando vi a
população curtindo a experiência de viver um novo e remodelado bairro. Meninas
de skate, crianças de bicicletas, galera tocando violão no pôr do sol, patins,
senhores, senhoras, ou seja, o projeto Barra deu certo e a população
soteropolitana retoma a experiência de sair de casa e viver a rua.
Com a
eminente obra do Rio Vermelho, vindo na sequência, este bairro
tradicionalmente boêmio e democrático da cidade proporcionará ainda mais ao
cidadão a possibilidade de fazer o que ele mais gosta: “botar a cara na
rua”! Bares com bandas estarão cheios, músicos e artistas trabalhando e com
certeza a nossa criatividade vai imperar e, quem sabe, daí sairão grandes
estrelas que irão fazer nossa rua feliz em um novo Carnaval.
Agora, a população tem que colaborar e ser severa fiscal do seu
bem-estar e lazer, não deixando que estúpidos e espíritos de porco destruam ou
malversem o que está aí bem feito, bonito e dando as cores que
nossos contornos merecem aos olhos do mundo.
Viva a rua!
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