Com a atração de
novos empreendimentos para a Bahia, o Polo Industrial de Camaçari
experimenta, atualmente, novo ciclo de expansão, cuja área física aumentou de
13,4 mil hectares para
29,3 mil hectares, implantando novas rotas de produção.
Juntas, todas as
empresas do Polo Industrial investem, anualmente, 16 bilhões de dólares estadunidenses e geram 15
mil empregos diretos, sendo responsáveis por 20% do PIB da Bahia.
O polo iniciou suas operações em 29 de junho de 1978. Foi o primeiro complexo petroquímico planejado
do País. Atualmente se destaca como o maior complexo
industrial integrado do Hemisfério Sul, abrigando
mais de 90 empresas químicas, petroquímicas e de outros ramos de atividade,
como indústria automotiva, de celulose, metalurgia do cobre, têxtil, bebidas, de
produção de equipamentos para energia eólica e serviços.
Inicialmente, fabricava apenas produtos químicos e petroquímicos.
A instalação dessas
indústrias promoveu o desenvolvimento de Camaçari, gerando impactos na
economia, educação e empregos. Passou a atrair mais mão de obra para
a
cidade, os impostos
arrecadados o transformaram num dos municípios mais ricos do Brasil. A
proximidade das indústrias demandou mais profissionais de nível técnico e
superior. E para formar profissionais, cursos técnicos foram implantados na
cidade, com a instalação de escolas técnicas e universidades. Na
área de infraestrutura, o polo registrou avanços expressivos como a implantação
do sistema de rodovias BA-093,
estimulando novos investimentos, permitindo o escoamento da produção e
ampliando a competitividade das empresas instaladas no local.
Desde o início de operação das primeiras indústrias, em 1978, o Polo
Industrial de Camaçari registra uma trajetória de evolução contínua. Superando
as muitas crises conjunturais, mudanças de política econômica e as
transformações marcantes no contexto internacional, o complexo experimentou
ciclos sucessivos de expansão, preservando a posição de relevância no setor
industrial. Localmente, contribui para o desenvolvimento da economia regional
através da oferta de emprego e renda, promovendo a sua modernização mediante a
introdução de novas tecnologias, especializações e elevados padrões de
desempenho técnico e empresarial.
São muitos os
estudos e teses que analisam o impacto do polo sobre a economia do Estado e o
desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador,
notadamente sobre os padrões de urbanização e serviços da capital. É consensual
entre os estudiosos a constatação de que os efeitos dinâmicos do complexo
superaram os registrados na década de 50 com a indústria petrolífera e
posteriormente com a implantação do Centro Industrial de Aratu. O polo mudou
definitivamente o perfil econômico do Estado, a face da sua capital e o mercado
de trabalho dos baianos, constituindo-se ainda hoje uma das mais significativas
contribuições para a desconcentração industrial no Brasil.
O polo surgiu sob o modelo tripartite, reunindo em sua composição
acionária participações do Estado e da iniciativa privada nacional e
estrangeira. O processo de privatizações deflagrado no início da década de 90
gerou uma reestruturação de capitais, através de fusões e aquisições, que
culminou com a venda da central de matérias-primas, a Copene, em 2001.
A aquisição da empresa pelo consórcio Odebrecht/Mariani representou um marco na reestruturação da
petroquímica nacional, por integrar a central a unidades de segunda geração do
grupo, dotando-a de capital, escala de produção e aporte tecnológico para
ampliar a sua competitividade mundial. Desta integração nasceu a Braskem, uma empresa de classe mundial, líder em
termo-plásticos na América Latina. Com ativos avaliados em 12 000 000 000 de
reais, é um dos cinco maiores empreendimentos privados do país.
A fase atual do
polo apresenta, como traços marcantes, a expansão e diversificação industrial.
Os maiores empreendimentos implantados no Estado nos anos recentes se
localizaram no Polo de Camaçari. A Ford instalou o Complexo Industrial Ford
Nordeste, que é o maior e mais recente investimento da montadora em todo o
mundo, estimado em 1,2 bilhões de dólares estadunidenses, para produzir 250 mil
veículos/ano para os mercados interno e externo e elevando a produção local
para 300 mil veículos9 ,
além da instalação de uma fábrica de motores. A implantação da Ford em
2002 abriu uma nova rota produtiva no distrito, viabilizando sua
diversificação, com a atração de várias empresas fornecedores de insumos à
produção automobilística, empresas de pneus e outras, reduzindo dessa forma a
concentração na produção de petroquímicos. A transformação foi tal que o Polo,
antes chamado de Petroquímico, passou a ser conhecido como Polo Industrial de
Camaçari. Já a Monsanto investiu 550 000 000 de dólares
estadunidenses para instalar a primeira indústria de matérias-primas para
herbicidas da América do Sul. A despeito dos avanços, ainda é reduzido o volume
de produtos finais químicos e petroquímicos produzidos em Camaçari.
Com a implantação
do Complexo Acrílico Basf, uma nova
rota de produção petroquímica está sendo criada, com um impacto maior que o da
produção automobilística, viabilizando uma nova cadeia produtiva que vai
possibilitar a implantação da tão sonhada indústria de transformação de
petroquímicos.
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